[ 3:34 a.m]
Estava em um canto isolado da casa, já cansado e com os ouvidos doendo por conta do som alto.
Tinha um copo de cerveja na mão e tentava prestar atenção na conversa dos meus amigos, o que estava sendo impossível, já que meus olhos estavam vidrados na morena marrenta que tinha tirado minha paz logo no começo da festa.
Desisto de tentar entender o que meus amigos estavam falando e pego meu celular que estava no bolso, movendo minha atenção para lá.— Colômbia, pode me ajudar? – Senti alguém cutucando meu ombro e me virei dando de cara com Bruna, namorada do meu amigo, segurando duas bolsas em sua mão e me encarando como se fosse a pessoa mais exausta daquela festa.
— Pode falar, Bruninha. – Guardo meu celular novamente no bolso e coloco o copo da cerveja que estava bebendo em cima da bancada que eu estava apoiado.
— Me ajuda a tirar minha amiga daquele meio? – Apontou para a garota na qual estava se referindo e concordei na hora ao perceber que era a Melissa. — O Raphael já está podre de bêbado e eu preciso levar ela pra casa.
Fui em direção à pista de dança improvisada no meio da sala e segurei em seus braços, afastando um homem que estava com as mãos coladas em sua cintura.
— Que porra é essa? Eu nem te conheço, me solta! – Tentou se debater até conseguir se desvencilhar da minha mão.
— Calma rabugenta, a Bruna está te chamando. – Falei em seu ouvido, tentando não usar muita força ao apertar seu braço.
— Eu sei andar sozinha, ok? – Empurrou meu ombro, mandando eu me afastar e apenas revirei meus olhos, exausto daquela noite, guiando a garota até onde estava Bruna.
— A rabugenta está entregue, Bruninha. – Sorri para a loira e peguei a chave do meu carro no bolso. — Quer ajuda pra ir embora também?
— Valeu, colômbia. – Se despediu de seu namorado que estava como um zumbi de tão bêbado com um abraço rápido, falando para ele que iria voltar cedo no outro dia. — Você é o melhor.
Seguimos em direção ao estacionamento do condomínio e parei em frente ao meu carro, abrindo a porta para as meninas entrarem.
— Eu só tomei um copo de cerveja, já é? – Liguei o carro e me virei para encarar elas. — Sua casa é perto daqui?
Perguntei para Melissa, já que Bruna morava com seu namorado.
Ela afirmou com a cabeça e estendi meu celular que estava aberto no mapa para ela colocar o endereço.— Desculpa por tratar você daquele jeito na pista. – Disse baixinho para sua amiga não escutar enquanto me lançava um sorriso sem graça e me entregou meu celular.
— Relaxa, esquece isso.
Sorri para a garota e segui o caminho do GPS em direção a casa da morena.
O endereço felizmente era perto da casa de Veiga e da minha casa, o que já era um adianto pois eu estava quase dormindo no volante.— Chegamos, madames. – Parei o carro em frente ao bloco do apartamento da garota e liguei o pisca-alerta enquanto esperava elas saírem do carro.
— Richard, quer dormir aqui? Você estava quase dormindo enquanto dirigia e eu não quero me sentir culpada pelo seu acidente no trânsito. – Bruna me faz a pergunta e eu olho para a morena que encarava um canto aleatório do carro com total tédio.
— Só se a rabugenta dona da casa estiver de acordo.
Melissa só me responde com um resmungo quase inaudível dizendo que eu poderia ficar e solto uma risada junto de Bruna.
Levei o carro para o estacionamento do prédio e pegamos o elevador, indo de encontro ao apartamento da garota.Assim que a loira abriu a porta, me sentei no sofá e retirei meus sapatos, jogando eles em um canto da sala.
Analisei o apartamento da menina, achando o local bonito e bem grande até bater meus olhos em uma caneca do Flamengo que estava em cima da mesa.— AH NÃO. – Dei um grito consideravelmente alto e me arrependi no segundo seguinte quando a morena me encarou com um olhar mortal.
— Você tá maluco, seu idiota? – Se aproximou de mim como se quisesse me matar e eu encarei Bruna, pedindo ajuda com os olhos enquanto a loira apenas segurou a risada e saiu da sala. — São quatro da manhã e se eu receber multa, você que vai pagar.
— Calma, lindinha. – Segurei seus braços, já que a garota ameaçava me bater e afastei um pouco nossos corpos quando ela se sentou ao meu lado no sofá. — É sério que você torce pro flamengo?
— Com muito orgulho. – Me respondeu enquanto tirava seus saltos, e diferente de mim, colocou eles com toda delicadeza ao lado dos meus tênis.
— Que decepção. – Coloquei meus braços atrás da minha cabeça, tentando arranjar uma posição confortável naquele sofá. — Em qual quarto eu vou dormir?
A garota explodiu em gargalhadas e se levantou do sofá enquanto tentava regular sua respiração para conseguir formular uma frase.
Encarei a garota totalmente confuso quando ela voltou do quarto segurando um travesseiro e um lençol extremamente fino.— Vai dormir no sofá, querido. – Jogou o lençol e o travesseiro em mim e desligou as luzes. — Se não estiver confortável pode ir dormir no seu carro.
Saiu da sala, me deixando com palavras e xingamentos entalados na garganta. Mas eu apenas poderia aceitar meu destino naquele momento, era a única coisa que eu poderia fazer.
Liguei a lanterna do meu celular e arrumei o sofá de qualquer jeito, deitando minha cabeça no travesseiro e me cobrindo com o lençol extra fino depois que tirei minha camiseta por conta do calor que estava naquela sala, já que ela não tinha nem me dado a oportunidade de pedir um ventilador.
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inefável ; richard rios.
RomanceInefável. Que não se pode nomear ou descrever em razão de sua natureza, força, beleza; indizível, indescritível. Que causa imenso prazer; inebriante, delicioso, encantador.