Aprendendo com Sra.Johansson | Evansson

➤ Capítulo 6!

📍Boston | 2017

Scarlett começou a se despedir assim que se afastou de Christopher. Ela não entendia porque ficava tão tensa quando conversavam por mais de cinco minutos. Não fazia sentido aquela palpitação.

De qualquer forma, planejando não o encontrar mais na noite, escolheu ir embora de uma vez. Tinha álcool no sangue, estava cansada e trabalharia no dia seguinte. Os pequenos assuntos que só surgiam na hora de ir embora a fizeram ficar por quase vinte minutos dando tchau.

Quando finalmente pode sentir o frio de outono, respirou aliviada. Abriu a bolsa e pegou a chave do carro, ligando o aquecedor depois que ligou.

Deixou que esquentasse por dois minutos de olhos fechados. Pôs a mão no freio de mão, pronta para dar partida, mas foi parada por batidas na sua janela.

— Christopher — ela disse quase como xingamento.

— Hey. É pedir muito por uma carona? — ele perguntou quando ela abaixou o vidro — Não suporto mais essa festa e pedir um Uber está demorando demais.

— Você está falando sério? — Scarlett abriu a boca levemente incrédula.

— Claro. Já viu o tamanho deste condomínio? Estou aqui fora desde que… terminamos a conversa e o tempo de espera é de quase uma hora. Meu pai não vai querer me levar e não estou com o meu meio de transporte aqui.

— Já ouviu falar em ônibus? Metrô? São meios de transporte públicos.

— Então está bom. Essa é sua forma de recusar o meu pedido? Não era mais fácil só ter dito “não” na minha cara de uma vez? — Christopher apoiou os dois antebraços na janela aberta.

— Verdade — assentiu — Não.

Ela virou o rosto pra frente, subindo o vidro e tampando a cara de Christopher. Ele bufou uma risada e deu mais um toque na janela quando se afastou para que ela pudesse sair com o carro. Scarlett, com facilidade retirou o carro da vaga, acelerando pra frente. Fazendo a curva, olhou no retrovisor e viu Christopher sentado na calçada, espiando o celular. 

Minha cota de aluno deu por hoje.

Scarlett disse a si mesma, entretanto, se viu dando ré por uns metros e buzinando. Ela assistiu do retrovisor Christopher levantar a cabeça igual como um cachorro levanta as orelhas ao reconhecer o dono. 

Indignada com sua própria ação, se esticou e abriu a porta do passageiro. Ele deu uma corridinha até o carro e a encarou um segundo antes de subir.

— Obrigado — exclamou, colocando o cinto — O que te fez mudar de ideia?

— Deus tocou meu coração — debochou balançando a sobrancelha — Espero que isso compre o seu silêncio por ter me visto nessa festa.

— Se me queria calado, era só ter dito — ele olhou para os saltos no chão do seu lugar e reparou que Scarlett dirigia descalça — Essas coisas não te deixam menos baixa.

— Diz isso porque tem mais de um metro e oitenta. Perto de homens com menos que isso, fico muito mais alta — Scarlett passou pelo porteiro — Mora onde?

— Na minha casa.

— Que engraçado. Desce do carro.

Ele riu e passou o endereço. Ela sabia que entraria em ruas de universitários bêbados, já que tinha um ao seu lado.

Cinco minutos em silêncio. O tempo durou até que Christopher se livrasse da parte de cima do terno e abrisse dois botões da camisa social.

— Eu estou queimando. Pode diminuir esse aquecedor?