Capítulo 53

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Maraisa

Eu estava terminando de colocar meu short, ok, cadê meu sutiã? Minha camiseta?

- Mendonça, devolve!

- Você não precisa disso... - ela jogou as peças num canto qualquer e passou a sugar meus seios com força. Porra, isso é incrível.

- Lila, amor, eu preciso ir...

- Só mais um pouquinho...

- Amor, qual seu problema com peitos?

Sem fazer questão de tirar a boca dali, ela falou qualquer coisa embolada.

- Marília!

- Eu parei de mamar muito cedo.

- Ah é?! Com quantos meses?

- Dois anos e meio. Isso me deixou carente.

- Não sei desde quando isso é cedo, bebezão! Eu tenho que ir agora...

- Você volta?

- Óbvio!

- Jura de dedinho?

- Juro de dedinho.

Me vesti e trocamos mais alguns beijos apaixonados. Odeio ter que deixá-la.

Peguei um táxi e pouco tempo depois eu estava de volta ao inferno.

- Carla, onde você se enfiou?

- Fui dar uma volta...

- Onde?

- Caralho, eu fui me encontrar com a Naiara.

- Eu não quero você andando por aí, entendeu?

- Fernando, você não manda em mim!

Ele me segurou pelo cabelo, seu rosto se tornando rubro, deixando claro o ódio que ele estava sentindo.

- Eu posso acabar com tudo que você tem, não me desafie, Carla!

- Idiota! Me solta, você está me machucando.

- Estou? Ótimo.

- Porra, me solta!

- Adoro essa sua boca suja, me excita.

- Você é um doente, nojento! Me larga.

Ele acertou meu rosto com um tapa. Merda. Eu estou fodida. Só queria minha Marília aqui, me protegendo.

Marília

- Lu, quero vocês tão divas quanto a Beyoncé, vamos sair!

- Pra onde, senhorita vaca albina?

- Snake.

- Ficou louca?

- Bem, talvez, mas preciso ver a Alencar.

- Você está aprontando, eu conheço essa cara, Mendonça.

- Só preciso descobrir algumas coisas.

- Temos escolha? A gente pode ficar e foder.

- Lau, estou incluída nesse plano?

- Se vocês quiserem, não vejo problemas.

- Meu Deus, eu não vou transar com a minha irmã. Vão logo, cópias falsificadas da Queen B.

- Ok, boss!

Fomos nos arrumar, Marcela e Daniel vão cuidar da Liz, treinamento para a chegada do herdeiro.

Depois da conversa com a Maraisa, decidi ir atrás da Bianca, preciso tentar descobrir qualquer coisa que me leve até o ponto X desse problema. Desse inferno que a minha vida se tornou.

Pouco tempo depois, nós estacionamos na frente da boate, que por sinal estava lotada.

Nos esgueiramos em meio aquela multidão que estava na fila, e ser Marília Mendonça me dá a maravilhosa vantagem de não enfrentá-la.

- Então, Lila, qual o plano?

- Eu não sei... Vou ver se encontro a Bianca por aí, aproveitem a noite. Qualquer coisa estou no celular, ok?

- Lila, qualquer coisa nos procure!

- Sim, mãe.

Parei no bar, esperando minha dose de whisky.

- Hey, Charlie, a Lucy está por aqui hoje?

- Senhorita Mendonça, quanto tempo, ela está no escritório. Vou avisá-la, garanto que a chefinha vai adorar te ver.

- Hm... Não, eu quero fazer uma surpresa, ainda tenho passe livre para ir lá?

- Óbvio! Aproveite a noite.

- Obrigada.

Virei o copo, esperando que o efeito do álcool me desse um pouco mais de coragem.
Segui o caminho tão conhecido e feito tantas vezes por mim.

- Será que alguém aceita minha companhia hoje?

- Lila?! Meu Deus, quanto tempo, você sumiu. Achei que tinha se mudado ou algo do tipo...

- Tenho uma filha pequena, noitadas são especialmente raras agora, mas eu senti sua falta...

- Falta de sexo, você quer dizer.

- Falta de você.

- Uh... Estou surpresa. Quer beber algo?

- Quero uma coisa especial.

- Marília, tem certeza? Nós sabemos onde isso pode terminar.

- Ok... Eu aceito tequila então.

Alguns shots de tequila depois, algumas conversas sobre a vida e como as casas noturnas dela faziam sucesso, ela finalmente me chamou para sair.

- Vamos para minha casa.

- Só vou avisar as garotas antes, tudo bem? Te encontro lá fora.

- Não demore, nem fuja de mim. Eu sei onde te achar, Mendonça.

Bianca

Eu sei que não sou a primeira opção da Marília, nunca serei.

Querer a tal Maraisa longe não é errado, ok? É só um modo de ter a Mendonça comigo, mesmo que por algumas horas.

Meu celular tocou quando eu seguia para o estacionamento, esperando Marília. Olhei no visor e vi o nome do idiota que não sabe fazer nada sozinho.

- Fernando, eu te disse para não me ligar, idiota!

- Eu a matei! - congelei, como assim? Matou quem? Eu avisei para esse moleque não usar tanta droga.

- Como assim a matou? Matou quem, seu estúpido?

- A Carla... E-eu perdi o controle e...

- Garoto! Porra. Eu não mandei você fazer nada, era só pra mantê-la longe.

- Ela me irritou, eu não controlei minha força... Bia, o que eu faço?

- Eu não sei, porra, ela não precisava morrer.

Desliguei rapidamente assim que vi Marília no meio da multidão, eu não queria que ninguém morresse.

Eu só queria que Marília gostasse de mim como gosta dela.

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Sensitive - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora