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Você não gosta de mentiras, mas mente.

Sábado | Rio de Janeiro
Arielly Almeida.

Point of view.

Acordei sentindo meu corpo contrair, e quando abri os olhos, apreciei o corpo nu da minha Ariel ao meu lado. Sorri de lado, lembrando da porra da nossa transa, Arielly é coisa de outro mundo, papo reto.

Ouvi um celular vibrar, e olhei no chão, vendo o celular tocando. Me levantei com cuidado, mas ela nem se quer mexeu, me abaixei com o lençol enrolado no meu corpo, e vi que era o celular dela, tinha umas quinze ligações perdidas da Dona Vanessa.

O celular dela, tinha a função de mostrar as mensagens sem precisar desbloquear, e travei totalmente a mandíbula quando além das ligações e mensagens da mãe dela, tinha um contato salvo e uma mensagem de ontem a noite.

"Henrique (pai): Certo, Ary. Amanhã nos falamos mais, beijos filha!"

Deixei o celular no chão, e encarei ela totalmente sério.

Maldita hora que a Arielly inventa de entrar em contato com esse filho da puta.

Senti um ódio percorrer meu corpo e tentei me controlar, para se caso ela acordar eu não me estressar com ela.

Peguei minha toalha e entrei direto em baixo do chuveiro, fiquei uns dez minutos só tentando relaxar a mente. Quando saí, ela já tinha colocado a roupa e arrumado a cama. — Bom dia. — ela sorriu ajeitando o cabelo.

— Bom dia, feia. — sorri e fui até ela dando um beijo em sua testa. — dormiu bem?

— Perfeitamente. — ela riu se despreguicando. — Você viu meu celular? Não tô achando.

— Aquele ali? — apontei pro canto do chão e ela foi até lá, se abaixando e pegando.

— Merda, tem uma pá de ligação perdida da minha mãe. — ela passou a mão no cabelo nervosa. — Dona Vanessa vai me matar.

— So dela? — tirei a toalha da volta da minha cintura e vesti uma cueca, Arielly ficou toda sem graça e eu ri. — em?

— Sim, só dela. — ela sorriu olhando nos meus olhos. — a noite foi incrível, de verdade. — ela pegou a bolsa de ombro. — Obrigada.

— Tá cedo, po. Nem tomou café ainda. — coloquei a bermuda.

— Tenho que ir, Renato. — ela foi até a porta abrindo. — vem abrir o portão.

Ela disse já saindo e eu só concordei, peguei a toalha estendendo no banheiro e desci atrás dela, que tava toda paralisada na sala, e só aí me toquei que hoje era dia da Dona Cláudia vir.

— Meu senhor. — Cláudia disse parecendo surpresa. — eu não vi nada, eu não sei de nada. — ela falou sozinha e saiu entrando na cozinha.

Prendi o riso e encarei a Arielly que tava mais vermelha que tomate maduro.

— Relaxa aí fia, ce é de maior. — tentei tranquilizar e ela só revirou os olhos, Arielly abriu a porta e saiu no quintal. — portão tá destrancado já. — falei e ela concordou. Quando ela já ia saindo, lembrei do que ela me chamou. — gostei do apelido, amor. — ela riu e me encarou divertida.

— Não se iluda, amorzinho.

— Ariel, você já está apaixonada por mim. — cruzei os braços e me escorei na porta, dando um sorriso de lado pra ela.

A desgraçada se despruçou no muro, deixando o decote totalmente na minha vista, jogou o cabelo de lado e sorriu.

— Vou fazer você querer estar morto. — ela piscou pra mim e mandou um beijo, seu corpo se virou e ela fechou o portão descendo a rua.

— Filha da puta. — xinguei baixo coçando a nuca e me assustei vendo a Dona Cláudia com uma vassoura na mão brota donada no quintal. — Que susto.

— Devendo muito né? — ela riu alto e eu dei risada. — menino, menino...

— Relaxa. — eu já ia entrando, quando uma ideia veio na mente. — Oh, Cláudia. — chamei ela que parou de varrer e prestou atenção em mim. — A Arielly tem pai? — me fiz de sonso. — ela nunca comentou sobre. — menti.

— Ter, tem. Mas não é presente, então é o mesmo de não ter. — ela deu de ombros. — por que?

— Curiosidade. — disfarcei rindo. — mas ela deve ter contato, né?

— Que nada menino, Arielly lá quer saber do pai. Vanessa até quis passar o número, mas quem disse, Ary deve ter uma mágoa grande, ele nunca procurou ela. — engoli em seco, crendo que a Arielly não comentou nem com a mãe sobre estar falando com o pai, e provavelmente nem com as meninas.

— Tendi. — dei as costas entrando em casa.

Entrei na salinha vendo o Gw mexer no computador enquanto fumava um, assim que ele me viu chegar, ele fez sinal com a cabeça e eu fiz o mesmo.

— Tá ocupado ae? — ele negou e virou a cadeira. — Bora bater um dez lá em cima.

Ele concordou e nois dois subiu as escadas, assim que pisamos na laje, encarei o morro do vidigal em perfeito estado, criança brincando na rua, pipa no céu, as senhoras na calçada fofocando. Tudo do jeito que tem que tá.

— Qual foi, Rw?

— Arielly tá de papo com o Henrique, e essa porra tá martelando minha mente. — contei e ele suspirou passando a mão na testa e jogando a fumaça pra cima. — Tua prima passou quase dez anos sem ter contato com ele, voltou bem no momento que não era pra ter voltado.

— Descobriu como? — ele me encarou e eu engoli seco.

É de fuder mermo.

— Vi uma notificação chegar no celular dela, ontem. Mas foi acaso. — cruzei meus braços e ele riu. — Fecha a cara. — ele riu mais ainda. — Assunto é sério aqui, Guilherme.

— Calma, caralho! Tá nervoso é? — ele parou de rir. — minha tia sabe?

— Acho que não, perguntei pra Cláudia hoje sobre, e pelo que ela me contou nem as meninas sabe. Sinal que Arielly tá aprontando alguma. — cocei o cavanhaque. — Tua prima é maluca, Gw. Dá até medo.

— Fica dboa, Arielly só não pode sumir do nosso campo de visão. — concordei. — vai contar pro Carlão?

— Por agora, não.

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M.

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