Capítulo 37

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Marília

Porra.
Porra.
Porra.

Que diabos alguém quer tocando minha campainha às sete e meia da manhã? Eu juro que se for uma das garotas, ou todas elas, eu faço questão de assassinar pura e friamente cada uma.

Saí procurando alguma peça de roupa, já que minha noite foi incrível e eu ainda estava nua, assim como ela.

Desci as escadas amaldiçoando quem quer que tenha me acordado uma hora dessas.

– Porra, espero que o mundo esteja desabando e que a terceira guerra mundial tenha explodido exatamente agora para que você me faça sair da cama a essa hora. – eu disse sem olhar para a porta.

– Marília, desculpa!

– Marco! Desculpe minha grosseria, mas eu realmente odeio ser acordada. Entra.

– Sabe, Marília, eu pensei muito na nossa conversa ontem e eu não posso perder a minha filha! Onde está a Carla? Eu preciso vê-la!

– Ela está dormindo, espera um minuto, vou tentar acordar aquela oncinha, sem sair assassinada. – ele riu fracamente e eu indiquei o lugar para que ele se sentasse. Subi rapidamente as escadas.

– Isa? – rocei o nariz em sua bochecha, e ela se encolheu. – Acorda, meu amor!

Deixei inúmeros beijos molhados por seu pescoço e rosto.

– Beija mais, ainda não acordei!

– Manhosa! Levanta.

– Não!

– Maraisa, dez minutos, lá embaixo, ok?! – ela bufou irritada e assentiu rapidamente, de olhos fechados. – Dez minutos!

Desci e Marco observava atentamente cada canto da minha sala de estar.

– Gostou?

– Oh... Desculpe! É realmente linda, minha esposa não exagerou.

– Vantagem de se ter uma empresa no ramo imobiliário. E ser arquiteta.

– E a Carla?

– Já vai descer. Quer beber algo?

– Só uma água, por favor.

Rumei para a cozinha, sendo seguida por ele.

– Marília, obrigado.

– Por que?

– Lila? Amor, onde está...Pai?

Maraisa estava com os lindos olhos castanhos marejados. Ela paralisou na grande porta da cozinha de nossa casa.

– Filha! Como você está? Me perdoa...

– Vou deixá-los sozinhos. Isa, qualquer coisa, eu estarei em meu escritório. – beijei sua testa demoradamente e sai, eles necessitam deste momento.

– Amo você! – ela moveu os lábios em uma confissão muda, que rapidamente foi retribuída.

Maraisa

Eu fiquei sem reação ao ver meu pai. Cinco meses.
Cinco meses sem um abraço.
Cinco meses desde aquele dia.

– Filha, me perdoa. Eu fui um idiota.

– Sim, eu sei.

– Essa era a hora em que você deveria dizer: "Claro que não, papai, você é o mais inteligente que eu conheço!"

Não consegui conter a gargalhada.

– Senti sua falta!

– Senti sua falta, Isa! Como vai esse bebê?

Sensitive - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora