༒ 26 ༒

66 8 0
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A tarde estava se pondo, e a luz alaranjada do sol penetrava pelas grandes janelas da sala de armas, tingindo os pisos de mármore e as tapeçarias com um brilho suave e caloroso

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A tarde estava se pondo, e a luz alaranjada do sol penetrava pelas grandes janelas da sala de armas, tingindo os pisos de mármore e as tapeçarias com um brilho suave e caloroso. As sombras dançavam nas paredes enquanto o vento soprava leve, carregando o cheiro de maresia para dentro do castelo. Era um dos raros momentos de quietude, e Lucerys aproveitava para ficar com seu irmão Jacaerys, como costumavam fazer quando eram mais novos.

Os dois estavam no fundo da sala, em um canto menos iluminado, com armas penduradas nas paredes ao redor deles. Espadas de todos os tamanhos, escudos de brasões antigos, lanças, e até elmos desgastados pelo tempo. O ar estava carregado de um leve cheiro de ferro e couro, uma mistura que trazia à memória o treinamento duro que ambos enfrentaram juntos.

Jacaerys estava sentado em um banco de madeira, afiando uma adaga, seus movimentos precisos e metódicos. Ele sempre fora o irmão mais sério e calculista. Seus cabelos castanhos caíam em leves ondas sobre os olhos enquanto ele mantinha o foco na lâmina, uma expressão concentrada no rosto. Apesar de toda a compostura, havia uma leveza em Jace, uma descontração que só surgia quando ele estava perto de Lucerys.

Lucerys, por outro lado, estava inquieto. Ele caminhava de um lado para o outro, os dedos tamborilando contra o cabo de sua espada presa à cintura. Seus olhos desviavam constantemente, perdendo-se no vazio por alguns instantes antes de voltar ao irmão. Já fazia semanas desde os limites impostos por Gaya, Lucerys sentia que uma hora ele iria pirar com tantos pensamentos que rondavam sua cabeça. Ele tentava encontrar as palavras certas, mas quanto mais pensava, mais difícil parecia dizer o que realmente queria.

Jace levantou o olhar para Lucerys com uma sobrancelha arqueada, percebendo a inquietação do irmão mais novo. Aquele comportamento não era normal de Luke, e isso o fazia pensar que algo estava profundamente errado.

-Você vai acabar cavando um buraco no chão se continuar a andar dessa forma, irmão. -Jacaerys dispara com um tom provocativo, mas suave -O que te atormenta dessa vez?

Lucerys parou, respirou fundo, mas ainda não sabia por onde começar. Ele não podia simplesmente jogar a verdade de uma vez. Suas mãos suavam levemente, e ele as esfregou contra a roupa, como se isso fosse aliviar a tensão.

-É... nada demais, Jace. -o mais novo responde, evitando o olhar -Só... algumas coisas que têm me passado pela cabeça. Sabe, sobre...responsabilidades.

Jace bufou, um sorriso cínico se formando em seus lábios. Ele apoiou a adaga no banco ao lado, cruzando os braços, claramente desconfiado.

-Responsabilidades, Lucerys? Desde quando você fica tão pensativo sobre isso? O que realmente está acontecendo?

O silêncio pairou por um momento. Lucerys sabia que Jace não soltaria aquela questão facilmente. O mais velho sempre tinha um jeito de perceber quando algo estava fora do normal.

Lucerys assente rindo nervosamente.

-É só... Gaya.

Ao ouvir o nome dela, Jace deixou o sorriso cínico se aprofundar. Ele inclinou o corpo para frente, olhando diretamente para Lucerys, como se já soubesse onde isso iria parar.

Ah, agora entendi. É sobre ela, então. -Jace faz uma pausa, o sorriso travesso crescendo em seus lábios -Então, o que você fez dessa vez?

-Eu não... não fiz nada. -ele tenta disfarçar -Quer dizer, nada que não pudesse...

Ele percebeu que estava se enrolando. Jace o olhava como um predador à espreita, esperando pelo momento certo para atacar. Lucerys começou a andar de um lado para o outro novamente, as mãos inquietas. A sensação de calor subindo por seu pescoço o fazia querer esconder o rosto, mas ele sabia que precisava contar.

