Sempre Empatamos

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A coragem é frequentemente associada à capacidade de enfrentar desafios, medos e situações adversas com determinação e bravura. É a força interna que nos impulsiona a agir, mesmo quando o resultado é incerto. Em muitos cenários, a coragem é a chave para vencer obstáculos e alcançar nossos objetivos.

Por outro lado, empatar, no contexto de competições e confrontos, refere-se ao resultado em que nenhuma das partes sai vencedora. Empatar não é exatamente o mesmo que vencer, mas também não é perder. É uma situação onde duas forças se equilibram e, embora não haja um vencedor absoluto, existe uma igualdade que pode ser tão desafiadora quanto uma derrota.

A conexão entre coragem e empatar reside na forma como enfrentamos situações onde a vitória não é garantida. Empatar pode ser visto como um reflexo da coragem em ação. Quando enfrentamos uma competição ou um desafio, o medo de falhar pode ser paralisante. No entanto, a coragem nos leva a lutar até o fim, mesmo sabendo que o resultado pode ser um empate.

Empatar, portanto, pode ser interpretado como um resultado de coragem em uma batalha onde nem sempre há uma resolução clara. Em vez de evitar a competição ou desistir diante do medo da derrota, enfrentamos a situação de frente, e o empate é um testemunho de que estivemos dispostos a arriscar, lutar e persistir. Esse equilíbrio, embora não traga um prêmio definitivo, é uma prova de que a coragem não está apenas em vencer, mas também em enfrentar e perseverar.

- Zoro... vamos, depois me conta.

- não... eu quero falar agora, se não vou perder a coragem.

- a gente precisa ir antes que seu machucado pior-

Zoro bota seu dedo indicador na boca de Sanji, o calando. O esverdeado dá um pequeno sorriso de canto e começa a contar:

— Bem, eu sempre pensei que tudo era simples e fácil. Quando alguém me perguntava algo, eu respondia sinceramente, sem me importar. Também acreditava que bastava eliminar um adversário para ser considerado superior, até conhecê-lo. — Ele respirou profundamente antes de continuar, retirando seu dedo dos lábios de Sanji, que permaneceu em silêncio.

— No Baratie, ao lutar contra Mihawk, percebi que a vida não é sempre tão simples. Além disso, percebi que tenho um rival com quem nunca consigo vencer ou perder; sempre empato, deixando-me com a dúvida sobre quem é o melhor. Sempre demonstrei coragem, mas ao me aproximar de você, essa coragem pareceu desaparecer, e o que eu mais desejava era fugir para não ter que dizer nada. Desde então, senti que minha coragem havia se esvaído, e a única oportunidade que tinha era esta.

— Agora, pretendo expressar exatamente o que desejo lhe dizer há tempos. Não me importo se você não responder, ou recusar, ou simplesmente não aceitar nada do que eu disser. O que quero é comunicar algo que está preso em minha garganta há mais de dois anos, algo que não consegui aceitar. Hoje, finalmente aceito: eu... me... apaixonei pelo meu rival. Apaixonei-me por você, Sanji. Quando o vi caído no chão e pensei que estava morto, senti que minha vida perderia todo sentido. Não sei o que seria de mim sem você. Prometo... que nunca mais lhe causarei dor. Nunca mais levantarei um dedo contra você, a menos que você permita.

O loiro, chocado com a confissão, manteve os olhos azuis arregalados por um tempo, até perceber que estava demorando a reagir e notar também o olhar esperançoso do espadachim. Então, Sanji o sentou suavemente e o abraçou, como se fosse a coisa mais importante do mundo.

— Por que demorou tanto para dizer isso? — Ao notar o tom emocionado em sua voz, Zoro percebeu que Sanji estava chorando novamente. — Você não tem ideia do quanto...

Zoro se afastou do abraço e puxou Sanji para mais perto, unindo seus lábios em um beijo. O gosto salgado das lágrimas permanecia ali. O beijo não foi extenso, mas foi um selar de lábios delicado que dizia tudo. Durou cerca de um minuto, e então se separaram.

Sem Coragem (zosan)Onde histórias criam vida. Descubra agora