𝐀𝐬𝐬𝐚𝐬𝐬𝐢𝐧𝐨 𝐃𝐞 𝐀𝐥𝐮𝐠𝐮𝐞𝐥 (𝑹𝒊𝒏𝒔𝒐𝒖)

Capítulo 14

┆︎ Ran Pov. . . ┆︎

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Dois dias depois.

─── Naho~ ─ chamei por ele de forma manhosa e chorona. Me aproximo, o abraçando por trás e apoiando a cabeça em seu cabelo.

─── Me larga, Ran! Você é grudento demais! ─ reclamou, tentando se desvencilhar de mim. Ele sempre protestou aos meus grude, mas eu sabia que, no fundo, ele gostava.

─── Não quero... ─ murmurei, afundando ainda mais o rosto em seus cabelos lisos, inalando o doce cheiro do seu shampoo.

─── Você é insuportável.

─── Você sempre reclama, mas nunca me empurra de verdade. ─ respondi, rindo baixinho. Senti o corpo dele relaxar, rendendo-se ao abraço.

─── Talvez eu goste um pouco. Só um pouco. ─ admitiu em um sussurro, tão baixo que quase não ouvi.

Sorrindo, apertei-o ainda mais em meus braços. No começo foi uma luta para conseguir deixar ele dócil como ele é agora ─ somente comigo, é claro. Nahoya era muito agressivo e andava sempre estressado, apesar do sorriso largo estampado no rosto, isso engana qualquer bobo (no caso, eu).

Com o tempo, fui percebendo que minha persistência estava valendo a pena. Cada gesto meu, cada pequena demonstração de carinho, cada palavra de afirmação, parecia suavizá-lo aos poucos, fazendo com que ele se entregasse mais aos momentos de ternura, mesmo que nesse processo eu tenha apanhado, e muito. Ainda assim, em alguns momentos eu posso passar dos limites e realmente irritá-lo.

─── Não se acostume. ─ disse ele, forçando uma expressão séria ─ Não quero que todos pensem que sou um amolecido, principalmente por você.

─── Pode deixar, só eu vou saber desse seu lado fofo. ─ garanti, dando um beijo rápido na sua bochecha direita.

Eu queria poder ter um momento mais íntimo com ele, confesso. Faz mais de um mês que estamos juntos, jogando esse jogo de provocações que faz a tensão entre nós aumentar cada vez mais. O problema é que, por mais que eu queira avançar, ele sempre nega esses desejos. Nahoya é complexo, cheio de camadas que ele raramente deixa eu ver ─ em certos requisitos.

─── Sabe, eu continuo esperando, Nahoya... ─ sussurrei rende ao seu ouvido, fazendo-o se arrepiar inteiro.

─── Esperando o quê?... ─ respondeu, a voz trêmula de nervosismo.

─── Você sabe o que é. ─ murmurei de volta, deixando meus lábios roçarem levemente na sua orelha, mordendo o lóbulo, provocando-o de propósito. Eu sabia que o deixava desconcertado quando fazia isso, mas era um prazer inegável ver as reações que ele tinha ─ Estou esperando você liberar essa doce bundinha para mim~

Uma das minhas mãos deslizam até sua bunda, dando um aperto firme. Ele arfa com a pressão dada na carne gorducha, seu corpo reage e enrijece, ficando imóvel aos meus braços.

─── Eu-

No mesmo instante, ele é interrompido pelo barulho da porta.

─── Smiley! ─ a voz do outro lado ecoou no cômodo. Cortando o clima enquanto seu rosto se tingia de vermelho.

"Angry? O que ele está fazendo aqui numa hora dessas?" ─ pensei, franzindo a testa, emburrado com a interrupção.

Rapidamente ele me empurra para longe. Era possível sentir seu desespero, o suor frio escorrendo pela sua têmpora e os movimentos agitados do seu corpo.

─── Droga... ─ ele murmurou entre dentes, tentando recompor a postura ─ Se esconda logo! ─ comandou, a voz baixa, porém tensa ─ Já estou indo, maninho!