-Luke, seja lá o que for, só fala logo. -Jacaerys observa a cena rindo -Estou curioso, irmão.

Lucerys parou de andar e, com um suspiro pesado, voltou-se para Jace. Ele não conseguia mais manter o segredo só para si. Aproximou-se e sentou-se no banco ao lado do irmão, os ombros caídos, como se o peso de sua confissão o pressionasse para baixo.

-Olha, eu... eu fiz algo. -diz hesitante, com a voz baixa -Com a Gaya.

O rosto de Jacaerys mudou. A expressão despreocupada tornou-se um misto de surpresa e curiosidade séria. Ele inclinou-se um pouco mais perto de Lucerys, os olhos estreitos.

-O que você fez, Lucerys?

Lucerys desviou o olhar, a vergonha começando a aflorar. Ele esfregou as palmas das mãos nos joelhos, sentindo a pressão crescente.

-Nós... passamos a noite juntos. E não foi só conversar, Jace. -ele responde em um sussurro quase inaudível.

O silêncio tomou conta da sala por um momento que pareceu durar uma eternidade. O som da brisa suave do lado de fora era a única coisa que preenchia o vazio. Jacaerys piscou, claramente processando a informação, antes de soltar uma risada baixa e incrédula.

-Você o quê? -o mais velho diz esboça um sorriso em choque.

Lucerys ficou ainda mais tenso, mordendo o lábio inferior. Ele sabia que Jace não o deixaria escapar disso facilmente. Os olhos de Jacaerys estavam fixos nele, esperando uma explicação melhor.

-Nós... tivemos um momento. -tentando parecer firme ele continua -Foi real, Jace. Eu senti, ela sentiu, mas... agora estamos presos nessas malditas formalidades. Não pode acontecer de novo até o casamento.

Jacaerys balançou a cabeça, um sorriso misto de incredulidade e diversão nos lábios. Ele se levantou e começou a andar pela sala, gesticulando com as mãos enquanto falava.

-Eu não acredito que você fez isso. E agora? Está desesperado porque não pode continuar, não é?

Lucerys soltou um suspiro pesado, passando a mão pelos cabelos. Ele estava desesperado, sim, mas não era só por não poder continuar. Era pela intensidade de tudo, por como Gaya o afetava profundamente, e ele não sabia lidar com isso.

-Eu não sei o que fazer, Jace. -o príncipe diz com a voz carregada de frustração -Eu a quero... de verdade. Mas ela está certa. Temos que esperar, e isso está me matando. O que eu faço?

Jacaerys parou de andar, voltando-se para o irmão com um olhar mais sério, mais compreensivo. Ele sabia que Lucerys estava sendo sincero, e que isso era mais do que apenas um desejo passageiro. Jace cruzou os braços e inclinou a cabeça para o lado, pensativo.

-Você faz o que sempre fez, irmão. Espera. -ele diz em um tom mais suave -Se ela vale tudo isso para você, então espera por ela. Mas... não se deixe consumir por essa frustração. Usa isso. Mostra para ela que pode ser paciente, que pode ser o homem que ela quer ao lado dela. Porque, no final, é isso que ela está pedindo de você, não?

Lucerys olhou para Jace, absorvendo suas palavras. Ele sabia que o irmão tinha razão, mas ainda era difícil aceitar. Ainda assim, um peso parecia ter sido aliviado ao finalmente contar a verdade. Ele assentiu, mais tranquilo.

-Você tem razão. Eu só... preciso me lembrar disso.

Jacaerys sorriu, dando um leve soco no ombro do irmão, como costumavam fazer quando mais novos.

-Você vai sobreviver, Luke. -ele diz rindo do estado do irmão -E, quem sabe, ela te faça valer a pena toda essa espera. -lançado-lhe uma piscadela ele finaliza em tom malicioso.

Lucerys riu, mais aliviado agora.

LOYALT|Lucerys Velaryon Onde histórias criam vida. Descubra agora