Bom sábado! Como estamos? Ainda querendo me matar e matar a Natália? Hoje ela vai pagar um pouco pela decisão que fez.... vamos ver. Comentem muito!!! Quem sabe venho com mais um capítulo amanhã... Boa leitura <3
A música do título é Volta - Gal Costa.
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POV Carol
Voltar pra casa sempre é complicado.
Abri meu apartamento vazio, empurrando as malas. O silêncio que outrora seria um alívio, me atingiu em cheio. Tudo exatamente como eu deixei, organizado e limpo. Meu espaço, sempre um refúgio, agora parecia sem graça.
Sentei no sofá para tentar absorver que estava sozinha novamente. Assim que pousamos no Rio de Janeiro e saímos do aeroporto, Pedro esperava Natália. Apesar de oferecerem carona, preferi chamar um carro e voltar para casa. Não sabia ainda como agir perto de Natália. Não conseguia voltar ao que éramos antes, e muito menos entendia o que éramos agora.
Tudo estava tão diferente.
Sentia que me entendia mais depois dessa viagem. Sabia um pouco mais sobre o que eu queria, sobre o que não podia mais aceitar. Tudo isso não teria sido possível sem Natália.
Me enojava pensar que ela voltaria para casa e teria que fingir estar bem com Ulisses. Conheci uma Natália totalmente diferente daquela primeira durante essa semana. Sua história não era mais aquela que imaginei e invejei, da esposa perfeita com a vida perfeita. Essa podia ser a versão do resto do mundo, mas não era a minha Natália.
A primeira semana foi difícil. Era como se tivesse que me readaptar à minha própria vida, sendo outra pessoa. E sem outra pessoa. O ímpeto de preparar duas tapiocas no café. O hábito de puxar o lençol para voltar a me cobrir depois de ter sido descoberta durante a noite, apenas para lembrar que não tinha ninguém para fazer isso na minha cama imensa. A lembrança do olhar de Natália toda vez que eu passava batom em frente ao espelho.
A vida sozinha, quando passei alguns dos meus melhores dias acompanhada.
Recorro a um velho conhecido: o trabalho. Tudo que eu estava ignorando enquanto viajava precisava da minha atenção, e fiquei feliz com a distração. Os planejamentos das disciplinas do próximo semestre ocuparam meus dias. De vez em quando me engajava em uma ou outra conversa no grupo com o resto das meninas e com Natália.
De repente já era sexta-feira e eu estava com dor na vista de tanto encarar o computador. Só faltava revisar alguns artigos sobre meu projeto de reabilitação para enviar para periódicos e revistas quando ouvi meu celular tocar, me desconcentrando.
— Alô?
— Por acaso você tá na frente do computador tem no mínimo — pausou a fala — cinco horas, Carol?
— Natália? — estranhei seu tom — Como você sabe?
— Porque eu fiz uma piada sem graça por mensagem tem esse tempo aí e você ainda não respondeu. Comeu, pelo menos?
— É... Tem muita coisa pra fazer, Natália.
— Vou mandar um ravioli que você gosta pro seu apartamento e você vai comer, viu? Não posso ir aí pra supervisionar porque tô terminando de resolver umas coisas da galeria com a Malu, mas quero fotos como prova — desligou, sem deixar tempo para minha resposta. Nada fora do comum, e fiquei rindo sozinha. Fechei o notebook, decidindo que já bastava pelo dia.
Malu era, pelo o que eu tinha captado pelas conversas do grupo, uma amiga de Taís que tinha uma galeria e se interessou pelas fotos que Natália havia tirado em São Paulo. Ela me ligou com a novidade, alguns dias atrás, sua voz embargada de emoção — "Eu estou voltando a trabalhar, Carol, eu consegui. Nunca achei que fosse possível. E muito é graças a você". Eu explodindo de orgulho, querendo mandar centenas de flores por ter acompanhado um pouco de sua trajetória de perto. Mas lembrando que Ulisses estava no caminho entre nós, interditando nossas interações. Sempre. Será que ele tiraria tudo de bom na minha vida?
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lágrimas negras // narol
FanfictionApós descobrirem que estão sendo enganadas pelo mesmo homem, Carol e Natália decidem se juntar para planejar uma vingança contra Ulisses. O que começou com um triângulo amoroso pode unir duas retas que jamais se cruzariam, fazendo questões antigas d...