6 | carolana

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resumo: carol te consola depois do brasil perder a semi-final, mas, horas depois, é a sua vez de fazer o mesmo.

resumo: carol te consola depois do brasil perder a semi-final, mas, horas depois, é a sua vez de fazer o mesmo

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A torcida do Brasil nunca esteve em um silêncio tão mortal. Por outro lado, os torcedores norte americanos não poderiam estar mais feliz. Claro, o time dos Estados Unidos derrotou o do Brasil na semi-final.

Quando você escutou o apito do juiz encerrando o jogo e concretizando a derrota da sua equipe, suas pernas enfraqueceram ainda no meio da quadra e você caiu do joelhos, para depois se sentar de maneira desengonçada. Você não sabia dizer como estavam as garotas do resto da equipe, você até queria ajudá-las e consolá-las, mas como? Você estava pior que todas ali.

— S/n senta e chora no meio da quadra. — diz o narrador. — É uma cena dolorosa, amigos.

Você cola o peito nos joelhos, abraçando seu próprio corpo e escondendo seu rosto enquanto chora. Seu coração dói, você se sente desolada.

Não demora muito para você sentir alguém se sentar ao seu lado, mas não tem coragem de levantar a cabeça para ver quem é. Somente quando a cabeça dessa pessoa deita em seu ombro, você se ergue minimamente.

É Carol. E ela não precisa dizer nada antes que você quase pular em cima dela para abraça-la. Os abraços dela são os seus favoritos, e ela sabe disso.

Os braços musculosos da mulher te envolvem e você sente menos dor. É como se ela transportasse a sua tristeza para ela mesma, não querendo ver você sofrer.

— Não chora, meu bem. — Carol diz, e você não consegue fazer nada além de chorar ainda mais. A mão dela foi parar em suas costas, subindo e descendo lentamente. — Eu sei o quanto você se esforçou. Nós sabemos. — se refere ao time. Você soluça e ela afasta um pouquinho, o rosto tão próximo ao seu que ela consegue sentir sua respiração trêmula no rosto dela. — Você deu o seu melhor.

Você quer dizer que não foi suficiente tudo que fez para o time, você quer dizer que não merece estar ali se não consegue ajudar a equipe, mas todos os pensamentos negativos desaparecem da sua cabeça quando Carol limpa suas lágrimas com a ponta dos dedos e deixa um beijo na sua testa.

— Eu não consigo acreditar que a gente falhou. — você sussurra, tão baixo que Carol não escutaria se tivesse um centímetro mais afastada do seu rosto. — A gente estava tão perto.

As mãos de Carol fazem carinho na lateral do seu rosto, nas bochechas e limpam algumas lágrimas que insistem em molhar seu rosto.

— Eu sei. Nós fizemos o nosso melhor. Se não foi é porque não era pra ser. — responde, calmamente. Você pode ver nos olhos de Carol que ela também está destruída com essa derrota, somente é muito boa para colocar uma máscara e fingir de durona. Você admira isso nela. A forma de controlar as próprias emoções. — Eu tô com você, tá? — Carol faz o possível para oferecer conforto em meio a dor que você sente e você a agradece imensamente por isso.

Você assente, sem querer dizer mais nada.

Vocês se levantam depois de alguns minutos e saem da quadra, se preparando para cumprimentar as vencedoras e voltarem a Vila Olímpica.

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Depois de um banho quente, horas depois da derrota contra os EUA, você se sente bem melhor, mesmo que a sensação de incapacidade ainda tome conta do seu peito. Quando você sai do banheiro alguns minutos depois, a primeira coisa que escuta é um soluço de choro.

Carol está deitada na cama de solteiro, já tomada banho, o cobertor sobre todo o seu corpo e sua cabeça. Ela está se escondendo de você e não faz o mínimo de esforço para disfarçar.

— Carol? — você tenta, se aproximando da cama dela. A mulher não te responde, deixando o silêncio ser a única resposta. — Carol... não faz isso. — pede, se sentando na ponta da cama dela. — Por favor.

Ela não fala ou faz nada nos próximos segundos.

Você pensa que ela quer ficar sozinha, mas a movimentação do cobertor te impede de levantar e sair do quarto do hotel. Somente os olhinhos de Carol estão fora da coberta. Olhos esses que estão vermelhos e molhados.

Seu coração quebra mais uma vez no mesmo dia, mas você sabia que isso ia acontecer uma hora ou outra. Carol disfarçou muito bem na frente do time, do técnico e até das entrevistadoras, mas a máscara não poderia durar pra sempre. Ela está sofrendo.

Você abre a boca, mas hesita.

— Quer que eu te deixe sozinha? — você pergunta.

O que recebe como resposta é um aceno negativo de cabeça.

Você se levanta da cama somente para sentar mais próxima de Carol. Ela dá espaço e levanta o cobertor para você deitar ao lado dela. Você o faz, dividindo o cobertor e puxando para o seu corpo enquanto Carol se aninha sobre o seu peito quase que automaticamente.

Você não diz nada, não são necessárias palavras. Suas mãos fazem carinhos nos cachinhos quase secos dela, seu coração batendo rápido. Carol chora em silêncio, o rosto agora enfiado na curvatura de seu pescoço. Você não tenta forçar palavras de conforto, porque tudo que Carol precisa agora é da sua presença. É do calor do seu corpo, do seu carinho nos cabelos dela.

Você ficaria ali o tempo que fosse preciso até que ela se sentisse melhor. E ela sabia disso.

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Monsterblock | Imagines SFVOnde histórias criam vida. Descubra agora