resumo: você se irrita com as provocações do time adversário, mas a capitã do time te impede de perder a cabeça.
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A equipe do Brasil já tinha enfrentado a Turquia antes, ainda nas Olimpíadas de Paris 2024. Mas é claro que elas teriam que voltar nas finais para disputar a medalha de bronze. E é mais claro ainda que você já estava farta do comportamento ridículo e infantil de Karakurt, a oposta do time turco.
Brasil estava ganhando de dois sets a zero quando o time adversário fez quatro pontos seguidos e conseguiu atingir a mesma quantidade de pontos brasileiro. 15 a 15.
Você, como ponteira, estava cada vez mais irritada com as provocações e encaradas de Karakurt quando o time dela ganhava um ponto, e todas da sua equipe perceberam isso.
— Carol falha no bloqueio e é ponto da Turquia. — fala o narrador, sem ânimo algum. — 16 a 15 em um segundo set complicadíssimo.
Karakurt bate no peito de forma debochada, se aproximando da rede que separa as duas equipes e rindo maldosamente na direção de Carol. A turca aponta para a central e coloca o indicador na frente da boca, como se mandasse ela ficar em silêncio.
Você encara a cena e sente o ódio queimar sua pele. Gabi também está brava ao seu lado, mas diferente de você, ela sabe controlar a raiva e focar no jogo.
— Essa bola é minha. — você diz quando se aproxima das garotas. Elas assentem e todas voltam a posição específica. O time turco saca e Nyeme recebe, a bola voando alguns metros de altura antes de Carol levantar e você fazer o que tem que ser feito.
A bola bate no chão adversário a quase noventa e oito quilômetros por hora. Você encara Karakurt com a maior cara de vadia, vendo ela revirar os olhos e xingar algo em sua própria língua.
— Vai tomar no cu! — você diz alto, mas não alto o suficiente para que ela escute. A torcida brasileira está fazendo muito barulho, mas quem sabe o mínimo de leitura labial entende o que você acabou de dizer.
Você sente um mão no seu braço te trazendo de volta para o jogo e quando vê, Gabi está encarando. Ela não está brava com você, um sorriso pequeno enfeitando seus lábios, mas ela quer que você não cause mais tumulto agora que estão tão perto de ganhar.
— Vemos que a S/n já está farta das provocações de Karakurt. — diz o narrador, vendo a cena com um sorriso tão grande que quem o visse, sabia que ele estava adorando as provocações.
— Gabi tenta trazer ela de volta, não deixa ela cair nas provocações da Karakurt, porque ela sabe que é exatamente o que a equipe turca quer: desestabilizar a nossa ponteira que está jogando muito hoje. — adiciona a comentarista.
— E o saque é do Brasil.
Elas recepcionam bem a bola sacada e se preparam para o contra-ataque. Nyeme pega mais uma bola perigosíssima, você levanta e Rosamaria ataca, mas elas acertam o bloqueio. A bola volta para Gabi que recebe em direção a Carol. A camisa 15 ergue a bola em um tapa fraco e você acerta a bola com força.
Acerta bem a cabeça da Karakurt, mas ninguém saberia dizer se foi de propósito ou não. Você começa a rir sem se preocupar em disfarçar enquanto a turca finge estar sentindo dor no local que foi atingida.
- Ponto do Brasil com uma tijolada de S/n na cabeça da Karakurt! - o narrador está animado, rindo até para as paredes enquanto diz.
— Cara de cu do caralho. — você sussurra para si mesma, apontando para a garota que te encara com raiva. Vocês duas estão com a raiva cada vez maior, aumentando ainda mais a competição nesse fim de set.
E com um piscar de olhos, o placar já marca 20 a 17. Brasil na frente por três pontos.
A equipe da Turquia saca a bola, acertando um ace, porque a Nyeme não conseguiu chegar na bola a tempo. Vocês dão o típico abraço grupal, você encarando Karakurt do outro lado da rede. Ela está rindo de novo.
No próximo saque quem recebe a bola é Gabi e você levanta para Rosamaria, que quase marca um ponto se não fosse pelo líbero do time adversário ter mergulhado no último segundo em um peixinho para pegar a bola.
Alguma garota do time turco que você não se importa em saber quem é levanta a bola para Karakurt, mas você e Carol estão muito bem posicionadas para conseguir bloquear o ataque. A bola cai nos pés da sua inimiga em quadra.
Carol grita em comemoração, a torcida vibrando junto quando você ri na direção da garota do outro lado da quadra.
— Chora não, estúpida! — você diz alto, querendo que ela escutasse. Aparentemente ela o faz, pois se aproxima da rede, ficando próxima a você enquanto diz algumas palavras na própria língua, te xingando.
Você não se importa quando faz uma expressão triste e finge limpar lágrimas invisíveis dos olhos, indicando que ela estava chorando demais com essa atitude mesquinha.
Você escuta um fuck you saindo da boca dela e não consegue acreditar.
- Fuck you você, vagabunda! - você grita de volta, apontando o indicador na direção dela.
Antes que possa continuar, porém, você sente um puxão no antebraço, te puxando para trás e longe da rede mais uma vez.
É Gabi. De novo.
Rosamaria e Carol estão rindo da cena enquanto Gabi te olha com uma expressão meio obrigada por isso meio não faça isso de novo.
— O que? Ela começou! — você diz quando o técnico Zé pede um tempo. Ele não diz nada, porque o olhar que Gabi te lança é suficiente.
— Eu sei que ela tá sendo irritante, mas precisamos ficar focadas no jogo. — Gabi diz com sua postura de líder. Você revira os olhos e a garota coloca as suas mãos no seu rosto, cada uma de um lado. — S/n, porra.— você bufa, mas olha pra ela. Os olhos castanhos dela são estranhamente hipnotizantes e lindos quando estão tão próximos de você. — Foca no jogo. Ela tá tentando te desestabilizar. Não quero que arrume problema com os árbitros. Você entendeu?
— Sim. — você diz, sem mais a comentar.
— Que bom. Vamos voltar pro jogo e acabar com isso. — ela dá alguns tapinhas fracos na lateral do seu rosto e volta para a quadra, as garotas atrás dela. Rosamaria olha para você e mostra um joinha com um sorriso. Carol somente sorri e você entende que apesar de ter agido infantil como a própria Karakurt, elas tinham gostado.
Afinal, o trauma que você deixaria em Karakurt a faria nunca mais agir como uma idiota medíocre. E você faria questão de acertar quantas bolas fossem precisas na cabeça dela para que ela aprendesse a lição.
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Monsterblock | Imagines SFV
FanficPequenas histórias das jogadoras da seleção brasileira de vôlei.