6- Fogueira

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Lauren

Acordei me sentindo renovada, fazia alguns dias que eu não conseguia descansar assim. Levantei-me e observei que Camila continuava dormindo profundamente, perdida entre as cobertas. Tudo que eu conseguia ver era uma espessa cortina de cabelos loiros espalhados pelo travesseiro.

Levantei-me preguiçosamente e me dirigi à cozinha. Lá, vi que apenas Manoela estava acordada; ela estava tentando inutilmente fazer ligações, seus olhos revelando frustração. O telefone não parecia estar pegando sinal.

- Bom dia, Manu! Dormiu bem? - perguntei, sorrindo, enquanto me sentava ao seu lado. Ela suspirou e guardou o celular com um ar derrotado.

- Sim, como um urso! Me sinto ótima aqui. - respondeu, referindo-se à casa luxuosa e eu assenti.

- Realmente, aqui temos comida, segurança e água quente - concordei, e ela riu, mas a expressão em seu rosto logo se tornou preocupada.

- Uma pena que os recursos não vão durar muito - disse, suspirando. Eu concordei com um gesto de cabeça.

- Tem algo que queira me contar? - perguntei, lembrando da situação de ontem.

- Eu estou grávida. - revelou de uma vez, e eu me assustei instantaneamente.

- Oi? Você está falando sério? - perguntei, minha voz cheia de incredulidade e ela assentiu, com os olhos cheios de lágrimas.

- Sim, infelizmente. Eu ia te contar no dia em que o apocalipse começou. Estou assustada; essa gravidez não foi planejada e aconteceu no pior momento possível. Eu sequer tenho um relacionamento! - Ela começou a chorar e eu a abracei apertado.

- Se acalme, nós vamos cuidar de você! De quantos meses você está? - perguntei, tentando acalmá-la e mudar o foco

- Estou de 4 meses. Não sei o que fazer, e o pai do bebê provavelmente deve ter morrido. - respondeu, a tristeza evidente em sua voz.

- Não se preocupe, nós vamos criar esse bebê com todo o amor que pudermos! - disse, sorrindo para encorajá-la. Ela suspirou, um pouco mais aliviada.

- Obrigada por sempre me apoiar, amiga - disse Manoela, com um sorriso agradecido.

- Sempre estaremos juntas! Agora, vamos preparar algo para o meu afilhado. Você precisa se alimentar bem para ele nascer saudável - eu disse, decidida. Nós nos dirigimos para a cozinha.

Como não havia pães frescos, abrimos alguns pacotes de biscoitos e Manoela decidiu fazer um bolo com os ingredientes disponíveis. Enquanto ela mexia a massa, conversamos sobre o futuro e as medidas que precisaríamos tomar para nos adaptar à nova realidade.

Logo, as meninas apareceram animadas com o cheiro do café da manhã. Apesar de ser simples, apenas bolo, biscoitos e frutas enlatadas, era o melhor que conseguíamos nesse novo mundo. O aroma do café fresco, mesmo que feito com grãos moídos a partir de uma mistura pré-embalada, trazia um conforto familiar.

Tomamos o café rapidamente e começamos a nos preparar para pegar a estrada. Tínhamos um longo caminho pela frente e precisávamos nos apressar.

- Vem comigo no meu carro? - perguntou Camila, se aproximando com um sorriso animado. Eu assenti.

- Claro! Meninas, antes de irmos precisamos passar na farmácia - eu disse, e elas me olharam confusas.

- Por quê? - Normani questionou, sua curiosidade era evidente. Eu olhei para Manu, procurando uma maneira de introduzir o assunto.

- Precisamos de suplementos para... - comecei a explicar, mas parei, hesitando se Manuela queria compartilhar a novidade.

- Porque eu estou grávida - anunciou Manu, interrompendo minha hesitação. Dinah quase engasgou com o gole de café que estava tomando.

Renascer - camren Onde histórias criam vida. Descubra agora