Inefável. Que não se pode nomear ou descrever em razão de sua natureza, força, beleza; indizível, indescritível.
Que causa imenso prazer; inebriante, delicioso, encantador.
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20:35 p.m
— Sí, ella está aquí, mamá. – Franzo as sobrancelhas quando escuto a voz alta de Richard ecoar no corredor de minha casa.
Bufo quando o platinado entra em meu quarto e se joga na minha cama, atrapalhando a série que eu estava assistindo. Ele se deita de bruços e continua falando alto, enquanto eu escuto vozes do outro lado do telefone. Arregalo os olhos no momento em que o garoto põe o celular na minha cara, me dando a visão de sua mãe do outro lado da tela. Era uma chamada de vídeo.
— Put.. Oi, boa noite. – Dou o meu melhor sorriso simpático após fuzilar Richard com os olhos, me certificando de que não estava no campo de visão da câmera do celular.
— Hola, muñeca. – A senhora simpática acenou completamente feliz. — Te dices, mi hijo, ella es muy linda. Qué suerte la tuya.
Apenas continuei sorrindo. Ela fala extremamente rápido, era difícil pensar o que ela falava e traduzir na mesma hora. Richard percebeu minha confusão e sussurrou em minha orelha "Ela disse que você é linda e falou que eu tenho sorte." Porra. Quase chorei agora.
Ela era uma fofa, não parou de sorrir em nenhum momento e me apresentou para todos que estavam na casa. Conheci também a prima tão falada de Richard, Juvena, e sua cunhada, Camila. Camila sabia falar um pouco de português, e esse pouco foi muito utilizado para xingar todas as gerações da Natália.
— Mamá, tengo que irme ahora. – Richard diz após 1h e 20 minutos de chamada. Conseguia entender o que ele falava, já que diferente da família, ele falava lento e com palavras de fácil entendimento. — Vamos a ver una película y quién sabe, tal vez hacer un nietecito para ti.
Deixo meu queixo cair e o encaro perplexa. Ele realmente acabou de dizer para a própria mãe que vamos talvez fazer um netinho para ela? Aonde eu me enfiei?
— Gracias gracias, mi hijo. – Ela diz realmente alegre e fica por mais cinco minutos me elogiando e me fazendo dar tchau para todos que estavam ali presentes. Richard desligou após ter quase uma crise de riso quando sua mãe falou para todos que nós vamos desligar porque vamos fazer um bebêzinho para a família. Jogou na rodinha que íamos transar.
— Você é doente. – Desligo a televisão e me viro de lado, tentando ignorar Richard que ria feito uma gazela.
— Amor, não. – O garoto puxava o ar dos pulmões para conseguir voltar a respirar normalmente e parar de rir. — Desculpa, não foi por querer. – Rodeou minha cintura com seu braço tatuado e deixou alguns selares em meu pescoço.
Me virei de frente para ele e coloquei uma mão em sua bochecha. Querendo explodir de alegria, felicidade, ou qualquer sentimento bom. Não conseguia definir o que eu senti ao escutar aquela palavrinha saindo da boca do garoto.
— Repete.
— Desculpa? – Me encarou confuso. — Não foi por mal, sério, rabugenta.
— Não não. – Revirei os olhos e dei uma risada baixa, dando um selar nos lábios do garoto. — Você me chamou de amor.
Ele comprimiu os lábios em um sorriso e intensificou o aperto em minha cintura. Sua mão livre pousou em meu cabelo, fazendo um carinho lento ali.
— Você não gostou? – Pude ver um brilhinho de insegurança em seus olhos e neguei rapidamente com a cabeça.
— Eu amei, foi muito fofo. – Deixei um sorriso bobo escapar e levei minha mão ao seu cabelo curto também.
— Fofo seu cu, Melissa. – Disse em um tom de brincadeira e uma falsa expressão de raiva no rosto.
— Pronto, voltou as configurações normais. – Passei uma perna por cima da cintura do platinado, colando mais nossos corpos.
— Porra, eu gosto muito de você, coisa chata. – Falou após alguns minutos em silêncio, apenas curtindo a presença um do outro e o calor em nossos corpos juntos. — Em uma sexta feira sem treino no dia seguinte e eu estou aonde? Agarrado na garota mais chata do mundo, cruzes.
— É Richard? Queria estar em outro lugar agora? – Dei um aperto forte na ponta de sua orelha e ouvi o garoto resmungar.
— Não, minha linda. – Aproximou mais nossos rostos e deu uma mordida fraca em meu lábio. — Não tem outro lugar do mundo que eu gostaria de estar agora.