se há dores tudo fica mais fácil, seu rosto silencia e faz parar

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Boa noite!! Esse capítulo está IMENSO porque me pediram um momento das duas com o resto das meninas agora que elas são oficialmente um casal e óbvio que quis incorporar. De resto, é um capítulo que acho muito importante para a história e que me emocionei escrevendo 🥺 espero que vocês gostem. Comentem muito e boa leitura <3

A música do título é Ainda Bem - Vanessa da Mata. Também usei para escrever: Olha Só - Terno Rei, Matilda - Harry Styles e Class of 2013 - Mitski. (quem tem mommy issues, respire fundo)

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POV Carol

— Por hoje é isso pessoal, me enviem pelo sistema a atividade antes da próxima aula e venham aqui pegar as provas caso queiram ver as correções — dirigi minha fala à turma de cerca de trinta alunos enquanto desligava meu computador e guardava tudo.

O semestre seguia seu curso e a primeira semana de provas, junto com os rastros do meu desentendimento com Natália, ia embora. As coisas começavam a se acalmar de novo, sentia que nós duas voltávamos a falar de um lugar comum e a mesma língua.

(E era gostoso dividir um idioma com Natália)

Alguns alunos foram até a minha mesa, querendo ver os comentários feitos por mim em suas provas. Era uma turma, no geral, participativa e com a qual eu tinha construído uma certa intimidade. Ulisses geralmente lecionava no primeiro período do curso de fisioterapia, e com isso, fiquei com a missão de ensinar as mentes mais frescas da universidade, os olhos atentos querendo aprender tudo e participar de todas as atividades possíveis. Isso acabava criando uma rede de brincadeiras dentro do que eu permitia.

— Chega, já viram demais, vamos indo que hoje é sexta-feira — fiz um sinal enxotando eles de brincadeira, enquanto recolhia os papéis das avaliações.

— Dia de beber e beijar na boca, né profe? — um dos meus alunos perguntou.

— Você que tá dizendo, não eu — ri, negando com a cabeça.

— É mesmo? Bom saber, professora — escutei a voz característica da minha namorada vinda quase da porta e levantei meu olhar para encontrar Natália andando em minha direção.

— Bora lá, dispersando vocês. Até semana que vem — terminei de me despedir de todos e recebi Natália com um beijo breve.

— Mandou bem, professora Carol! — ouvi uma aluna falar mais alto em tom lúdico, antes de fechar a porta ao sair e deixar nós duas sozinhas.

— Eu estava procurando mesmo esse blazer hoje de manhã — comentou, se referindo ao blazer preto que eu usava no momento. Era o mesmo que ela usava durante a viagem, e me remetia a bons momentos nossos quando ainda tínhamos um pouco de receio uma da outra.

— Precisava de alguma coisa pra colocar com essa calça jeans e a blusa branca, quem mandou você me convencer a ficar mais do que o planejado ontem? Não tinha roupa para dar aula — comentei, puxando-a pela gola da blusa vermelha que ela usava junto com uma calça preta e tênis.

— Não estou reclamando, você fica linda assim meio Cardoso... — sussurrou no meio termo entre meus lábios e meu ouvido, deixando um beijo em minha bochecha seguido por um sorriso meio cafajeste.

— Vamos? Adriana me mandou o nome do bar e as meninas já estão esperando — mesmo derretida com sua fala, me afastei para pegar minha bolsa e entrelacei nossos dedos.

Era aniversário de Adriana e ela tinha convocado todo o grupo para um bar, seguido de uma balada que eu ainda não conhecia. Pedimos um carro e, alguns minutos depois, já estávamos entrando no bar e indo em direção a mesa com todas as nossas amigas.

lágrimas negras // narol Onde histórias criam vida. Descubra agora