resumo: durante um treinamento para as olimpíadas, o treinador te deixa no banco e você e sua namorada rosamaria percebem a falta que você faz.
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A quadra estava silenciosa, exceto pelo som abafado dos tênis raspando contra o piso e o eco distante da bola de vôlei sendo arremessada de um lado para o outro. Era um dia de treino intenso e Zé Roberto estava animado para tentar uma nova formação.
Você era a levantadora titular da equipe e fazia muito bem o seu trabalho. Sempre conseguia enganar o bloqueio dos times adversários e você quase não errava o levantamento. Sempre que levantava a bola para Rosamaria, ela fazia um excelente ataque. Vocês tinham uma sincronia bizarra dentro e fora das quadras e isso era visível.
Assim que você se sentou no banco e viu a levantadora novata do time se levantar e ir para a sua posição dentro da quadra, você suspirou. Zé Roberto achava que estava sendo estratégico, mas você sabia que não.
A bola foi levantada para Rosamaria, que a atacou na diagonal de uma forma um pouco mais imprecisa do que antes. O passe estava certo, na medida, mas você sentia que faltava alguma coisa ali.
A bola não chegava com a mesma precisão e o mesmo ritmo quase intuitivo que tinha quando você fazia o levantamento. Rosamaria tentou se adaptar múltiplas vezes, mas quando a bola passou direto da sua mão pela segunda vez, ela tentou disfarçar a frustração que sentia.
Você batia os pés incessantemente no chão, esperando somente uma permissão que nunca chegaria do técnico para voltar a quadra. Somente quando Rosamaria não aproveitou o ataque e bufou de irritação, Zé Roberto percebeu que talvez aquela estratégia não fosse tão boa quanto tinha pensado.
O técnico finalmente fez uma pausa e pediu para todas se reagruparem, dando mais instruções e chamando a atenção para os erros seguidos da nova levantadora e apesar de não ter sido totalmente culpa dela, estava um pouco cabisbaixa.
Você entrega uma garrafa de água para Rosamaria, que a aceita de bom grado quando se aproxima de você. Zé Roberto continua falando, mas aqueles olhos azuis estão em você e você está um pouco hipnotizada por eles.
Você sorri e é retribuída pela namorada no mesmo segundo.
— Não é a mesma coisa. — ela murmura, deixando a garrafa no chão.
Você assente, os braços cruzados.
— Eu sei.
Vocês duas sabiam que a conexão que tinham em quadra era mais do que apenas técnica; era algo construído ao longo do tempo, algo que nenhum outro jogador poderia substituir, por mais que tentasse.
E Zé Roberto finalmente percebeu isso quando, de repente, você estava sendo chamada para a quadra novamente para jogar. Ele sabia que você e Rosamaria era uma dupla importantíssima dentro das quadras se quisessem chegar até a medalha de ouro.
Dito e feito, o técnico da equipe percebeu que não deveria separar vocês duas mais. Isso nunca deveria ter sido uma opção.
