Marília
– Acordem, suas vacas. É véspera de Natal!
Já disse o quanto eu odeio acordar cedo? Já disse o quanto odeio barulho? Já disse que tenho vontade de assassinar quem me acorda com luz e barulho?
– Puta que pariu, Luísa!
– Bom dia também, Lila! – ela tinha um sorriso diabólico nos lábios, ela sabe como eu odeio isso. As três pularam na cama, entre Maraisa e eu.
– Vocês são muito espaçosas, credo.
– Isa, fica quieta e coloca uma roupa ou eu não vou resistir.
Fuzilei a Lauana com o olhar, que mania de tarar a minha mulher, recebi um sorriso debochado em troca.
– Cela, você é a única com bom senso dentre as três, poderia por favor tirar essas criaturas da minha cama e me deixar dormir?
– Lila, meu anjo, eu até posso tirá-las daqui, mas deixar você dormir é impossível! O dia tá lindo demais para ficar nesse quarto.
– O meu quarto é lindo demais, posso nunca mais sair dele!
– Meu Deus, Marília, levanta essa bunda agora! Esperamos vocês lá embaixo.
– Marcela, você me paga, baixinha. – ela saiu arrastando a Luísa e Lauana e eu me enrosquei no corpo da Maraisa novamente.
– Nem pense nisso! Vamos levantar ou daqui a pouco elas entram de novo.
– Que saco, não tenho paz na minha própria casa!
Descemos e as meninas já estavam tomando café da manhã sem nós. Quanta petulância.
– Obrigada por esperarem as donas da casa.
– Isa, você namora uma velha. Ela reclama de tudo, o tempo todo!
– Cela, deixa ela em paz! – recebi um monte de beijos.
Maraisa
– Maraisa, sabe quanto tempo eu não vejo a Marília animada para o Natal, dessa forma? Você faz muito bem para a minha menina.
– Eu a amo, Eliane. Amo de um jeito que eu nunca imaginei ser capaz!
– É recíproco! Nos últimos anos, nessa data, ela desaparecia. Desligava o celular e simplesmente sumia. Olha agora, toda animada com a decoração, vai até me ajudar a cozinhar, como nos velhos tempos. Obrigada por isso.
Recebi um abraço carinhoso, maternal e ela saiu, acho que consegui domar a Mendonça.
– Isa?
– Oi, meu amor!
– Vem comigo.
– Onde?
– Tenho um presente para você, eu sei que deveria lhe dar amanhã, mas eu não vou conseguir esconder por muito tempo...
– Não precisa disso, Lila! Você já é meu presente.
– É algo simples, espero que goste.
Ela me guiou até o quintal e merda, isso é simples? Um maravilhoso Jeep branco.
– Não gostou? Podemos trocar por outro...– Marília, você me deu um carro?!
– Sim! Não vou ser sua motorista pra sempre e você já é bem grandinha, precisa do seu próprio carro.
– Eu nem sei o que dizer, é perfeito!
A agarrei e enchi de beijos, depois ela foi me mostrar o carro e como eu ainda estou com esse maldito gesso, mais uma vez ela foi minha motorista.
– Quando esse repouso acabar, eu quero inaugurar esse carro direito.
– Lila, isso não é um problema...
– Autocontrole. Autocontrole. – Marília começou a entoar seu novo mantra e eu gargalhei, tão trouxa.
Marília
– Girls! Vocês nunca se cansam de comer?
– Nós trabalhos sozinhas para enfeitar a sua mansão, merecemos.
– Ficou tudo lindo, meninas! Obrigada, sem vocês, eu não existo.
– Nós sabemos.
Maraisa observava a decoração, distante. Eu diria que, talvez, ela esteja triste.
– Hey, Isa, tudo bem?
– É o meu primeiro natal longe deles.
– Eu posso te levar lá... Não precisa ficar aqui.
– Eu vou passar com vocês! Só é estranho.
– Eu sei, meu amor, eu sei. Eu prometo buscar a Mai amanhã, e sua mãe, se ela quiser.
– Jura?
– Claro!
– Eu amo você! – ela disse entre selinhos.
– Gays.
– Nossa, falou a super hétero.
– Meninas, sem implicâncias hoje ou eu farei como quando vocês eram crianças.
– Vão ficar de castigo, se foderam!
Terminamos de arrumar alguns detalhes que faltavam.
Lauana, Eliane e eu fomos cuidar das comidas.
____________
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sensitive - Malila
RomanceO que aconteceria se você se visse grávida, aos 16 anos, sendo abandonada pelo cara o qual você julgava ser o grande amor da sua vida e expulsa de casa pelos seus pais, aqueles de quem você esperava o mínimo de apoio? Coração de gelo, rainha má da n...