Capítulo 8

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┆︎ Souya Pov. . .  ┆︎

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Eu estava na escrivaninha examinando alguns registros no meu notebook. Encontrava-me tão concentrado lendo os documentos, que não havia percebido a campainha da casa sendo tocada. Me levanto após ouvir pela segunda vez. Já esperava que fosse o Rindou, aquele ser repugnante, em qualquer oportunidade ele vem para minha casa.

Ao abrir a porta, me deparo com a pessoa que menos esperava, minha mãe. Ela estava com um sorriso meigo, segurando uma marmita nas mãos.

─── O-olá, meu querido. ─ ela gaguejou, nervosa por me ver de novo ─ Fiz um almoço para você, sua comida favorita. ─ ela levanta a marmita em minha direção, oferecendo para que eu pegasse.

“Melhor ela do que o Rindou.”

─── Obrigado, mãe. ─ agradeço pegando a marmita ─ Gostaria de entrar? ─ ela ficou surpresa com meu convite, seus olhinhos brilhando de felicidade.

─── Claro! Agradeço pela gentileza.

Dou espaço para ela entrar e fecho a porta. Eu a observo andando pela casa olhando ao redor, reparando nas estruturas da casa, mobílias, e como era algo moderno, porém simples. Perfeito para duas pessoas viverem sozinhos.

─── Sua casa é linda, meu filho! Tudo tão organizado e no seu devido lugar.

─── Sinta-se em casa, mas não vai se acostumando. Você sabe como ainda me sinto.

─── Ah...Entendi...Obrigada!

Vou até a cozinha para esquentar meu almoço. Só por ela lembrar a minha comida favorita é um passo à frente. Após esquentar, volto para a escrivaninha para continuar meu trabalho. Pego o hashi, e como com calma. Confesso que a comida estava uma delícia, pela primeira vez, em anos...O sabor que antigamente era amargo e de ódio, agora era saboroso e com amor. Ela está mesmo mudando.

O som do relógio ecoava pela sala, os minutos passando em câmera lenta. O ar estava desconfortável, minha mãe queria falar comigo, conversar e aproveitar essa tarde fresca com seu filho, mas eu estava ocupado. Mesmo assim, eu tinha que colaborar para provar que sua evolução valeria mesmo a pena.

─── Pode falar o que tanto te incomoda, mãe. ─ quebrei o silêncio, ainda com a atenção na tela.

─── Oh, filho. Você parece muito ocupado, não quero atrapalhar...

─── Pode falar, eu não me importo.

Ela hesitou por um instante, antes de se pronunciar.

─── Queria saber se você está bem nessas últimas semanas.

─── Vou bem. Nada fora do normal.

─── Que bom! E como vai...Seu trabalho? ─ indagou com receio.

─── Está indo bem puxado. Mas nada que me atrapalhe.

─── Fico feliz, meu filho!

─── E você anda bem? E como vai o Pai?

O silêncio paira novamente. Pela sua reação, ela não esperava que essas palavras sairiam da minha boca.

─── É-é, eu vou ótima! E seu pai anda bem contente por conseguir o cargo de gerente.

─── Isso é bom. Saber disso me alivia. ─ um sorriso frouxo sai despercebido dos meus lábios.

Passamos a tarde toda conversando um com o outro, como se tudo entre nós estivesse resolvido ─ mas não era o suficiente para mim. Seu comportamento era mais à vontade, ria e falava livremente sobre os acontecimentos do seu dia a dia. Acho que é a primeira vez que vejo um sorriso genuíno em sua face, por estar comigo...

𝐀𝐬𝐬𝐚𝐬𝐬𝐢𝐧𝐨 𝐃𝐞 𝐀𝐥𝐮𝐠𝐮𝐞𝐥 (𝑹𝒊𝒏𝒔𝒐𝒖)Onde histórias criam vida. Descubra agora