resumo: sua família sendo feliz.
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Era um sábado ensolarado e tranquilo na sua casa. O ritmo frenético do trabalho e dos compromissos havia sido substituído por um dia de folga mais que bem vindo, permitindo que você, sua esposa Rosamaria e sua filha Ana aproveitassem um dia inteiro juntas em casa.
Ana, com seus seis anos de idade e uma energia contagiante, estava vestida com uma camiseta colorida e calças confortáveis, prontinha para brincar. Com um sorriso radiante, ela correu pelo corredor com uma bola na mão. Rosa estava deitada esparramada pelo sofá enquanto você acabava de colocar uma travessa de lasanha no forno para assar.
— Vou fazer o desenho mais lindo do mundo! — exclama a garota. Saindo da cozinha para a sala, você vê sua mulher ainda deitada na cama, o braço esticado e Ana desenhando um enorme coração na pele dela, um sorriso enorme no rosto. Ao lado do coração, ela desenha duas mulheres e uma criança no meio. — Eu, a mamãe e a outra mamãe!
Você solta uma risada, correndo na direção da garotinha e puxando-a em um abraço apertado. Você gira com ela em seu colo por alguns segundos antes de deixa-la no chão mais uma vez.
— Mamães, sabe o que eu vou ser quando crescer? — questiona a filha, intercalando o olhar entre você e Rosa, que já se sentou no sofá.
— O que, meu bem?
Ana pega a bola no canto da sala.
— Jogadora, igual vocês duas! — o sorriso do seu rosto não desaparece diante tanta fofura. Sua filha joga a bola para cima e tenta rebater, mas a bola acaba batendo na cabeça dela.
Rosa começa a rir, mas você a fuzila com o olhar. Rapidamente a loira se levanta do sofá, ainda sorrindo e se aproxima da filha, ajoelhando no chão.
— Tudo bem, amor? — ela questiona, olhando para a cabeça da criança.
— Tudo bem, mamãe, não foi nada! — diz Ana, se afastando para pegar a bola do outro lado da sala. — Já sei! — quando vê você próxima a Rosa, sua filha te empurra levemente, fazendo você quase cair em cima da sua esposa. — Sentem uma ao lado da outra.
Você obedece, se sentando no tapete ao lado de Rosa.
— Agora fechem os olhos. — pede Ana.
— Você não vai desenhar na parede, né? — você questiona, hesitante. A risada de Rosa ecoa pela sala.
— Não, mamãe! Confie em mim! — pede mais uma vez. Você solta uma respiração e fecha os olhos, assim como sua esposa.
Sem que vocês duas vejam, Ana vai em direção ao próprio quarto e pega um batom e duas tiaras improvisadas feitas de papel colorido e decoradas com adesivos brilhantes. Elas eram um pouco tortas e tinham mais a aparência de uma coroa de carnaval, mas isso não era importante. Ao voltar para sala, você e Rosa continuam no mesmo lugar que ela tinha visto alguns minutos antes.
— Tudo bem. — sua filha quebra o silêncio. Você e Rosa abrem os olhos e encaram com certa dúvida a pequena criança a sua frente. — Posso contar uma história?
— Pode. — responde sua esposa antes que você o faça.
Ana deixa as tiaras ou seja lá o que fossem em cima do sofá, abrindo o batom.
— Em um reino encantado muito longe daqui... — começa a garota, se aproximando de você. Ao ver o batom se aproximando do seu rosto, você pensa que ela vai pintar sua cara e tenta se afastar, mas Rosa coloca a mão nas suas costas te impedindo de mover. — Uma rainha chamada S/n conheceu a rainha chamada Rosamaria. — Ana tira alguns fios de cabelo da sua testa e passa o batom vermelho pela sua pele.
Não demora muito para ela se afastar e fazer o mesmo na testa de Rosa. O desenho na verdade era somente um coração. Torto e borrado, mas o que valia era a intenção.
— Então elas decidiram se juntar e formar a melhor família do reino! — Ana diz, soltando pulinhos animados. — A rainha S/n deu sua coroa para Rosamaria. — sua filha vai até as tiaras de carnaval e te entrega uma delas, indicando que você devia colocar na cabeça da sua mulher. — E a rainha Rosamaria deu sua coroa para S/n. — a garota fez o mesmo movimento mais uma vez.
Rosa colocou a tiara na sua cabeça, um sorriso no rosto dela.
— Mas aí as duas rainhas perceberam que o reino encantado estava muito chato e triste. — Ana se senta na frente de vocês duas, cruzando os braços e fazendo uma expressão triste. Ela se esforçava no personagem, fazendo da maneira mais teatral e dramática possível. — Então chamaram Ana pra viver com elas! — Ana entrega o batom para Rosa e aponta para a própria testa. — Desenha um coração, mamãe! Mas a outra mamãe tem que completar.
Rosa assente, se inclinando um pouco na direção da filha. A mulher segura delicadamente o rosto da criança e desenha na testa dela a metade de um coração. Você desenha a outra metade segundos depois, tentando, e falhando miseravelmente, fazer um coração bonito.
Enquanto a parte de Rosa ficou quase que perfeita, a sua ficou levemente tremida e meio torta.
— Ok. Então as duas rainhas declararam Ana como a princesa oficial do reino! — Ana põe uma das coroas na própria cabeça. A criança não parou de sorrir por um segundo durante todo o tempo. — Mas antes que a história acabe, o livro diz que as rainhas tem que se beijar pra abençoar o reino. — que livro? Você quis perguntar, mas sabia que não existia nenhum livro. A essa altura, o cheiro apetitoso da lasanha já invadia o ambiente.
Rosa virou o rosto para você, sorrindo. Ela deixou uma mão na sua bochecha e te deu um selinho curto. Você escutou as palmas e gritos animados da sua filha, que se levantou.
— O amor é tão lindo! — diz ela, admirada. A garota olha para você e Rosa antes de deixar um beijinho na cabeça de cada uma. — Vocês são as melhores rainhas do mundo. E eu tô com fome.
Disse, somente para sair correndo para a cozinha, deixando para trás você e a sua mulher rindo do que acabara de acontecer. Você e Rosa trocaram um olhar de contentamento, ambas sabendo que a família que tinha era a mais feliz do mundo.
Ali você percebeu que o que tinha construído com Rosa não era somente uma casa e uma família. Era acima de tudo, um lar.
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Monsterblock | Imagines SFV
FanficPequenas histórias das jogadoras da seleção brasileira de vôlei.