se você quiser e vier pro que der e vier comigo

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Boa noite! Eu já estava com saudades delas. Hoje não tenho muito o que dizer, são 3 mil palavras de boiolice <3 Espero que gostem e comentem muito!

A música do título é Dia Branco - Geraldo Azevedo

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POV Carol

Minhas mãos suavam levemente enquanto esperava pela presença de Natália. Ansiava por ela, após alguns dias longe que pareceram semanas. Pensei nas minhas palavras, meu pedido de que ela viesse para casa.

Casa. Natália esteve no meu apartamento apenas uma vez. Lembrei de como ela se moveu como se conhecesse o lugar há anos, como se tivesse memória muscular dentro do meu espaço. A casa não era o apartamento. Não era um espaço físico, um conjunto de paredes e móveis escolhidos por mim. Era eu. Acho que ela tinha entendido a mensagem.

Olhei para a mesa posta enquanto conferia o ponto do arroz no fogo. A toalha branca e os pratos de cerâmica amarelos, com as flores que tinha comprado para Natália no centro. Não lembrava de ver minha casa tão colorida desde que tinha me mudado. O arroz já estava pronto, então desliguei e passei todo o risoto de limão siciliano com tomate para uma travessa e posicionei também na mesa. Assim que olhei tudo novamente pela centésima vez, a campainha tocou.

Do outro lado da porta, Natália usava uma calça pantalona de tecido e uma blusa de alça que caía solta pelo seu tronco. Suas sandálias já estavam fora dos pés e ela pisou descalça dentro do meu apartamento enquanto fechava a porta atrás de si, ficando frente a frente comigo. Os cabelos que já passavam do ombro estavam soltos e sedosos como sempre. E o mais importante: ela sorria para mim.

— Cheguei — foi só o que teve tempo de dizer antes de eu juntar nossas bocas em um beijo calmo. Senti Natália sorrindo no meio do beijo. Então essa era a felicidade? Tinha quase certeza que sim.

— Até que enfim — murmurei quando nos separamos — Vem, entra. Eu fiz comida, olha. Minha mãe mandou a receita, espero que esteja bom.

— Sua mãe? — percebi que ela tentava disfarçar o entusiasmo em sua voz.

— Sim, a gente tem tentado conversar algumas coisas. Tem sido... bom, eu acho.

— Que bom, meu amor. Parece estar tudo uma delícia. Posso servir o vinho pra nós?

— Não! — me apressei em tomar a frente e encher as duas taças. Entreguei uma em sua mão e brindamos — Hoje eu que estou te recebendo. Na minha casa, na minha vida e no meu coração. Pra ficar até quando você quiser.

— Já disse que você daqui eu não saio e ninguém me tira — ela riu, bebendo um gole.

— Pra você — peguei o buquê de lírios laranjas e entreguei em suas mãos — A internet me disse que lírios laranjas significam atração, admiração e amor renovado. Ao mesmo tempo que essa é uma continuação da nossa história, também é um novo capítulo. Você falou tão bonito aquele dia do evento e me deixou meio sem palavras.

— Não precisa dizer nada Carol, eu amei — ela cheirou as flores e sorriu para mim.

— Mas eu quero dizer — respirei fundo e peguei em uma de suas mãos. Nossos olhos se procurando — Quando a gente se conheceu eu tinha várias certezas e você me mostrou que todas estavam erradas. Você derrubou todos os muros que eu me esforcei pra construir e sempre me viu como ninguém. Amo quando você me olha com a câmera, mas amo mais ainda quando me olha com esses olhos cor de jabuticaba. Você é tão linda, meu amor — passei minha mão pelo seu rosto e vi seus olhos se fecharem para aproveitar o carinho — Obrigada por me mostrar o que é amar e me fazer querer aprender junto com você todos os dias. Você é minha certeza, Natália.  

lágrimas negras // narol Onde histórias criam vida. Descubra agora