Narrador Arthur
Dia do início do apocalipse.
Na escola.
EU ESTAVA COM HARLEY E LILY NA HORA DO INTERVALO, QUANDO UM FORTE SENTIMENTO DE FOME ME FEZ DECIDIR ir até a cantina buscar algo para comer. Avisando que voltaria logo, me afastei das garotas, observando-as de longe enquanto conversavam e riam. No entanto, o sorriso no meu rosto desapareceu quando um barulho alto ecoou pelo ambiente. Todos ficaram em silêncio, e logo os gritos de desespero começaram a preencher o ar. Vi várias pessoas correndo e, paralisado, observei Lilyan, que estava imóvel até Harley começar a puxá-la para algum canto da escola.
Foi então que vi meu amigo Thomas correndo em minha direção.
— Mas que merda, cara! Vamos! Corre! — ele gritou, puxando meu braço.
— Não posso, a Lily, a Harley, preciso ir com elas! — tentei me manter firme.
— Depois a gente acha elas, só vem! — ele falou desesperado.
Então, eu o segui. Correndo rapidamente, chegamos ao banheiro masculino, onde tudo estava relativamente mais calmo. Thomas fechou a porta e se virou para mim, claramente agitado.
— CACETE! — ele exclamou, passando as mãos pelos cabelos negros.
— Que merda está acontecendo, cara? — perguntei, confuso.
— Como você não viu? — Thomas estava claramente tenso.
— Não vi, só ouvi gritos e vi uma correria. — respondi.
— Mano... Umas coisas parecidas com humanos, arrancaram os membros de uma garota aqui do colégio com os dentes! — Thomas explicou, o pânico evidente em sua voz.
— Que? Como isso é possível? — eu estava incrédulo.
— Eu não sei, só sei que precisamos sair daqui, de preferência vivos, e também achar sua irmã, a amiguinha dela, e caralho... os nossos pais! — No instante em que ele mencionou meus pais, meu olhar caiu. Thomas percebeu meu estado abalado e tentou corrigir.
— Perdão, Arthur, não foi a minha intenção te deixar triste. — ele disse com remorso.
— Não tem problema. É o seguinte, lembra quando pulávamos daquela janelinha para matar aula fora do colégio? — falei, apontando para uma pequena janela acima de uma das cabines.
— Lembro... A não, cara, a gente não tá mais no sétimo ano, se lembra? Estamos maiores! — ele respondeu, o óbvio.
— Eu sei, mas você prefere isso ou sair e dar de cara com uma daquelas coisas? — perguntei, e Thomas suspirou, acenando com a cabeça positivamente.
— Tem razão. Lembra dos 3 F's: Foco, Força e Fé! — disse ele, determinado.
— Não se esqueça do quarto F.
— Quarto F? — ele perguntou, curioso.
— O Foda-se — falei, fazendo um gesto de jóia com a mão. Thomas deu uma risadinha e então suspirou.
— Quem vai pular primeiro? — ele perguntou.
— Sei lá.
— Quer resolver no pedra, papel e tesoura? — ele sugeriu, e eu ri.
— Bora! — Era incrível como, mesmo em uma situação tensa, Thomas conseguia tornar as coisas mais leves.
Jogamos. Ele escolheu pedra, eu escolhi papel. Eu ganhei e ele era o primeiro a pular.
— Não é justo! Melhor de três! — ele resmungou.— Cala a boca e vai logo — falei, rindo um pouco.
Thomas pulou e conseguiu sair do banheiro. Agora era a minha vez. Subi na tampa da privada para conseguir pular para fora, quando ouvi batidas fortes na porta e grunhidos assustadores vindo de lá. Me joguei no chão do lado de fora, o impacto foi doloroso e eu caí de mal jeito. Pensei que Thomas fosse rir de mim, mas, para minha surpresa, ele parecia preocupado e me ajudou a levantar.
— Obrigado, parceiro — sorri para ele.
— Por nada. Mas... e agora? Para onde iremos? — perguntou.
— Tive uma ideia! Vamos passar na minha casa e depois na sua. — sugeri.
— Uma boa ideia. — ele concordou.
Caminhamos rapidamente até a minha casa, que não era tão longe da escola. Em pouco tempo, chegamos à minha moradia.
— Vem, entre — falei, abrindo a porta e entrando, seguido por ele. Fechei a porta e a tranquei.
— Casa bonita, mano — Thomas comentou, olhando ao redor.
— Obrigado. Vamos passar o resto do dia aqui e, amanhã, vamos até a sua casa pode ser?
— Por mim tudo bem. —
Me sentei no sofá logo chamando meu amigo para se sentar ao meu lado.
— Cara, eu estou muito preocupado com a Lilyan. — eu disse, sério.
— Não fica assim, nós vamos achá-las. — ele tentou me acalmar.
— Assim espero, mas tem uma coisa sobre ela que só eu e ela sabemos, e isso pode prejudicar muito ela nessa situação. — desabafei.
— Como assim? — ele perguntou, curioso.
— Lilyan é surda de apenas um ouvido. Eu sei que isso pode não parecer nada, e que ela ainda escuta com o outro, mas às vezes algumas coisas passam despercebidas para ela. Isso que me preocupa. — eu expliquei.
— Se acalma, ela está com a Harley, a melhor amiga dela, cara! Vai dar tudo certo, Ley vai ajudar a sua irmã. — disse Thomas, tentando transmitir um sorriso de paz.
Ele tem razão. Vai dar tudo certo!
Ou não....
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Infectar Das Almas.
HorrorQuando um apocalipse zumbi irrompe de forma devastadora, Lilyan, e seu irmão mais velho, Arthur, são surpreendidos na escola. Separada de Arthur no caos inicial, Lilyan se refugia na floresta próxima com sua amiga Harley, tentando escapar da destrui...