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Sua companhia me faz esquecer quem eu sou.

Quarta-feira | Rio de Janeiro
Arielly Almeida.

Point of view.

Muitas coisas estavam acontecendo bem debaixo do meu nariz, e eu me negando ver o que tava nítido.

— Não quero fazer fofoca, ainda mais sendo da sua mãe, mas eu me sentiria horrível de saber de algo sobre ela e não lhe contar, ainda mais sabendo como as fofocas nesse lugar correm solta. — Maju diz parecendo sem graça.

— Maju, você é minha amiga, e está me contando uma coisa que eu deveria saber, então não se preocupa, não é fofoca. — Tranquilizo ela. — o que me chateia é saber que ela não está me contando isso.

— Ela deve tá com vergonha seila. — ela da de ombros. — depois do seu pai ela não se envolveu com ninguém né?

— Nem posso dizer que não, se ela não me contou disso, quem dirá das outras coisas que ela pode ter feito. — rio sem humor.

— É chato né? — concordo. — Bom, vou indo. Amanhã passo aqui denovo, tá bom?

Concordo. Maju me abraçou e subiu pra casa dela, entrei na minha batendo fortemente a porta de entrada, fazendo ela que estava deitada no sofá me olhar com aquele olhar totalmente superior.

— Quer quebrar?

— Ia me contar quando? — me encosto na parede cruzando meus braços e encarando ela que me olhou totalmente confusa, como se eu fosse uma doida.

— Contado o que, Arielly? — ela se sentou no sofá.

— Poxa, mãe. Sempre foi só eu e você, sempre deixei claro que você é minha melhor amiga além de mãe, sempre te contei tudo e priorizei não lhe esconder nada!

Boa parte poderia até ser um drama meu, mas meu outro lado se encontrava completamente chateado com ela.

— Me explica, filha. — ela me olhou seria.

— Você tá saindo com o Dono do Vidigal.

Ela engoliu seco e mexeu no cabelo desviando seu olhar do meu. Mordi fortemente meu lábio inferior, concluindo que era realmente verdade tudo que eu desconfiava e tudo que a Maju me contou.

— Talvez, quando confiar em mim, você me conta como tudo isso aconteceu. — sai da sala pisando firme, passei por ela e entrei no quarto sentindo uma raiva absurda dentro do meu corpo.

Eu odiava que as pessoas mentisse pra mim, odiava que quebrasse a minha confiança, seja lá de que forma que fosse. Erros são erros. Dói da mesma forma, independente do tamanho deles. E quando se trata de família, parece que a dor é maior ainda.

— Meu amor, vamos conversar. — ouvi sua voz atrás da porta e funguei. — não é nada sério, é claro que eu iria te contar, Ary. Mas não vinha ao caso nesse momento, não agora que temos outras coisas para resolver.

— Tá tudo bem, mãe. — não tava. — depois a gente conversa. — pedi e ela não me respondeu mais nada.

Me deitei na cama, sentindo uma dor nas costas e um cansaço.

Peguei meu celular e comecei a ver vídeos no tiktok, acho que passei quase a tarde toda desse jeito. Quando deu oito horas da noite, meu celular descarregou e uma vontade absurda de tomar açaí dominou meu corpo.

Tirei meu shorts e coloquei uma leggin, peguei meu cartão e sai do quarto, não me importei de sair da forma como eu estava, sem maquiagem e sem pentear o cabelo, não tinha quem agradar na rua, ultimamente ando assustando até os pombos da calçada.

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