021.

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Sua presença me persegue.

Sexta-feira | Rio de Janeiro
Arielly Almeida.

Point of view 

A semana passou voando, e agora eu me encontro tentando distrair o meu primo para depois do sinal da minha tia, eu leva-lo pra casa dela.

— Seu aniversário foi ontem mas não tive tempo de comprar nada. — entrego a sacola da nike nas mãos dele que sorri de lado. — ce é o irmão que eu nunca tive, Gui. — ele me puxa para um abraço e eu sorrio. — abre aí vai, vê ce tu gosta!

— Brigadão aí, Ary. — ele tira a caixa de dentro da sacola e abre, vejo perfeitamente seus olhos brilharem e ele sorrir. — Caralho, Arielly. É lindo demais, meno. — ele abre o maior sorriso colocando a caixa no chão e me puxando denovo pra um abraço. — Que Deus te abençoe.

Me afasto dele e limpo uma lágrima boba. — É nois sempre. — sorrio e pego meu celular vendo uma mensagem da Tia Carla. — sei que é folga, mas me leva lá em casa? — Faço bico e ele coça a nuca.

— Po, tem que tá vendo. — cruzo os braços e ele sorri. — Te levo, feia. Só colocar uma camisa ali!

Concordo e ele sobe as escadas com o tênis na mão. Sorrio animada, Gui sempre foi simples e gostou de coisas básicas e significativas.

— Vamos. — ele disse descendo as escadas com a chave da moto em mãos. — te deixo lá e passo em mãe na volta.

Quase pulo vendo que não precisei dar nenhuma desculpa esfarrapada, que ele mesmo caiu na armadilha.

— Vou lá com você, faz tempo que vi a Tia! — coloco o maior sorriso no rosto e ele concorda fazendo sinal pra gente sair da casa.

Passei na frente dele, e mandei uma mensagem dizendo que já estávamos saindo. Guilherme trancou o portão e subiu na moto me fazendo fazer o mesmo em seguida. Cruzei os braços e firmei meu corpo na moto, o tempo tava bom e o vento só refrescava meu corpo.

Ele parou a moto de frente ao portão, tirou a chave do bolso e destrancou me dando passagem, entrei no quintal vendo tudo normal, luzes acesas e a televisão ligada, entrei na sala vendo a Eduarda com o maior sorriso no rosto.

— Boa noite, Duda. — digo me encostando na parede.

— Oi Ary. — ela se levanta e assim que o Gw aparece ela corre e abraça ele. — tá cheirosão.

— E tu no fedor de sempre. — ele bagunça o cabelo dela e ela empurra ele se afastando. — Cadê minha mãe? — ele coloca as chaves em cima da mesa.

— Tá desde cedo lá em cima, coitada. Bateu um vento saiu quebrando as coisas tudo. — mentiu na maior cara de pau.

Pelo menos mentir, era a belíssima profissão dela.

— E tu não tá ajudando ela por que? — ele pergunta bravo e eu desencosto da parede. — larga de ser folgada, Eduarda!

— Deixa, Gui. — seguro o braço dele. — vou subir lá em cima, dar bença ela. — passo por ele. — É na Laje né Duda?

Ela concorda se levantando. Subi em passos rápidos na frente e assim que cheguei na laje, me assustei ao ver o tanto de gente, isso porque era uma coisa simples.

Me posicionei perto da minha mãe e já peguei meu celular, assim que ele pisou o pé na laje, acenderam a luz e soltaram fogos de artificio no céu fazendo o meu primo se assustar, mas logo se tranquilizou quando todos começaram a cantar "parabéns pra você".

— Toma no cu, carai. Já tava achando que era invasão! — ele passa a mão no peito assim que termina de cantar e todos dão risadas.

Ele me abracou agradecendo, e logo fez o mesmo com a minha mãe, Tia Carla e Duda.

Maju saiu de trás de mim e caminhou devagar até ele, abraçando e entregando a enorme sacola em suas mãos.

— Eu shippo muito. — Teco fala chegando perto de mim e eu dou risada.

— Somos dois! — concordo.

— Três. — Karine encosta com uma latinha na mão.

Ficamos os três conversando animados, era bom sair e conversar. Distrair a mente e até esquecer que eu tô com o rabo cheio de problemas.

— Te falar aqui, Karine. Tu tem a maior cara de metida, quando te vi a primeira vez nem gostei. — Matheus fala e eu sorrio de lado olhando os dois, vendo que eles formariam um casal lindo.

— Sabe, Teco... eu nem me lembro a primeira vez que te vi! — ela sorri jogando o cabelo de lado e eu dou risada da cara de tédio que ele fez pra ela.

Mas meu belo e lindo sorrio se desfez, assim que o Renato parou na minha frente.

— Boa noite, Karine. — Sua voz grossa soa perfeitamente nos meus ouvidos fazendo a bendida da minha pele se arrepiar. — Arielly, será que nois pode trocar um dez rapidinho?

Analisei ele por inteiro, da cabeça aos pés, sabendo o quão hipócrita eu seria de sair daqui e ir para qualquer lugar com ele, mas eu queria ouvir o que ele tinha a me dizer, então. Em silêncio, fiz sinal com a cabeça e me virei, segurando o sorriso do meu rosto, desci as escadas e abri o portão de ferro saindo pro lado de fora.

•••

M.

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