Capítulo 7

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Narrador Arthur

Dia do início do apocalipse.

Na escola.

EU ESTAVA COM  HARLEY E LILY NA HORA DO INTERVALO, QUANDO UM FORTE SENTIMENTO DE FOME ME FEZ DECIDIR ir até a cantina buscar algo para comer. Avisando que voltaria logo, me afastei das garotas, observando-as de longe enquanto conversavam e riam. No entanto, o sorriso no meu rosto desapareceu quando um barulho alto ecoou pelo ambiente. Todos ficaram em silêncio, e logo os gritos de desespero começaram a preencher o ar. Vi várias pessoas correndo e, paralisado, observei Lilyan, que estava imóvel até Harley começar a puxá-la para algum canto da escola.

Foi então que vi meu amigo Thomas correndo em minha direção.

— Mas que merda, cara! Vamos! Corre! — ele gritou, puxando meu braço.

— Não posso, a Lily, a Harley, preciso ir com elas! — tentei me manter firme.

— Depois a gente acha elas, só vem! — ele falou desesperado.

Então, eu o segui. Correndo rapidamente, chegamos ao banheiro masculino, onde tudo estava relativamente mais calmo. Thomas fechou a porta e se virou para mim, claramente agitado.

— CACETE! — ele exclamou, passando as mãos pelos cabelos negros.

— Que merda está acontecendo, cara? — perguntei, confuso.

— Como você não viu? — Thomas estava claramente tenso.

— Não vi, só ouvi gritos e vi uma correria. — respondi.

— Mano... Umas coisas parecidas com humanos, arrancaram os membros de uma garota aqui do colégio com os dentes! — Thomas explicou, o pânico evidente em sua voz.

— Que? Como isso é possível? — eu estava incrédulo.

— Eu não sei, só sei que precisamos sair daqui, de preferência vivos, e também achar sua irmã, a amiguinha dela, e caralho... os nossos pais! — No instante em que ele mencionou meus pais, meu olhar caiu. Thomas percebeu meu estado abalado e tentou corrigir.

— Perdão, Arthur, não foi a minha intenção te deixar triste. — ele disse com remorso.

— Não tem problema. É o seguinte, lembra quando pulávamos daquela janelinha para matar aula fora do colégio? — falei, apontando para uma pequena janela acima de uma das cabines.

— Lembro... A não, cara, a gente não tá mais no sétimo ano, se lembra? Estamos maiores! — ele respondeu, o óbvio.

— Eu sei, mas você prefere isso ou sair e dar de cara com uma daquelas coisas? — perguntei, e Thomas suspirou, acenando com a cabeça positivamente.

— Tem razão. Lembra dos 3 F's: Foco, Força e Fé! — disse ele, determinado.

— Não se esqueça do quarto F.

— Quarto F? — ele perguntou, curioso.

— O Foda-se — falei, fazendo um gesto de jóia com a mão. Thomas deu uma risadinha e então suspirou.

— Quem vai pular primeiro? — ele perguntou.

— Sei lá.

— Quer resolver no pedra, papel e tesoura? — ele sugeriu, e eu ri.

— Bora! — Era incrível como, mesmo em uma situação tensa, Thomas conseguia tornar as coisas mais leves.

Jogamos. Ele escolheu pedra, eu escolhi papel. Eu ganhei e ele era o primeiro a pular.
— Não é justo! Melhor de três! — ele resmungou.

— Cala a boca e vai logo — falei, rindo um pouco.

Thomas pulou e conseguiu sair do banheiro. Agora era a minha vez. Subi na tampa da privada para conseguir pular para fora, quando ouvi batidas fortes na porta e grunhidos assustadores vindo de lá. Me joguei no chão do lado de fora, o impacto foi doloroso e eu caí de mal jeito. Pensei que Thomas fosse rir de mim, mas, para minha surpresa, ele parecia preocupado e me ajudou a levantar.

— Obrigado, parceiro — sorri para ele.

— Por nada. Mas... e agora? Para onde iremos? — perguntou.

— Tive uma ideia! Vamos passar na minha casa e depois na sua. — sugeri.

— Uma boa ideia. — ele concordou.

Caminhamos rapidamente até a minha casa, que não era tão longe da escola. Em pouco tempo, chegamos à minha moradia.

— Vem, entre — falei, abrindo a porta e entrando, seguido por ele. Fechei a porta e a tranquei.

— Casa bonita, mano — Thomas comentou, olhando ao redor.

— Obrigado. Vamos passar o resto do dia aqui e, amanhã, vamos até a sua casa pode ser? 

— Por mim tudo bem. —

Me sentei no sofá logo chamando meu amigo para se sentar ao meu lado.

— Cara, eu estou muito preocupado com a Lilyan. — eu disse, sério.

— Não fica assim, nós vamos achá-las. — ele tentou me acalmar.

— Assim espero, mas tem uma coisa sobre ela que só eu e ela sabemos, e isso pode prejudicar muito ela nessa situação. — desabafei.

— Como assim? — ele perguntou, curioso.

— Lilyan é surda de apenas um ouvido. Eu sei que isso pode não parecer nada, e que ela ainda escuta com o outro, mas às vezes algumas coisas passam despercebidas para ela. Isso que me preocupa. — eu expliquei.

— Se acalma, ela está com a Harley, a melhor amiga dela, cara! Vai dar tudo certo, Ley vai ajudar a sua irmã. — disse Thomas, tentando transmitir um sorriso de paz.

Ele tem razão. Vai dar tudo certo!

Ou não....

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