Aprendendo com Sra.Johansson | Evansson

➤ Capítulo 16!

📍Boston | 2017

De repente ela sentia muito calor. O suor escorria por sua testa e deslizava até chegar ao seu pescoço. A sua língua parecia seca na boca, desesperada por uma gota de água. Até mesmo seus cotovelos estavam mornos.

Então ela sentiu.

Sentiu um toque tracejando a curva do sua cintura, insinuando que desceria mais para baixo. Sentiu o cabelo sendo puxado pra trás, se enrolando em algo. Sentiu um ar quente contra a sua nuca e logo em seguida uma pequena mordida.

Ela estava de costas, para o que quer que fosse, e estava imersa em sensações. As imagens começaram a distorcer, tornando tudo meio confuso. Mas quando Scarlett girou a cabeça para tender desvendar o que poderia estar a deixando tão... excitada, teve tempo de vislumbrar somente uma coisa. Olhos azuis claros como a água do oceano em conjunto com as sobrancelhas retas e o começo do nariz.

Scarlett viu a escuridão e abriu os olhos, despertando do sono.

Dois segundos depois pulou assustada em onde se encontrava. Não gritou, mas quase caiu da cama com a reação instintiva. Olhou rapidamente ao redor, realmente não reconhecendo o ambiente. Viu seus óculos na mesa e os colocou com a testa franzida.

Foi só quando um peso subiu na cama, que Scarlett finalmente entendeu onde estava. O labrador chocolate pulou no colchão e a cumprimentou com um sorriso de língua pra fora, a lambendo na bochecha.

Aos poucos se lembrou. Noite anterior mal dormida levando a ter o café como combustível para o dia. Christopher oferecendo o próprio café para ela. A aula particular. O frio porque esqueceu o casaco. Christopher a aquecendo com cobertas. O chá. E depois... tinha apagado.p

Ainda meio grogue, Scarlett cedeu um carinho em Otto, ganhando mais lambidas e até um latido.

— Otto — a voz de Christopher retumbou, não estava alta, apenas firme — Sem latir. Vai acordar a Scar.

O animal respondeu a aquilo com mais um latido, dessa vez mais alto. Era tão adorável o jeito que ele queria mostrar que ela estava acordada.

— Ela está dormindo, amigão. Deixe ela descansar.

Ele não estava presente no quarto, mas o cheiro de café foi um indício lógico do que Christopher estava fazendo. Ela afastou as cobertas das pernas, bocejando no processo.

Só assim se lembrou que no seu último piscar não havia duas cobertas azuis e nenhuma cama. O sofá tinha sido o lugar onde caiu no sono, não o quarto.

Enquanto raciocinava, Otto latiu mais uma vez. O efeito ocorreu quando Christopher surgiu na porta, atendendo ao chamado do cachorro.

— Ei, eu não falei para... — ele parou quando a viu sentada na cama — Bom dia.

— Bom dia — ela respondeu, parecendo tímida ou envergonhada — Ele não me acordou, Otto só estava querendo te provar isso.

— Bom. Às vezes é difícil ensinar as boas maneiras, principalmente quando algo saí da rotina — Christopher disse, secando as mão em um pano de cozinha — Já que acordou, vamos tomar café.

— Preciso de uns minutos — exigiu, saindo do colchão devagar — Onde fica o banheiro mesmo?

— Claro. Ali — apontou a porta no canto do quarto.

Ela se enfiou no banheiro, trancando a porta. Ouviu Christopher conversas alguma coisa com Otto e os passos dele se distanciando a medida que as patinhas do cachorro batiam as unhas no piso.

A visão de seu reflexo no espelho era de uma cara amassada e os olhos um pouco arregalados. Seu coque se desfez durante a noite, deixando o seu cabelo próximo a uma juba de leão. Um ponto positivo era que suas olheiras tinham diminuído por conta da boa noite de sono.