Capítulo 30

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Marília

– Acordem, suas vacas. É véspera de Natal!

Já disse o quanto eu odeio acordar cedo? Já disse o quanto odeio barulho? Já disse que tenho vontade de assassinar quem me acorda com luz e barulho?

– Puta que pariu, Luísa!

– Bom dia também, Lila! – ela tinha um sorriso diabólico nos lábios, ela sabe como eu odeio isso. As três pularam na cama, entre Maraisa e eu.

– Vocês são muito espaçosas, credo.

– Isa, fica quieta e coloca uma roupa ou eu não vou resistir.

Fuzilei a Lauana com o olhar, que mania de tarar a minha mulher, recebi um sorriso debochado em troca.

– Cela, você é a única com bom senso dentre as três, poderia por favor tirar essas criaturas da minha cama e me deixar dormir?

– Lila, meu anjo, eu até posso tirá-las daqui, mas deixar você dormir é impossível! O dia tá lindo demais para ficar nesse quarto.

– O meu quarto é lindo demais, posso nunca mais sair dele!

– Meu Deus, Marília, levanta essa bunda agora! Esperamos vocês lá embaixo.

– Marcela, você me paga, baixinha. – ela saiu arrastando a Luísa e Lauana e eu me enrosquei no corpo da Maraisa novamente.

– Nem pense nisso! Vamos levantar ou daqui a pouco elas entram de novo.

– Que saco, não tenho paz na minha própria casa!

Descemos e as meninas já estavam tomando café da manhã sem nós. Quanta petulância.

– Obrigada por esperarem as donas da casa.

– Isa, você namora uma velha. Ela reclama de tudo, o tempo todo!

– Cela, deixa ela em paz! – recebi um monte de beijos.

Maraisa

– Maraisa, sabe quanto tempo eu não vejo a Marília animada para o Natal, dessa forma? Você faz muito bem para a minha menina.

– Eu a amo, Eliane. Amo de um jeito que eu nunca imaginei ser capaz!

– É recíproco! Nos últimos anos, nessa data, ela desaparecia. Desligava o celular e simplesmente sumia. Olha agora, toda animada com a decoração, vai até me ajudar a cozinhar, como nos velhos tempos. Obrigada por isso.

Recebi um abraço carinhoso, maternal e ela saiu, acho que consegui domar a Mendonça.

– Isa?

– Oi, meu amor!

– Vem comigo.

– Onde?

– Tenho um presente para você, eu sei que deveria lhe dar amanhã, mas eu não vou conseguir esconder por muito tempo...

– Não precisa disso, Lila! Você já é meu presente.

– É algo simples, espero que goste.

Ela me guiou até o quintal e merda, isso é simples? Um maravilhoso Jeep branco.
   
– Não gostou? Podemos trocar por outro...

– Marília, você me deu um carro?!

– Sim! Não vou ser sua motorista pra sempre e você já é bem grandinha, precisa do seu próprio carro.

– Eu nem sei o que dizer, é perfeito!

A agarrei e enchi de beijos, depois ela foi me mostrar o carro e como eu ainda estou com esse maldito gesso, mais uma vez ela foi minha motorista.

– Quando esse repouso acabar, eu quero inaugurar esse carro direito.

– Lila, isso não é um problema...

– Autocontrole. Autocontrole. – Marília começou a entoar seu novo mantra e eu gargalhei, tão trouxa.

Marília

– Girls! Vocês nunca se cansam de comer?

– Nós trabalhos sozinhas para enfeitar a sua mansão, merecemos.

– Ficou tudo lindo, meninas! Obrigada, sem vocês, eu não existo.

– Nós sabemos.

Maraisa observava a decoração, distante. Eu diria que, talvez, ela esteja triste.

– Hey, Isa, tudo bem?

– É o meu primeiro natal longe deles.

– Eu posso te levar lá... Não precisa ficar aqui.

– Eu vou passar com vocês! Só é estranho.

– Eu sei, meu amor, eu sei. Eu prometo buscar a Mai amanhã, e sua mãe, se ela quiser.

– Jura?

– Claro!

– Eu amo você! – ela disse entre selinhos.

– Gays.

– Nossa, falou a super hétero.

– Meninas, sem implicâncias hoje ou eu farei como quando vocês eram crianças.

– Vão ficar de castigo, se foderam!

Terminamos de arrumar alguns detalhes que faltavam.

Lauana, Eliane e eu fomos cuidar das comidas.

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Sensitive - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora