Me fazem fazer loucuras que sei que tira minha paz.
Quarta-feira | Rio de Janeiro
Renato Cardoso. RWpoint of view.
Achei que ia ficar relaxado hoje, curtir no barzinho e pá. Mas só vem neurose na cabeça. Carlão ainda não chegou, e o peso tá caindo nas minhas costas.
Mais cedo, Teco mandou mensagem, pra umas oito e meia eu encontrar com ele e o Guilherme, que os dois queriam trocar um papo comigo e que nem dava pra esperar, que tavam fazendo ronda e que quando passa-se aqui, me avisaria.
Sai do bar, subindo a rua e vendo os dois encostados no muro. Já sabia que viria bomba só pela cara dos dois.
— Tem um bagulho que tá martelando nossa cabeça esses dias, Rw. — Encaro serio para o Matheus que tava todo sério, aí já era de se estranhar na hora. Nem deu boa noite, já veio falando.
— Qual foi? — termino de beber minha cerveja jogando a latinha no chão e cruzando os braços.
— A gerência, viado. — ele responde e já começo a ficar puto sem saber da história. — passei lá semana passada pra pegar o dinheiro, tava faltando dez mil.
Era de fuder mermo.
— E não cobrou o V5 por que? — passo a mão no cavanhaque já nervoso, odiava pra caralho esses bagulhos. Gostava das minhas coisas no certo á certo. Quer roubar pra que? Necessidade? Pede ajuda caralho, nois é tudo a mesma fita.
— Falou que o carregamento desse mês foi menos, aí amanhã passo lá pra ver quantas vai sair essa semana. — Gw responde na postura. — mas é estranho, negócio é fluir e ir aumentando, diminuiu por que? Bate não. — concordo.
— Amanhã pode deixar, que quem vai tá na ativa lá cedo sou eu. — eles concordam e eu me viro descendo, vendo o relógio marcar nove horas.
V5, era o gerente da boca. Só coloquei ele lá, porque subi o Teco de cargo, e na minha mente, o mais apropriado pra isso era ele, moloque é responsa. Mas se tá tendo esse desvio aí, nois vai ter que tá vendo qual é da fita.
Assim que desço, vejo ela tava todo inquieta encostada no muro, parei perto dela fazendo ela se asustar e eu rir.
— Tá devendo? — cruzo os braços encarando ela que ajeita a saia.
— Pra você estar me chamando aqui, tenho medo de dever e não lembrar. — ela tira onda e eu nego. — qual foi? — ela joga o cabelo pro lado, fazendo eu acompanhar o movimento perfeito do cabelo liso dela.
— Bora andar um pouco po, aqui é movimentado. — aponto com a cabeça e ela sobe na frente me dando a visão perfeita da bunda grande dela nessa mini saia.
Arielly virou a esquina entrando no beco escuro, encostando no muro e cruzando os braços.
— Pode falar agora.
— Qual que é da tua com o Pedro? — ela levanta uma sobrancelha estranhando.
— Quer saber porque? — sua voz saiu em tom arrogante.
E foi aí que percebi meu erro, dei espaço e liberdade pra ela me tratar da forma que ela quisesse.
Estiquei meu braço, posicionando ele do lado do seu rosto e fiquei na frente dela, olhando seus olhos.
— Te passar o papo aqui, Arielly. — dou ênfase no seu nome, mantendo o mesmo tom de voz que o dela. — Tu mora numa favela, que tem dono e subdono, todos os moradores aqui tem respeito e sabe seu lugar! — falo firme perto da boca gostosa dela. — não foi porque tu ficou de papo comigo uns dias, que tô lhe dando liberdade não, parceira...
— Não sou tua parceira. — ela me interrompe, seu olhar ainda tava preso no meu, tava ligado que estressei ela.
— So quero deixar claro, que quando eu pergunto, é porque quero saber. — específico. — então, ou você me conta tudo que eu quero saber, ou eu vou ter que descobrir por outros.
— Tu não é o bom? — ela consegue se aproximar ainda mais, separando nossas bocas por centímetros. — então dá teus pulos e descobre só. — ela sai da volta do meu braço, me fazendo reprimir os olhos, aperto o punho controlando a raiva e me viro pra ela. — Não foi porque eu falei aquelas coisas quando estava bêbada, que agora eu vou te contar tudo da minha vida, eu nem te conheço, mas tô ligada em quem você é! — ela tinha a postura séria e raiva na voz.
Arielly se virou e desceu a rua, liguei para o Teco e mandei ele ir levar ela em casa, tava ligado que era uma caminhada boa, e tá tarde pra mulher bonita andar sozinha na rua.
Saio do beco, já tava com tudo bolado na cabeça.
Ph e V5 eram próximos. Ph fazia uns corre fudido pra mim, mas é fechamento do V5, tá lá na boca direto fom ele, principalmente em dia de carregamento.
E se eu ter que enfiar essa branquela no meio, pra descobrir traição contra mim, eu coloco.
Tenho nada a perder não.
•••
Pergunta interativa:
Como vocês me imaginam?!M.
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Dentro de você.
CasualeUh uh yeah Fui deixando acontecer Sempre me amei primeiro Não queria me envolver Uh uh yeah Acho que foi o seu jeito Foi assim que me entreguei Acordei no seu travesseiro