Capítulo 17

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┆︎ Souya Pov. . . ┆︎

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Eram aproximadamente seis horas da manhã. Acordo pelo desconforto de ter dormido no sofá. Levanto-me espreguiçando com um bocejo, enquanto sinto o corpo ainda pesado do sono. A luz fraca da manhã invadia a sala pelas frestas das cortinas, trazendo consigo uma sensação de tranquilidade. Caminhei lentamente até a cozinha para preparar o café, sentindo o chão frio sob meus pés descalços a cada passo que eu dava.

Ao chegar na cozinha, o silêncio era quase absoluto, apenas interrompido pelo som suave do vento lá fora. Encho a chaleira com água e a coloco no fogão. Enquanto a água esquentava, peguei a cafeteira e comecei a preparar o café, a água quente borbulhando lentamente enquanto o aroma familiar começava a preencher o ar.

Após o café pronto. Caminho até o quarto do Nahoya para acordá-lo. Ele ama tomar café logo cedo, principalmente com minha companhia. De vez enquanto fazemos isso quando o tempo permite.

Abro a porta, adentrando o quarto. Ando até ao lado de sua cama, vendo ele coberto até a cabeça devido ao frio da manhã. Eu o cutuco algumas vezes, mas ele apenas revira na cama.

─── Nahoya, acorda. Fiz café, do jeito que você gosta. ─ chacoalhei seu corpo, recebendo resmungos de resposta.

─── Hmm...Só mais cinco minutinhos...

─── Acorda logo, Nahoya.

─── Eu já disse mamãe, só mais cinco minutinhos...

─── Eu mereço. ─ reviro meus olhos, pegando a coberta. Em um só puxão, retiro toda a coberta dele, me deparando com seu corpo nu cheio de marcas ─ NAHOYA?!

Ele acorda rapidamente, caindo do outro lado da cama pelo susto. Seu rosto era nitidamente vermelho. Ele se recompõe antes de olhar para mim furioso.

─── O-O que você está fazendo aqui?! Não sabe bater na porta não?!

─── Queria avisar que o café está pronto.

"É melhor eu evitar perguntas."

─── Eu já estou indo. Me espere na cozinha!

─── Okay...

Saio do quarto, indo até a cozinha. Sento-me à mesa, me servindo uma xícara de café enquanto eu o espero, tentando afastar os pensamentos curiosos sobre o que acabei de ver.

Tomo um gole do café, sentindo o calor da bebida deslizar pela minha garganta. Tento me concentrar nas coisas mais simples do momento, como o sabor amargo e revigorante do café, ou o som distante do vento lá fora.

Logo Nahoya apareceu na cozinha, vestindo uma camisa larga e calças de moletom, tentando agir casualmente, mas ainda com um leve rubor no rosto. Ele se sentou à minha frente, pegando a jarra de café que eu havia preparado.

─── Obrigado pelo café ─ disse, sem me olhar diretamente nos olhos, servindo o café para si.

─── Não precisa agradecer. ─ respondo simples, observando ele beber o primeiro gole.

─── Ah! Está delicioso! ─ disse, tomando outro gole.

─── Dormiu bem? ─ perguntei casualmente.

Nahoya me lançou um olhar rápido, claramente incomodado e nervoso pela pergunta, mas tentou disfarçar.

─── Dormi. E você?

─── Não muito. ─ respondi com um leve sorriso ─ Nem preciso dizer que meu corpo não está muito feliz por dormir no sofá.

Ele deu uma risada curta, relaxando um pouco mais na cadeira. O som da risada quebrou o clima tenso.

─── Talvez você devesse esperar até eu arrumar a cama para você.

─── Acho que sim. ─ eu ri.

O silêncio paira novamente. E por minha vez, minha mente vagueia em um motivo específico que está me incomodando há dias...

Meus olhos fixaram na minha xícara, pensando...

No Rindou...

Eu não sei o que há comigo...Estou tendo pensamentos constantes sobre ele, e muita falta de foco nas tarefas. Está sendo difícil controlar esses sentimentos conflitantes dentro de mim...

─── Souya...?

A voz de Nahoya me tirou de meus pensamentos. Pisquei algumas vezes antes de olhar para ele, que me observava curioso, com a testa levemente franzida.

─── Tá tudo bem com você? ─ ele perguntou, seu tom meio preocupado.

─── Não, eu não estou bem, Nahoya. ─ bufei, olhando novamente para a xícara, dando um aperto na alça.

Ele ficou calado, pensando nas palavras cuidadosamente. Eu nesses momentos fico mais estressado que o normal, e posso acabar fazendo algo que eu não gostaria, principalmente para o meu querido irmão.

─── Se quiser falar sobre...

─── Melhor não. Você não ia ajudar em nada.

─── Ei! Meu irmão está passando por um momento ruim, e eu não ia saber como ajudar?! Você sabe que faço tudo para ver você feliz!

─── Então me diz, você já sentiu borboletas no estômago por alguém?! ─ o encarei, severamente.

Nahoya congelou com minhas palavras, parecia que alguma pessoa se passava na cabeça dele. Sua pele ficou mais pálida que o normal, e os segundos que passava, se tornaram longos minutos.

Ele abriu a boca para falar, mas nenhum som saiu. Eu observei cada movimento sutil em seu rosto, esperando por qualquer sinal de resposta. Nahoya raramente ficava sem palavras, mas agora, sua expressão denunciava um misto de surpresa e nervosismo. Era como se eu tivesse tocado em um ponto delicado que ele nunca esperava discutir — pelo menos, não comigo.

─── Não precisa responder. Esse silêncio foi o suficiente. ─ termino meu café, antes de me levantar e pegar minhas coisas no balcão ─ Talvez, um dia eu te fale.

Com essas últimas palavras, eu caminho até a porta e vou embora.

Olho para o relógio de pulso, marcando seis e meia. Dou um suspiro pesado, lembrando que hoje à noite haverá uma reunião de um novo integrante. Odeio participar dessas reuniões que me envolvem. Eu não preciso saber quem ou não está na Bonten. Isso é um saco.

Bem, seja o que for, espero que Manjiro não me envolva com esse cara...

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Continua. . . 🥀

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Quem está vivo sempre aparece! Desculpem pela demora, a vida não está fácil pra ninguém ಥ⁠‿⁠ಥ

Espero que tenham gostado! Perdoem qualquer erro ortográfico.

𝐀𝐬𝐬𝐚𝐬𝐬𝐢𝐧𝐨 𝐃𝐞 𝐀𝐥𝐮𝐠𝐮𝐞𝐥 (𝑹𝒊𝒏𝒔𝒐𝒖)Onde histórias criam vida. Descubra agora