21 | carolana

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resumo: você e carol discutindo.

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O dormitório do hotel estava silencioso, exceto pelo som suave da sua respiração. Você tinha se jogado na cama assim que chegou do treino, suas pernas doíam, e o cansaço parecia irradiar por todo o seu corpo. Tudo o que você queria naquele momento era fechar os olhos e esquecer o mundo, pelo menos por algumas horas.

Carol entrou no quarto logo depois, ainda sentindo a tensão do treino, mas com algo mais em mente. Ela olhou para você, que já estava deitada de lado, virada para a parede, e soltou um suspiro baixo. Algo estava incomodando a sua namorada há dias, e ela sabia que precisava falar sobre isso. Mas o seu estado exausto a fazia hesitar.

O treino de hoje havia sido muito cansativo e você sequer tinha forças para dar um boa noite de qualidade para a sua namorada, como fazia antes. Bem, o seu cansaço estava fazendo você se afastar dela sem mesmo perceber.

— Amor? — Carol ainda estava com o uniforme do time brasileiro, sentada na ponta da cama dela. Você já tinha tomado o seu banho, o cobertor sobre o seu corpo. A sua namorada sabia que você não estava dormindo, pelo menos não ainda. — Precisamos conversar.

— Carol, não pode ser amanhã? — você murmura, se mexendo no colchão macio. — Eu tô muito cansada hoje.

— Você sempre tá cansada. — ela suspira. — Eu preciso conversar com você.

Você aperta os olhos, sentindo a sensação de culpa que se instalava em seu interior. No fundo, você sabia o que ela estava querendo falar. Você estava se afastando da sua namorada por causa do trabalho e da pressão que sentia. Não era sua intenção, você realmente não queria isso, mas sua cabeça estava muito cheia com as Olimpíadas, vitórias, medalhas de ouro e no fundo você estava quase surtando.

— Sério, amor, não pode deixar pra amanhã? — você tenta, com uma respiração profunda.

— Você sempre diz pra deixar pra amanhã. Eu entendo que você esteja cansada, mas se você continuar evitando, nunca vamos resolver nada.

Você bufa, se mexendo na cama mais uma vez. Você se senta na cama, as costas na parede e o cobertor sobre suas pernas. Carol está sentada na cama dela ao seu lado, o corpo levemente inclinado para frente, os cotovelos apoiados nas pernas.

— Eu não tô evitando nada. — você passa a mão no rosto. Carol te olha e vê que você não está mentindo, sua feição cansada é visível. — Eu só estou cansada.

— Eu também estou. E mesmo assim estou tentando conversar com você. — ela faz uma pequena pausa. O quarto está escuro, mas você pode enxergar a expressão levemente triste de Carol. — Parece que você nunca tem tempo pra gente mais... isso tá me machucando.

Você sente seu coração partir. Nunca foi sua intenção deixar Carol triste como você está vendo agora. Você a ama mais que tudo, mas você estava passando por muita coisa ao mesmo tempo e se sentia meio perdida.

— Você realmente quer falar sobre isso agora? A essa hora?

Carol cruza os braços, te encarando.

— É. Eu realmente quero falar sobre isso agora a essa hora. Toda vez que eu falo sobre nós, você foge. Parece que não se importa mais.

— Não me importo mais? — você pergunta, um pouco desacreditada. — Você sabe que isso não é verdade. Você só escolhe os piores momentos pra gente conversar.

— Talvez seja porque esses "piores momentos" são os únicos momentos que nós estamos tendo longe do trabalho! — Carol aumenta o tom de voz, um pouco de irritação evidente.

Você bufa, passando a mão no rosto.

— Eu tô tentando lidar com tudo, mas tá sendo difícil, ok? Entenda o meu lado também! — você responde no mesmo tom. Carol desvia o olhar, olhando para qualquer canto do quarto menos para os seus olhos.

— E você acha que lidar com tudo sozinha vai ficar mais fácil? Eu sou a sua namorada, poxa, o que custa me contar que tá sendo difícil pra você? — ela murmura em uma reclamação. — Se quiser lidar com tudo sozinha, lide solteira! Parece que eu sou a única que tá tentando manter o relacionamento e você não tá fazendo o mínimo de esforço!

Você abre a boca para responder, mas Carol é mais rápida.

— Quer saber? Pode ir dormir. Não vamos chegar a lugar nenhum desse jeito. — ela não te olha quando se levanta da cama e vai em direção so banheiro. — Descanse. Amanhã tem muita coisa para você conseguir lidar. — fica em silêncio. — Sozinha. — adiciona, batendo a porta do banheiro.

Você somente encara a porta do banheiro em silêncio, sem saber o que fazer. Você está arrependida por deixar o relacionamento de vocês chegar nesse ponto, uma grande quantia de culpa sendo jogada nas suas costas.

Você devia fazer algo para mudar isso, ou perderia Carol para sempre. E isso você nunca aceitaria.

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