Inefável. Que não se pode nomear ou descrever em razão de sua natureza, força, beleza; indizível, indescritível.
Que causa imenso prazer; inebriante, delicioso, encantador.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
[08:22 a.m]
Acordei sentindo meus olhos arderem pela luz do sol que invadia o quarto pelas cortinas que estavam abertas e meu ombro completamente dormente pelo peso da cabeça de Melissa que estava deitada ali. A garota ainda dormia ao meu lado, com os cabelos espalhados pelo travesseiro e um sorriso tranquilo no rosto. Me levantei cuidadosamente, tentando não acordar-la. Confesso que estava sentindo uma leve inquietação ao pensar em como as coisas estavam fluindo e estava curioso para ver como ela me trataria após uma noite tão inesperada.
Resolvi sair do quarto, tendo o maior cuidado possível para não fazer barulho. A casa de Melissa passava um ar acolhedor, tinha alguns móveis antigos, fotos de família pendurada na parede e a porra de um ser sinistro parado perto da porta da cozinha.
— Caralho, assombração! – Pulei pra trás quando dei de cara com o tal ser sinistro com capuz na cabeça e uma cara de zumbi monstruosa.
— Não grita, por favor. – Raphael passou as mãos em seu rosto e eu pude notar olheiras escuras e pesadas abaixo de seus olhos. — Que porra, você não dormiu no sofá? Eu vou te matar, Richard.
— Fala baixo também que minha gatinha tá dormindo. – Sentia como se os olhos de Veiga pudessem saltar pra fora a qualquer momento de tanta raiva que ele estava exalando. Então aproveitei o máximo para perturbar. — Não é, mia? Fala pra ele que a nossa mamãe tá dormindo.
Peguei a gatinha de Melissa no colo e quis bater em meu próprio rosto por estar falando essas coisas com a gata e ainda por cima usando uma voz de bebê para irritar Veiga. O que por sinal também estava me irritando.
— Você é nojento, Richard. – Melissa apareceu na cozinha já com a cara lavada, mas com a mesma roupa que dormiu. Coloquei a gata perto da dona e aproveitei para deixar um selar rápido em seus lábios, antes que eu acabasse levando um tapa da morena.
— Eu estou decepcionado, Melissa. – Veiga se sentou na cadeira em frente à bancada e eu e a garota reviramos os olhos na mesma hora, preparados para ouvir o sermão que estava por vir. — Eu te criei tão bem, sempre te dei do melhor, tirei de mim pra te dar. E você faz isso? Fica logo com ele?
— Vovô, você tem a mesma idade que a Melissa e eu sou mais velho que você. Segura a onda. – Abracei a garota por trás, aproveitando o momento que ela estava comendo, então consequentemente estava mais tranquila. — E você tá fazendo o que aqui essa hora da manhã sendo que seu carro tá comigo?
— Eu e a Bruna brigamos. – O garoto bufou e tomou um gole do café que fez. — Só tinha gente casada naquela festa, irmão, você sabe. Ela foi embora antes e reclamou comigo porque eu demorei pra chegar em casa, e quando eu cheguei ela mandou eu sair porque não queria ver minha cara.
A morena se soltou do meu corpo e foi abraçar o irmão, enquanto eu apenas me sentei ao seu lado e roubei sua xícara de café.
— Tpm com certeza, dá um chocolate que passa.
— Para de ser idiota, Richard. – Melissa deu um tapa consideravelmente forte em minha nuca e voltou a apoiar Veiga. — Conversa com ela e explica tudo. Não é normal ela se sentir insegura dentro do relacionamento de vocês, mas pensa um pouquinho, vocês se separaram por um tempo e voltaram agora. Cada tempo junto conta.
— Amor, prometo que em todas as festas eu vou embora junto com você. – Falei somente para irritar a garota e dar uma alfinetada em Raphael.
— Meu deus, o que eu fiz pra merecer? – A garota saiu da cozinha e pude soltar a risada, mas parando na mesma hora com o olhar sanguinário de Veiga sobre mim.
— Ainda não esqueci que você dormiu com ela, vamos conversar sobre isso depois.
— Não rolou nada demais, relaxa. Foi só um beijinho e a gente dormiu na hora porque o filme de terror que ela colocou tava dando muito medo. – Estiquei meu braço para pegar um pouco mais de café e o senti arder pelo tapa levado. — Tá maluco, caralho?
— Você não vai tirar a inocência da minha irmãzinha.
Se levantou feito um zumbi com sono e tédio e foi atrás da garota, me deixando sozinho na cozinha ainda confuso e com uma risada entalada na garganta, pensando o por quê de eu ter me metido nesse ninho de malucos.