Capítulo 16

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Narrador Arthur

APÓS O ABRAÇO SILENCIOSO, O PESO DA PERDA pairava sobre nós, pesado e implacável. O som de nossos suspiros e do choro de Thomas parecia o único alívio em meio ao caos do apocalipse zumbi. O quarto estava agora um cenário macabro, com sangue espalhado e o cheiro de morte no ar.

— Vamos precisar sair daqui logo. — Eu disse suavemente, tentando manter a calma. - Eles... eles não vão ficar parados por muito tempo.

Thomas, ainda com o rosto enterrado em meu pescoço, balançou a cabeça lentamente. Depois de um tempo, ele se afastou, limpou as lágrimas com a manga da camisa e tentou recompor-se.

— Certo. — Ele murmurou, com a voz embargada. - Vamos sair daqui.

Apoiei Thomas enquanto ele se levantava, e ambos começamos a andar pelo corredor da casa. As emoções ainda estavam à flor da pele, mas sabíamos que não podíamos ficar parados. Devíamos encontrar um lugar seguro e planejar nossos próximos passos.

Saímos da casa e nos dirigimos novamente para as ruas, que agora pareciam ainda mais hostis. A cidade estava repleta de perigos, e o que antes parecia ser um simples caminho para a casa de Thomas se tornou um desafio mortal. Enquanto caminhávamos, Arthur e Thomas trocavam poucas palavras, absorvendo o impacto do que acabaram de passar.

— Arthur... - Thomas começou, sua voz ainda trêmula. — O que faremos agora? Nós... nós não temos para onde ir.

Precisamos encontrar um local seguro para nos estabelecermos por um tempo. — Eu disse, tentando ser o mais firme possível. — Vamos procurar um lugar onde possamos descansar e nos reabastecer. Também precisamos pensar em como encontrar minha irmã.

Antes que Thomas pudesse responder, uma garota loira surgiu correndo em nossa direção, gritando desesperada. O pânico em seus olhos era evidente. Eu e Thomas ficamos paralisados por um momento, mas logo entendemos o motivo de seu desespero quando vimos uma dezena de infectados atrás dela, avançando rapidamente em nossa direção.

— O que estão fazendo parados, imbecis? Corram! — Ela ordenou, e a urgência em sua voz nos fez reagir imediatamente.

Todos nós começamos a correr juntos, sem parar, com o medo e a adrenalina nos impulsionando. A sensação de perigo iminente nos uniu na luta pela sobrevivência, enquanto a horda de infectados se aproximava cada vez mais.

 A sensação de perigo iminente nos uniu na luta pela sobrevivência, enquanto a horda de infectados se aproximava cada vez mais

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Encontramos um local seguro: uma casa aparentemente abandonada. Entramos rapidamente e nos escondemos dos zumbis, trancando a porta atrás de nós e respirando fundo.

Antes que eu pudesse fazer qualquer pergunta, Thomas agiu com uma fúria que eu não havia visto antes. Ele empurrou a garota contra a parede e a segurou pela gola da camiseta, seus olhos cheios de uma raiva amarga.

— Quem é você? — Ele exigiu, sua voz carregada de tensão. O luto e a angústia estavam claramente tomando conta dele, e isso se refletia em sua expressão feroz.

A garota, claramente assustada, desviou o olhar entre mim e Thomas, como se buscasse um pedido de socorro em meus olhos.

— Não olhe para ele, olhe para mim. — Ele disse, tentando manter a firmeza na voz. — Fui eu quem fez a pergunta.

— Thomas, pare com isso, ela só... — Eu tentei intervir, mas Thomas não me ouviu. Em um ato de frustração, ele deu um soco na parede ao lado da cabeça da garota, fazendo eu e ela estremecermos com o impacto.

— Só está assustada? Todos nós estamos, Arthur. — Ele retrucou, a raiva evidente em sua voz, enquanto mantinha a mão firme na gola da camiseta da loira. A tensão na sala era palpável, e o desespero de Thomas estava claramente à flor da pele.

—Thomas só me escute...— me aproximei encostando minha mão em seu ombro, o fazendo largar a garota, mas ela não moveu nenhum músculo.

O olhar de Thomas estava carregado de exaustão, um olhar que parecia refletir a perda de tudo. Eu entendia o que ele estava passando - já havia experimentado aquela dor. No entanto, ele estava ultrapassando os limites, e eu sabia que precisava intervir antes que a situação saísse ainda mais do controle.

Sem aviso prévio, Thomas me abraçou com força, e todos os músculos do meu corpo se tensaram com a surpresa. Eu retribuí o abraço, tentando oferecer algum conforto. Quando finalmente nos soltamos, nos encaramos, e então voltamos nossa atenção para a loira à nossa frente, que ainda permanecia imóvel, como se congelada no lugar.

— Qual é o seu nome? — Perguntei, tentando manter a calma e suavizar a tensão.

— Kimberly. — Ela respondeu, a voz ainda um pouco trêmula.

— Nome de patricinha mimada. — Thomas murmurou, com um tom de desdém na voz.

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