Boa noite! Como estão? Vamos nos despedir delas? Deixo vocês com o epílogo e conversamos lá embaixo. Boa leitura, espero que gostem e comentem bastante. Quero ler vocês uma última vez <3
A música do título é Pétala - Djavan
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Setembro de 2026
POV Carol
Encarei a mesa cheia da casa de Natália.
Fiz uma correção mental assim que percebi meu pensamento. Encarei a mesa cheia da nossa casa.
Lembro muito bem do momento em que Natália me fez o convite para morar com ela. Eu olhando a conta de luz com valor mínimo que já estava há semanas na portaria e só recebi quando fui buscar novas roupas para poder trabalhar. Minha noiva usando o pretexto de que eu estava gastando dinheiro do aluguel à toa e que seria mais econômico eu me mudar de vez, já íamos morar juntas depois do casamento, mesmo. Que mal faria?
Na época, pensei em todos os cômodos da casa de Natália que já eram nossos. A cozinha na qual eu aprendia algumas receitas com Luiza. O escritório que foi palco de tantas noites sem dormir trabalhando, com Natália dormindo na poltrona depois de insistir em me fazer companhia. O nosso quarto, minhas roupas já instaladas há muito tempo. A minha cópia da chave, para compensar os atrasos constantes de Natália que me deixavam presa do lado de fora de casa.
E foi assim que, quando convidei os alunos que eu orientaria no estágio para um jantar na minha casa, o endereço que passei no nosso grupo foi o da casa que eu tinha aprendido a chamar de minha muito antes de me mudar oficialmente.
— Duvido que a professora Wanda tenha chamado os alunos dela para comer um negócio chique assim — Tatiana, uma das estagiárias, comentou enquanto se servia do macarrão com camarões que eu tinha pedido para Luiza cozinhar mais cedo. Todos rimos, sabendo que era verdade.
— Na minha cabeça vocês todos são crianças, mas quem quer vinho? — ofereci antes de me sentar e vi quase todas as cinco mãos se erguerem como que querendo fazer uma pergunta em sala de aula — Certo, vou buscar as taças. Artur, escolhe o vinho ali na adega, só não pega o francês com nome complicado porque se não um certo alguém me mata.
Assim que voltei para a sala equilibrando as taças caras e colocando em cima da mesa, escutei a porta da sala ser aberta e passos até a sala de jantar.
— Cheguei! Nossa, as modelos que Helena arrumou não sei onde estavam com menos vontade de trabalhar do que eu, uma cara de quem comeu e não gostou que só você vendo Carol... — seu monólogo foi interrompido assim que parou na frente da mesa e encarou os cinco pares de olhos curiosos sentados — Quem é essa gente toda?
— Natália, são os alunos que eu vou orientar no estágio e no TCC e que eu avisei que ia chamar pra um jantar e explicar melhor como funciona o laboratório... lembra? Te avisei há algumas semanas?
Honestamente, não sabia se ela lembrava. Anos depois, a maneira mais fácil de fazer Natália concordar com algo, ainda mais fácil que uma cara pidona, é pedir no limbo pós sexo e pré sono. E nosso aniversário de namoro — extraoficial porque nunca houve um pedido — foi a oportunidade perfeita.
— Claro que lembro — ela tentou disfarçar, mas não havia nenhum reconhecimento em seus olhos — Bom, fiquem à vontade, mas não à vontade demais — fez um tom falsamente assustador — Vou roubar uma taça de vinho e me retirar para o escritório, finjam que nunca estive aqui — assisti Natália pegar uma taça da mão de um dos meus alunos e prendi o riso, lembrando que devia ser a adulta da situação.
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lágrimas negras // narol
FanfictionApós descobrirem que estão sendo enganadas pelo mesmo homem, Carol e Natália decidem se juntar para planejar uma vingança contra Ulisses. O que começou com um triângulo amoroso pode unir duas retas que jamais se cruzariam, fazendo questões antigas d...