vingt.

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— Amor

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— Amor.. – Richard apareceu na porta do meu quarto com cara de cachorrinho caído da mudança, uma bola de futebol na mão direita e minha xícara do Flamengo quebrada na mão esquerda. — Foi sem querer.

— Richard. – Arfei desacreditava e me levantei em um pulo da cama, pegando o que restava da xícara. — Era autografada pelo Arrascaeta. Eu vou te matar.

Bufei e me sentei novamente na cama, com os cacos da xícara na mão. Aquilo foi tão caro e tão difícil de conseguir que me fez pensar em colar os pedacinhos com cola.

— Desculpa, paixão. Não foi por querer mesmo. – Conseguia ver o arrependimento no olhar dele. Mas que porra ele estava fazendo com uma bola de futebol às 8 da manhã na minha sala? — Se você quiser, eu consigo uma do Palmeiras com os nomes de todos os jogadores para você e ainda vai ser de graça.

— Prefiro ficar sem nada. – Coloquei a xícara na mesinha que ficava ao lado da minha cama e me deitei por cima dos edredons, puxando o garoto para se deitar junto.

— Você é muito rabugenta. – Se ajeitou na cama até ficarmos confortáveis com nossos corpos colados. — Vou ter que cancelar o presente que eu ia te dar. – Fez menção de se levantar da cama e eu o puxei de volta, passando minha perna por cima de sua cintura.

— Desculpa, lindo. – Dei um sorriso forçado e deixei um selar no canto de sua boca. — Que presente, ein?

Ele colocou a mão no bolso enquanto sorria e me pediu para fechar os olhos.
Senti a mão do garoto tremer quando ele se certificou de que eu ficasse com os olhos fechados e pôs a mão no meu rosto, tampando meus olhos.

— Olha, eu sei que meu pedido de namoro foi meio merda. – Ele começou com a voz trêmula e deixou um riso nervoso escapar. — Meio não, muito merda.
Mas você é uma pessoa muito especial para mim, muito mesmo. Porra, o que eu queria era te levar, sei lá, na torre eiffel e colocar uma faixa gigante escrito "quer namorar comigo?" para as pessoas conseguirem ver até daqui do Brasil...

O acompanhei na risada e o esperei terminar.

— ... O que eu quero dizer com isso é que o que eu queria e quero fazer por você são coisas extraordinárias e nada simples. Eu amo o seu jeito rabugenta, amo quando você me bate quando eu olho pro lado na rua, amo o jeito que você briga comigo quando eu digo bom dia para qualquer mulher aleatória que me cumprimenta. Mas eu também amo o jeito que você me consola quando eu perco, até quando eu perco pro seu time, amo o jeito que você mexe no meu cabelo quando eu estou dormindo, amo o jeito que você fala com a minha família, amo o jeito que você não se abala pelo o que falam porque você sabe que o mais importante é o que nós dois sentimos. – Senti meus olhos arderem e se encherem de lágrimas, mesmo fechados. — E por mais que a gente esteja nessa faz uns três, quatro meses, eu amo te amar, Mel.

Que se foda tudo. Tirei a mão do garoto dos meus olhos e o observei com os olhos cheios de lágrimas e a boca aberta em completo choque.
Era a primeira vez que ele dizia que me amava.
Deixei meus olhos caírem para sua mão e encontrei uma caixinha vermelha que o garoto estava segurando enquanto olhava para mim.

— Porra, você estragou. – Ele resmungou e eu me controlei para não rir.

— Continua, amor. Por favor. – Vi o garoto revirar os olhos e encarar o teto.

— Enfim, eu sei que você gosta de coisas simples e de coisas vividas só por nós dois. – Se virou para me encarar com o olhar sério, mas ainda o sentia nervoso. — A gente já namora, somos praticamente casados, com dois filhos nas costas. Mas você quer usar uma aliança comigo? Namorar sério? – Não consegui controlar a risada e nem as lágrimas caindo dos meus olhos. — Teve que ser aliança porque eu acho que ainda é meio estranho andar na rua com coleira.

— Vai se foder. – Limpei as lágrimas e sorri ao ver ele colocar a aliança em meu dedo. — Eu te amo. Que saco, nunca pensei que amaria um rival.
E você não é um simples rival, você joga pro time que eu mais odeio. – Revirei os olhos e coloquei a aliança no dedo dele também.

— Supera a libertadores, lindinha.

— Você é chato, irritante, metido, mesquinho, convencido..

— Tá bom, amor. Já chega de elogios. – Ele passou a mão em meu cabelo e fixou seu olhos nos meus.

— Você é tudo isso, mas eu amo te ter por perto e amo o que você me faz sentir. – Deixei um selar em seus lábios. — Eu amo você. Obrigada por isso.

Richard deixou um suspiro escapar e eu observava seus olhos brilharem.
Deixou um selar longo em meus lábios e na aliança em meu dedo.

— Vou esfregar isso na cara do Raphael.

inefável ; richard rios.Onde histórias criam vida. Descubra agora