Tentativa de assassinato. - Capitulo 24

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Acordei sentada no sofá, com a cabeça apoiada no ombro de Logan, que ainda dormia, afastei-me dele com cuidado e olhei para os lados, tudo continuava como antes, assim que vi que a luz da cozinha estava acessa, e fui até lá, timidamente.

A mãe dele lavava louça calmamente enquanto cantarolava. Ela me olhou com os olhos brilhantes.

- Sam! Bom dia. Espero que tenha dormido bem. - Ela disse inocente. Franzi a testa, e perguntei, tentando parecer delicada:

- Como sabe meu nome? - Ela sorriu, e ligou a torneira para enxaguar um prato.

- O Logan fala muito dos amigos deles. Ele mencionou uma vez você. - Ela disse. Eu senti meu rosto queimar. - Você não deve saber meu nome. É Marisa. - Eu sorri, e afirmei.

- Prazer. - Marisa se virou pra mesa.

- Quer tomar café? Eu fiz bolo. - Ela indicou o forno. Eu fiquei com pena dela. Uma senhora de tão bom coração, às vezes sofrendo ataques dos próprios medos...

Marisa colocou o bolo na mesa, e cortou um pedaço e me entregou, comecei a comer. Logan apareceu na porta esfregando a cara.

- Bom dia Malcon. - A mãe dele disse sorridente. Logan suspirou e sentou em uma cadeira, e disse paciente:

- Mãe, eu sou o Logan. O papai já morreu. - A mãe dele parou o que estava fazendo, e o sorriso se apagou, dando lugar a um rosto triste e apagado.

- Quando morreu? - Ela disse, com voz fraca. Logan apoiou a cabeça na mão, e olhou pra mim.

- Já faz tempo mãe. Papai já não está mais aqui, repito isso há anos! – Logan exclamou. A mãe dele se apoiou na pia, e disse atônita e triste:

- Eu juro que hoje ele se levantou e me deu bom dia... Com a mesma arma na mão, ele não larga aquela arma. - Logan fechou os olhos, e contraiu os lábios. Terminei de comer, e a mãe dele disse:

- Porque não vão brincar lá fora? - Ela disse, voltando ao sorriso e a voz sonhadora de sempre, como se nós dois fossemos duas crianças felizes. Logan fez uma careta, e se levantou, me chamando com a mão. Eu levantei timidamente, e fui atrás dele. Ele sentou no sofá, e olhou pela janela.

- Você vai ter coragem de sair? - Ele perguntou. Engoli em seco, e respondi:

- Não sei... Eles têm armas, e moramos atravessando a rua! – Logan concordou e pegou o celular discando o número de alguém, e depois de alguns segundos, sua chamada foi atendida. Ele falou, e pelo jeito estava chamando alguém pra ir ali. Depois que ele desligou, ele disse:

- Chamei a Lolla. - Eu contraí o lábio. Não sabia se Lolla iria querer me ver. Depois de tudo que eu disse, depois de ter acusado ela.

- Precisamos fazer algo Sam. Não dá pra continuar, sabendo que ela é assassina de várias crianças, sem denunciar para alguém. - Logan disse. Esfreguei as mãos.

- Eu sei! Mas... Mas estou com medo. Eles vão conseguir fugir, e então irão perseguir a gente. Foi por isso que não deixei sua mãe ligar ontem. – Eu fui abaixando a voz. Logan olhou para a janela de novo, depois me olhou e voltou olhando para a janela, logo após levantou-se, e caminhou até a porta, saindo para o jardim.

Observei-o da janela. Logan olhou pelo olho mágico, depois tirou uma chave do bolso. Fiquei com vontade de me esconder embaixo do sofá, se fosse possível, pois eu tinha medo que alguém estivesse plantado ali, ele abriu a porta lentamente, e olhou para os lados. Fiquei observado ele, tensa. Ele voltou, fechando a porta, e passando a chave.

-Tem alguém lá? - Eu perguntei. Logan negou com a cabeça.

- A rua está vazia. Apenas a porta está um pouco... Despedaçada. - Ele disse, sorrindo. Afastei o cabelo do rosto, e disse:

- Eles não vão desistir tão fácil assim. Convivi com Alyce tempo suficiente pra saber disso. - Eu disse, aflita. Logan afirmou com a cabeça.

- Eu sei disso. Não fica preocupada. Se eu tiver do seu lado, não vou deixar nada acontecer com você. - Ele disse, fazendo minhas orelhas ficarem quentes.

- Eu não sei o que vou fazer. Quero saber se Jane está bem... O que é algo duvidoso - Eu disse. Logan negou com a cabeça, e disse:

- Esquece isso por enquanto. Vem, vou te mostrar. - Ele disse, levantando, e fazendo sinal pra eu segui-lo. Levantei indo atrás dele, que subiu as escadas e eu parei aflita. Logan se virou pra mim, confuso.

- Algum problema? - Ele perguntou. Eu franzi a testa, desconfortável. A escada dele era um pouco maior que a de Alyce, e acho que sem querer, fiquei com trauma de escadas.

-... A esc-escada... É... - Eu tentei dizer. Eu parecia uma retardada, com medo de subir uma escada, porém sempre que eu olhava pra ela, lá em cima, eu pensava em Alyce, e na minha sensação horrível de que eu ia cair.

Logan me olhou por algum tempo, depois fez cara de quem entendeu, e voltou me dando à mão.

- Tudo bem, você não vai cair. Você deve ter ficado desconfiada depois do que aconteceu, não? - Eu afirmei, e ele sorriu, apertando minha mão, e sussurrando:

-Tudo está bem, eu estou do seu lado. - Eu contraí os lábios, e subi. Quando cheguei ao alto da escada, vi dois quartos. Um de cada lado. Logan me puxou pra um, e me guiou para uma porta. Ele abriu, e o ar frio da manhã invadiu o quarto, logo percebi que era uma varanda, o mesmo puxou pra lá. Eu observei a rua. Depois vi a casa de Alyce, observei que a porta deles estava escancarada. Todas as luzes estavam acessas. O jardim estava bagunçado, como se um bando de vacas tivesse pisoteado. Na entrada, havia garrafas de bebida alcoólica vazias no chão.

- Parece que a noite deles não foi muito boa. - Logan disse, sorrindo. Eu abri um sorriso no canto da boca.

- Olha a Lolla já está chagando. Vamos? - Eu afirmei, seguindo ele.
Descemos, e deixei o Logan ir abrir. Olhei pela janela, e vi Lolla. Mas... Diferente...

Eles entraram, e pude ver que Lolla estava com marcas de mão no pescoço, ela soluçava, nervosa.

- O que aconteceu?! - Logan perguntou, entrando atrás dela. Levantei assustada. Lolla chorava compulsivamente, e alisava a garganta, onde tinha marcas de mãos, a mesma estava muito assustada para falar, mas eu já sabia. Lolla quase tinha sido enforcada.

Tem alguém aí? - Volume 1 Onde histórias criam vida. Descubra agora