Capítulo 18

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Narrador: Arthur

CORREMOS O MAIS RÁPIDO QUE CONSEGUIMOS E, LOGO, chegamos à escola. Abri a porta rapidamente.

— Vamos! Entrem! — fiz sinal para Thomas e Kimberly, que logo entraram.

— Em silêncio, lembrem-se, aqui tem mortos-vivos

Assim que entramos, fechei a porta devagar, certificando-me de que o barulho não chamasse a atenção. O corredor da escola estava mergulhado em sombras, com apenas a luz da lua filtrando-se por algumas janelas quebradas.


— Precisamos encontrar um lugar seguro para nos esconder — sussurrei, olhando em volta. — Alguma sala de aula pode servir.

— Vamos para o banheiro do ginásio; tem uma porta que se fecha bem — sugeriu Thomas, apontando para o fim do corredor.

Kimberly assentiu, a expressão tensa, mas determinada. Começamos a nos mover em direção ao banheiro do ginásio, mantendo os passos silenciosos.

Logo começamos a ouvir pessoas tentando arrombar a porta principal da escola.

— Merda! Corram! — falei, puxando os dois pelos braços. Logo, começamos a ouvir os grunhidos sem vida vindo em nossa direção.

— O barulho da porta está os atraindo para cá! — Kimberly gritou enquanto corríamos.

— Pare de gritar ou você vai atrair mais deles! — Thomas vociferou, a voz carregada de pânico.

A pressão do momento fazia meu coração disparar. Chegamos na frente da porta do ginásio.

— Devemos entrar? — Kimberly perguntou, hesitante e ansiosa.

— Ou entramos ou somos devorados por eles! — Thomas apontou para os caminhantes no final do corredor, vindo em nossa direção. Então, abri a porta e nós três entramos. Na hora em que fui fechar, o braço de um zumbi me impediu de fazer isso.

— Não! Merda! — Sussurrei , tentando empurrar a porta enquanto o zumbi forçava sua entrada. A sensação de seu toque gelado na minha mão era repulsiva.

Kimberly olhou para Thomas, seus olhos arregalados. — O que fazemos agora? — perguntou, a voz tremendo.

Thomas agarrou uma barra de metal que estava encostada na parede. — Temos que nos livrar dele! — exclamou, batendo com a barra na mão do morto-vivo, a desconectando de seu corpo.

Tranquei a porta do ginásio com a mesma barra que Thomas havia usado e logo todos nós fomos ao banheiro do local. O espaço era pequeno e escuro, mas era melhor do que ficar à vista dos caminhantes.

Kimberly se encolheu, abraçando os joelhos. — E se eles entrarem aqui? — ela perguntou, a voz trêmula.

— Não vamos deixar que isso aconteça — Thomas disse, sua determinação evidente.

— Não estou falando dos zumbis, mas sim dos humanos que estavam nos seguindo. — Kimberly disse, a voz carregada de preocupação.

Por um breve momento, havia esquecido deles. A tensão no ar aumentou enquanto começamos a ouvir pesos caindo no chão, barulhos de lâminas e a porta do ginásio sendo aberta.

— Precisamos nos esconder! — Thomas sussurrou, apontando para um dos cubículos do banheiro.

Corremos para lá, nos espremendo atrás da porta de madeira desgastada. O som dos passos ecoava cada vez mais perto, e pude sentir meu coração disparar.

— O que eles querem? — perguntou Thomas, tentando manter a voz baixa.

— Não sei, mas provavelmente não são amigos — respondi, com a respiração ofegante.

O som da porta do banheiro se abrindo ecoou junto aos assobios, os mesmos de antes. A tensão no ar era palpável, e quando Kimberly estava prestes a soltar um grito estridente, coloquei uma das minhas mãos em sua boca, mantendo-a calada.

— Shhh... — sussurrei, olhando nos olhos dela, tentando transmitir calma.

Os passos ecoavam cada vez mais perto. As vozes dos estranhos se tornaram mais claras, e podíamos sentir a ameaça deles se aproximando.

— Onde você acha que eles se esconderam? — uma voz perguntou, ríspida.

— Não sei, mas se estivermos certos, eles devem estar perto — respondeu outra voz, mais baixa.

— Só queremos ajudá-los! — disse uma voz mais grave, falando de maneira bruta.

— Olhe o tom de sua voz, Mike! Acha que acreditarão em você? — pigarreou outra voz, cheia de sarcasmo.

Senti Kimberly tensa sob a minha mão, seus olhos arregalados enquanto ouvíamos a troca de palavras. O desespero crescia. Esses humanos não pareciam ter boas intenções.

— O que vamos fazer? — sussurrou Thomas, olhando rapidamente para a janela.

— Precisamos esperar. Se eles não nos encontrarem aqui, talvez consigamos escapar sem um confronto — respondi, tentando me manter calmo.

— Você confia no que o tal Mike falou? — perguntei, mantendo a voz baixa.

— Nem um pouco. Olhe para eles; o apocalipse começou há um dia e parece que eles estão preparados há anos — respondeu Thomas, com desdém.

— Ouviram algo? — a primeira voz perguntou, fazendo meu coração disparar. Olhei para Thomas, os olhos arregalados, enquanto as lágrimas de Kimberly escorriam pela minha mão.

— Pareciam sussurros... — a voz baixa disse, fazendo uma pausa. — Abram todas as cabines do banheiro!

O som de portas se abrindo e se fechando ecoava dentro do banheiro, e os desconhecidos  estavam se aproximando rapidamente.

Logo, um homem alto e mascarado abriu a porta da cabine em que estávamos, nos encontrando. Mesmo com minha mão na boca de Kimberly, ela soltou um grito agudo. Thomas me olhou desesperado, e em uma fração de segundos, o homem a nossa frente me pegou pela gola do moletom.


— Estão aqui! — afirmou, então os outros vieram e pegaram Thomas e Kimberly.

— Solte-os! — gritei, tentando me soltar da mão dele, mas ele me puxou para mais perto.

Thomas lutava contra a pressão dos outros, e Kimberly estava paralisada, o medo estampado no rosto.

— O que vocês querem? — eu perguntei, tentando ganhar tempo, enquanto buscava uma maneira de ajudá-los.

— Queremos apenas ajudar! Confiem em nós! —



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