dix-sept

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Ajeitei mais uma vez meu cabelo enquanto me olhava no espelho que estava de frente para o sofá da minha sala.
Richard já tinha chegado no Brasil e me mandou uma mensagem falando que estava à caminho da minha casa.
Ele realmente tinha feito o gol e cumpriu com sua promessa de fazer a comemoração fazendo um M com os dedos. Minhas notificações e a Internet explodiram após isso.

Ainda não tínhamos falado sobre namoro e nem exclusividade. Mas era óbvio que estávamos ficando apenas um com o outro.
Richard parou de seguir todas as meninas que não eram da família dele no Instagram, dando mais força aos boatos.

Enrijeci meu corpo quando o som da campainha soou no apartamento, me trazendo de volta à realidade e afastando meus pensamentos.
Quase caí para trás quando abri a porta e o
corpo de Richard se colou ao meu, me abraçando com total força.

— Estava com saudades, chata. – Afundou meus lábios com diversos selinhos e me arrastou para dentro de casa.

— Eu também estava, mas vou sentir mais saudades dos meus momentos de paz. — Disse apenas para brincar com o garoto que ele soltou meu corpo para fechar a porta, tirar seus calçados e pegar Mia no colo, já que a gata estava arranhando a perna dele para que ele a segurasse.

— Até essa feiosa da Mia estava com saudades de mim. – Deixou alguns selares no pelo branco de Mia que miou com o toque do garoto. — Que porra de blusa é essa?

Se referiu a blusa com estampa da cara do Gabigol que eu estava usando. Realmente não tinha colocado a blusa para afetar ele ou algo do tipo. Foi a primeira que estava no meu campo de visão quando fui no closet e fiquei com preguiça de trocar quando ele mandou mensagem avisando que estava vindo.

— Meu namorado. – Puxei o garoto pela mão até meu quarto, quando ele pôs a gata no chão.

Me deitei na cama e senti o corpo do garoto se sobrepor ao meu, afundando seu rosto em meu pescoço.
Aproveitei para fazer um cafuné em seu cabelo
curto e descolorido, enquanto ele murmurava baixo ao pé do meu ouvido.

— Queria dormir por 30 horas seguidas. – Resmungou e saiu de cima do meu corpo para se deitar ao meu lado. — Mas senti tanto sua falta que quero ficar acordado só pra' falar com você.

— Você está se esforçando tanto para subir para categoria de ficante premium. – Observei o garoto revirar os olhos e deixar mais alguns selares em meus lábios, enquanto eu segurava a risada.

— Pensei que já estava na categoria de ficante premium master quase namorado.

— Não namoro com rival. – Dei de ombros, me concentrando muito para não rir da cara de desolado que ele estava fazendo. Claro que era mentira, no jeito que eu estou, aceitaria namorar com ele na hora.

— Disse para minha mãe que você iria preferir comer uma barata do que me namorar. – O garoto virou de barriga para cima e colocou sua perna por cima das minhas.

— Barata é demais, quem sabe um lagarto?

— Você é tão nojenta. – Revirou os olhos mais uma vez e me encarou, agora com seriedade no olhar. — Você me namoraria?

Engoli em seco. Não sabia o que deveria demonstrar para o garoto naquela hora. Estávamos ficando tinha meses, todos pensam que já estamos namorando e eu sabia que sentia algo a mais por ele, só não sabia se era recíproco.

Você me namoraria? – Devolvi a pergunta para o garoto e o observei suspirar, olhando para o teto agora.

— Você me traz segurança, sei lá. É diferente. – Pisquei os olhos, surpresa. — É meio insano eu querer ficar tão perto de você à qualquer hora possível.
Antes, quando eu voltava da Colômbia, eu apenas me trancava no quarto e ficava lá pelos quatro dias de folga que tinha. E hoje dentro do avião tudo que eu conseguia pensar era em te ver logo e querer ficar aqui, só com sua companhia, sem precisar fazer nada...

— Eu sei que a gente nunca comentou sobre sentimentos ou relacionamento, nem sei se você quer isso mesmo e eu estou sendo idiota emocionado. – Trouxe seus olhos para mim novamente. — Eu gosto de você, gosto do que a gente tem, me sinto feliz com você. Então sim, eu te namoraria.

Engoli em seco algumas vezes, tentando achar palavras para responder o que o garoto tinha falado.
Ele ainda me encarava, com seriedade no rosto, mas com um olhar compreensivo. Eu sentia meus olhos arderem e minha garganta se fechar. Estava em êxtase.
Isso era tudo o que eu queria ouvir do garoto.

— Você é surreal. – Coloquei as mãos no rosto, tentando esconder o rubor em meu rosto, estava sentindo minhas bochechas queimarem também.

— Eu gosto de você... muito. — Disse após me recuperar e senti os dedos do garoto no meu coro cabeludo, me fazendo um cafuné. — Eu nunca tinha vivido isso com ninguém e quando eu tentei um pouquinho, o Raphael deu um soco no coitado. Você é incrível, por mais que seu ego seja maior que tudo. Mas você me faz sentir sensações inexplicáveis e uma intimidade natural que eu não tenho com ninguém. Então, sim, te namoraria para caralho.

— Isso é um pedido de namoro? – O garoto riu e deu uma mordidinha no lóbulo da minha orelha. — Pensei que você ia querer um carro de som e uma faixa enorme na portaria do seu prédio pedindo pra você namorar comigo.

— Se você fizesse isso eu iria te matar. – Revirei os olhos e passei a mão no cabelo do garoto. — Quero chocolates e declaração fofa.

— Paixão, vou soltar a declaração mais fofa do mundo para você. – Se ajeitou na cama e apoiou o peso do seu corpo no cotovelo, me encarando por cima. — Minha piroca é sua.

— VOCÊ É RIDÍCULO. – Levei as mãos ao meu rosto novamente, tentando segurar a risada para não dar moral as palhaçadas do garoto. — Como que namora com isso?

— Você já é minha namorada. – Me arrepiei quando senti sua risada rouca próxima ao meu ouvido e seu braço tatuado rodeando minha cintura. — Por bem ou por mal.

— Não estou vendo nenhum chocolate na minha boca e nenhuma aliança no meu dedo. – Me ajeitei na cama, colando mais meu corpo ao do garoto. Ainda estava cedo para dormimos, mas sabia que ele estava cansado da viagem, então faria companhia na cama até ele dormir.

— Já já providencio isso, fica tranquila. – Afundou seu rosto em meu pescoço, deixando alguns selares ali.

Soube que o garoto tinha adormecido quando senti sua respiração quente e pesada batendo contra minha pele.
Me desvencilhei do seu aperto em meu corpo, tendo o máximo cuidado para não fazer barulho e acordar o garoto.

Parei por alguns segundos, sentada na ponta da cama e me peguei observando os traços do moreno.
Realmente não sabia se ele estava falando sério sobre estarmos namorando ou não, era impossível definir quando ele estava no modo brincalhão ou no modo sério.
Mas de qualquer forma, sentia que suas palavras sobre mim foram extremamente verdadeiras e isso me deixava com uma felicidade imensa dentro do peito.

inefável ; richard rios.Onde histórias criam vida. Descubra agora