e o que me importa é não estar vencido

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Boa noite, como estamos? Hoje vamos dar um tchau momentâneo pra Carol porque o capítulo é focado na Natália. Espero que gostem e comentem muito, estou muito muito muito feliz com os comentários de vocês nos últimos capítulos <3333. Feliz dia do orgulho lésbico para vocês meus amores, aqui está Natália Cardoso tendo orgulho.

A música do título é Sangue Latino - Secos e Molhados (não poderia ser outra)

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POV Natália

Meu sorriso parecia rasgar minhas bochechas. Fechei os olhos, negando com a cabeça enquanto ria. Meus olhos lacrimejados pela emoção. Mal podia acreditar que era real, que as coisas tinham dado certo para mim. Quando eu pensei que não tinha mais chance, essa mulher me achou. Talvez seja a única coisa pela qual eu deva gratidão à Ulisses: ter colocado Carol na minha vida.

— Repete — pedi, ainda de olhos fechados.

— O que? — ela perguntou, se aproximando para me abraçar.

— Que eu sou o seu amor.

— Era isso que eu queria te dizer — deixou um beijo na minha bochecha — Que você é o meu amor.

— Me perdoa, eu pensei que você não queria nada, pensei que você tinha que achar alguém melhor sem essa bagunça toda...

— Natália — me interrompeu — Essa bagunça faz parte de você. Não tem nada em você que eu não ame — senti um beijo em cada bochecha minha e voltei a abrir os olhos.

— Parece bom demais para ser verdade — minha voz era quase um sussurro. Tinha medo de qualquer movimento brusco acabar com tudo.

— Mas é real — Carol respondeu, pegando em meu braço, meu pescoço, meu rosto. Suas mãos em mim eram como o paraíso — Viu? Eu estou aqui e vou ficar.

Voltamos a trocar um beijo leve. Minhas mãos em volta do seu pescoço e as dela na minha cintura. Nossas bocas sem pressa.

Deixei Carol em casa e a assisti entrar no prédio sabendo que meu coração ficaria lá, junto com ela. No entanto, minha cabeça ainda precisava passar por algumas coisas antes que eu pudesse estar por completo. Não só da maneira que ela merecia, mas que eu mesma também tinha direito. Queria enterrar o que conseguisse para poder virar essa página.

No meu primeiro dia ficando pronta para Carol, acordei no quarto de hóspedes de Helena e com a casa vazia exceto pela cozinheira de sempre. Aceitei um café rápido e um sanduíche, pensando que provavelmente essa era a refeição mais simples que aquela mesa de jantar já tinha presenciado. Quando saí do banho e estava me vestindo, procurei o número de Luísa que trabalhava na minha casa e cliquei no botão de realizar ligação.

— Alô, dona Natália?

— Sem dona viu, Luísa. Me diz uma coisa, Ulisses está em casa?

— Está sim, do... Natália. Cheguei hoje de manhã e vi um monte de coisa quebrada no chão, tive que limpar tudo. Aconteceu alguma coisa?

— Olha Luísa, muita coisa. Estou indo pra casa, não avisa pro Ulisses, tá? Eu te explico tudo depois.

— Pode deixar.

Peguei apenas a minha bolsa e as chaves do carro, fazendo o trajeto em pouco tempo, com apenas uma parada rápida. Minhas mãos apertavam o volante com força. Ao abrir a porta da minha casa, parecia que tudo estava diferente. Podia notar que todos os porta retratos com fotos minhas e de Ulisses tinham sumido. Registros dos piores anos da minha vida. Não faria a menor falta, tal qual o homem responsável por essa bagunça toda.

lágrimas negras // narol Onde histórias criam vida. Descubra agora