Oportunidades vem e vão.
Terça feira | Rio de Janeiro
Arielly Almeida.Poit of view.
Depois de passar a manhã toda dando pro Renato, quase achei que eu não aguentaria andar, mas depois do almoço, desci pra casa da Karine e agradeci por não ter ninguém em casa, tomei um banho e troquei de roupa, saí da casa dela e fui para o Salão.
Entrei no salão e vi ela conversando com uma mulher morena do cabelo cacheado, muito linda.
— Vai ser ótimo poder fechar essa parceria com você, Agnes. — minha amiga falou sorrindo, e involuntariamente eu sorri, porque com certeza era algo bom.
— Vai ser um sucesso. — ela respondeu animada. — inclusive, semana que vem vai ter uma festa na Rocinha, seria ótimo ter você por lá! — ela jogou os cachos pro lado. — Rw já deve estar sabendo, é bem amigo do dono da festa.
— Vai ser incrível, estarei lá. — as duas se abraçaram e conversaram mais algumas coisas, quando ela foi embora a Karine voltou dando pulos e sorrindo.
— Que felicidade toda é essa? — dei risada e ela me abraçou.
— Hoje eu, você e a Maju vamos beber para comemorar. — só concordei rindo.
Ela me contou o quão importante era essa parceria, o quão famoso o salão ficaria e que ela iria atender no Leblon junto com essa Agnes, que é uma mulher muito forte pelo pouco que a Karine me contou, passou por tantas coisas e hoje é muito conhecida.
— Você almoçou? Mãe deixou almoço pronto pra você na geladeira. — ela me perguntou enquanto arrumava as laces na bancada.
— É... — antes de poder responder, uma voz fez questão de responder primeiro em bom som.
— Almoçou lá no Rw, foi pra lá cedinho. — encarei o Matheus entrando no salão e ele sorriu de lado. — vai falar que não foi?
— Para de ser intrometido, Teco. Já te avisei já, caralho. — Karine meteu o tapa na testa dele. — agora que papo é esse?
— Ele foi lá me chamar pra almoçar, só isso. — dei de ombros rindo. — e qualquer dia tu perde essa tua língua viu! — apontei para o branquelo azedo que tava com a maior cara de dor.
Ficamos conversando, mas quando uma cliente chegou, eu já peguei meu rumo pra rua, porque não quero ficar enfiada na casa de ninguém, a pior parte de morar na casa dos outros é porque mesmo você sabendo que é bem vinda ,você sempre acha que está atrapalhando, tirando a privacidade dos donos da casa e ficando sem a própria privacidade. Eu agradeço muito o que os pais da Karine estão fazendo comigo, e eu serei eternamente grata por eles, mas não sei se vou aguentar ficar por muito tempo lá.
Virei a esquina e entrei no mercado que tinha no centro da praça, analisei o papel colado na parede que tinha acabado de ser colocado.
"Precisando de vagas para operador de caixa, interesse entre em contato conosco."
— Olá, boa tarde. — chamei a atenção de um rapaz que estava com o uniforme do mercado. — Como posso falar com o Dono ou o Gerente?
— Boa tarde. — ele sorriu simpático. — dependendo do que for, pode ser tratado comigo mesmo. Sou o Bruno, gerente. — ele esticou a mão e eu sorri educada apertando.
— A vaga. — apontei com a cabeça. — trabalhei por três anos em um loja, ficava atendendo no caixa sempre, e tenho facilidade na comunicação, acabei saindo e estou atrás de um trabalho. — coloquei uma mecha do cabelo atrás da orelha. — como faço pra deixar o currículo? Tem que ser impresso ou pode ser pelo E-mail? — ele não me respondeu, só tirou o papel que ele tinha acabado de colocar, amassou e jogou na lixeira. Abri a boca diversas vezes mas eu não disse nada.
— O emprego é seu, me acompanhe por favor.
Simples assim?
Fiquei calada e acompanhei ele até uma sala, senti meu celular vibrar no bolso da calça, quando coloquei a mão pra pegar, ele me chamou.
— Seu nome, como é? — ele abriu a porta da sala me dando espaço para entrar. Eu tava com o raciocínio tão lento, que tentei lembrar meu próprio nome, acabei desligando sem nem ver quem tava me ligando.
— Ary, Arielly. — soltei uma tosse.
— Idade?
— Dezessete. — arragalei os olhos
— não dezenove! — Corrije rápido e ele riu fraco.Que caralho tá acontecendo comigo? Como esse homem vai acreditar que eu tenho facilidade na comunicação se eu mal tô sabendo falar meu nome e idade.
— Você tá bem? — ele colocou dois papéis na impressora e me olhou rápido.
— É que esse emprego caiu do céu pra mim agora. — fui sincera. — Você nem imagina o quanto eu tô precisa... — parei de falar quando meu celular começou a tocar denovo. — que merda. — peguei vendo o número do Rw na tela. — Licença.
Ele concordou e eu me afastei atendendo.
— Não to podendo falar agora, me liga mais tarde. — falei baixo.
— É gravação ou é tu mermo? — revirei os olhos.
— Sou eu né, de qualquer jeito seria. — respondi óbvia, pensa numa pessoa que não tem um pingo de paciência com o Renato, sou eu.
— Tá a onde?
— Depois eu te falo, tô ocupada. — ouvi o suspiro dele e já me preparei.
— Arielly, ce tá aprontando o que desgraça? — desliguei sem nem esperar ele falar mais, coloquei o celular no silencioso e me virei para o Bruno.
— Desculpa.
— Sem problemas, pode assinar aqui que irei te passando as regras e condutas tudo direitinho.
Sorri animada e assinei os papéis, minha sorte que tenho foto de todos os meus documentos, e a Rg anda comigo para todo lugar.
Ele me passou tudo direitinho e me passou o horário, e já me deu um uniforme, vou trabalhar das sete e meia até ás cinco da tarde.
Eu ouvi um amém irmãos?
Assim que eu sai do mercado, quase cai pra trás vendo o Renato encostado na moto com um baseado na mão e me encarando como se fosse me matar aqui mesmo.
×××
Em respostas de alguns comentários do capítulo anterior;
Dificilmente, uma mulher descobre que está grávida no momento que engravidou, ela vai descobrir quando já está com +4 semanas. A história, ela se passa por um período natural, de todos os dias da semana, então tem MUITO o que acontecer! E em momento nenhum, eu anunciei que ela engravidou, pedi sugestões para um futuro baby, sei que pra muitos gravidez no meio da história, atrapalha, mas fiquem todos tranquilos, o enredo da história não vai mudar em absolutamente, nada.
Gratidão por todo o carinho e até o próximo cap. 🤍M.
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Dentro de você.
Ficção AdolescenteUh uh yeah Fui deixando acontecer Sempre me amei primeiro Não queria me envolver Uh uh yeah Acho que foi o seu jeito Foi assim que me entreguei Acordei no seu travesseiro