resumo: brasil perde contra os estados unidos na semi-final e você tenta consolar julia bergmann.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
×
— Brasil com dez pontos, Estados Unidos com catorze. — diz o narrador. A equipe brasileira saca a bola. — Lembrando que esse último set vai até quinze... Skinner! Que grande defesa da Nyeme!
Roberta faz o levantamento perfeito para Rosamaria, que acerta a bola na paralela, fazendo o ponto.
— Nada está perdido ainda! Temos que acreditar! — o narrador se segura para não gritar de emoção, estando tão nervoso quanto todos os torcedores nesse momento. — Nyeme arrasa na recepção, a bola é da Gabi! A equipe estadunidense recebe a bola e se prepara para o contra-ataque!
A bola encosta no chão. Você não foi rápida o suficiente para mergulhar para frente e tentar defender.
Silêncio.
— Acabou. — a voz do narrador está tão desanimada que parece que de repente, ele foi parar em um cemitério. Todo o time dos Estados Unidos corre para um abraço grupal e comemoram, fazendo muito barulho. — O sonho do terceiro ouro da Thaisa infelizmente não se realizou.
A torcida brasileira tenta fazer algum barulho, mas é inútil. Sua equipe foi eliminada na semi-final, apesar de muito esforço até aqui. Todas as garotas da equipe saem da quadra e você pode ver Thaisa chorando sem nem tentar esconder.
Carol está cabisbaixa, assim como Rosamaria. Gabi encara as estadunidenses com a mandíbula trincada, o ódio por ter roubado o sonho da sua equipe é nítido do olhar da mulher. Você, assim como elas, está triste.
É claro, você perdeu a semi-final das Olimpíadas.
Você sabia que poderia ter sido melhor, sabia que tinha rapidez e força o suficiente para ter sido uma líbero mais defensiva no último set. Porém, ao olhar para a ruivinha que tanto ama na parte de trás, o rosto escondido entre as mãos, você sente o seu coração partir. É a primeira Olimpíada dela e todos, inclusive ela, juraram que a equipe do Brasil iria para a final. Até mesmo ganhar a tão desejada medalha de ouro.
Você corre até Julia Bergmann, sentando ao lado dela e puxando o corpo dela contra o seu. Você não tinha muito conforto a dar a ela, tendo em vista que você também estava triste, mas você se sentia na obrigação de tentar consola-la.
A ruiva não hesita em te abraçar de volta, chorando como uma criança em seus braços.
— Tá tudo bem... — você tenta, hesitante. Não estava nada bem, mas você não sabia exatamente o que falar. Sua mão direita faz um carinho leve nos cabelos lisos avermelhados. Provavelmente as câmeras devem estar focadas na interação de vocês duas, mas quem se importa? Todo sabem que vocês são melhores amigas fora das quadras, e você gosta dela um pouco mais que isso em segredo. — Não acabou ainda, temos a chance de ganhar medalha de bronze.
Isso definitivamente não ajudava.
Bergmann afastou um pouco, o rosto próximo ao seu. O rosto dela vermelho, os olhos molhados. Você não sabia o que era pior: vê-la dessa maneira ou perder a semi-final para os Estados Unidos. Ambos partiam o seu coração.
— Para de chorar. Se não eu vou chorar também. — você diz, com um sorriso triste. A ruiva também solta uma risadinha, deixando que você limpasse as lágrimas dela.
— Desculpa...
— Não, não peça desculpas. Ainda temos chance, certo? — você diz mais uma vez. A essa altura, você pode ver Carol sendo entrevistada, Zé abraçando Gabi como um pai e Thaísa sendo consolada por Nyeme.
— Sim. — ela responde. A ruiva respira fundo, tentando parar de chorar e sorri quando uma lágrima derrama do seu olho. — Não chora.
— Não vou. — você responde, limpando a lágrima isolada. Bergmann te dá mais um abraço demorado, sem se importar com nada mais. Ela é o melhor conforto do momento e não sabe disso. Quando o abraço chega ao fim, vocês se levantam e erguem a cabeça.
Ainda tinha uma medalha de bronze para ganhar. E vocês não iriam desistir agora.
