13- Morada

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Lauren

O sol se despedia lentamente no horizonte, lançando uma luz alaranjada sobre a devastada cidade. O vento frio e cortante que varria as ruas fazia o ambiente parecer ainda mais desolado. Camila dirigia com concentração, suas mãos estão firmes no volante, enquanto Dinah, Denis e eu nos preparávamos para o que estava por vir.

Denis nos guiava em direção ao local onde havia estado com Caleb, e nós estávamos atentos pelas janelas do carro, procurando qualquer sinal de vida uma luz, uma fumaça, qualquer coisa que indicasse a presença de alguém.

Ele explicou que Caleb tem deficiência visual, distinguindo apenas vultos, luz e sombra. Ele não nasceu assim; sua visão foi comprometida quando, na adolescência, contraiu toxoplasmose. Apesar das limitações visuais, Denis garantiu que Caleb é muito esperto e se adapta surpreendentemente bem, especialmente graças à companhia e assistência de sua cão-guia.

- Temos que encontrar Caleb antes que escureça - disse Denis, sua voz estava carregada de preocupação. Ele parecia tenso, com o olhar fixo na estrada diante de nós. - Ele conhece essa cidade melhor do que eu, mas não sabemos até onde ele pode ter ido.

- Não se preocupe, Denis - respondi, tentando transmitir calma.

Camila manobrava o carro pelas ruas em ruínas, desviando de obstáculos e evitando os zumbis que vagavam pelas ruas como sombras errantes. A pequena cidade estava em um estado de decadência, com casas desmoronadas e veículos abandonados. Havia uma sensação constante de que a qualquer momento algo poderia dar errado.

Finalmente, chegamos ao bairro onde Caleb supostamente estava. A luz do dia estava se apagando rapidamente, e a noite se aproximava, trazendo com ela um novo conjunto de perigos.

- Vamos nos dividir em grupos - sugeri, tentando organizar o caos iminente.

- Camila, você e Dinah vão verificar a entrada do teatro. Denis e eu vamos procurar por qualquer sinal de Caleb dentro. Precisamos ser rápidos, antes que a noite chegue completamente sobre nós.

Nosso plano foi posto em ação com precisão. Camila e Dinah seguiram em direção à entrada do teatro, suas lanternas lançando feixes de luz que iluminavam a escuridão. Denis e eu nos dirigimos para o interior do prédio, o som de nossos passos ecoando pelo hall.

O teatro estava em um estado lamentável, como um fantasma do que um dia fora grandioso. Cadeiras quebradas estavam espalhadas pelo chão, e o palco estava coberto por uma camada espessa de poeira. Cortinas rasgadas balançavam suavemente, agitadas pelo vento que entrava pelas janelas quebradas. O ambiente estava carregado com um cheiro de mofo e abandono, e o silêncio parecia quase tangível.

Enquanto explorávamos os corredores escuros, Denis chamava por Caleb. A cada chamada, um silêncio quase ensurdecedor respondia, tornando a tensão quase insuportável. O lugar parecia vazio.

De repente, um som metálico cortou o silêncio, o tilintar agudo de uma espada. Denis e eu nos entreolhamos, o som inesperado fazendo nossos corações dispararem. Sem hesitar, corremos em direção ao som, que se intensificava à medida que nos aproximávamos.

Encontramos Caleb no meio de um cenário de caos, encostado contra uma das paredes do palco. A luz de nossa lanterna revelou sua figura em meio às sombras. Ele estava com a katana em mãos, sua postura defensiva indicando que estava pronto para enfrentar qualquer ameaça. Seus sentidos aguçados tinham captado nossa presença antes mesmo de podermos vê-lo claramente.

- Quem está aí? - sua voz era firme, mas carregada com uma ponta de incerteza. - Não se aproximem.

Denis avançou, sua voz transbordando alívio e familiaridade. - Caleb! Sou eu, Denis!

Renascer - camren Onde histórias criam vida. Descubra agora