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Depois do breve, porém intenso, encontro com Ohana Lefundes, Larissa voltou ao One Vanderbilt com um misto de emoções. Subiu diretamente para sua sala, tentando afastar da mente a imagem de Ohana com aquele biquíni rosa, o sorriso de lado e o olhar provocador. Mas era difícil. Aquele encontro a tinha desestabilizado de um jeito que Larissa não queria admitir.
Ao entrar em sua sala, fechou a porta e se jogou na cadeira. O ruído distante da cidade parecia agora abafado pelo peso de seus próprios pensamentos. Larissa olhou para a tela do computador, a agenda cheia de reuniões e compromissos para o resto do dia, mas, pela primeira vez, a intensidade dos negócios parecia insignificante.
Larissa (pensando): Como uma garota como aquela consegue mexer tanto comigo? Ela é só mais uma garota... arrogante, mimada... e completamente irritante.
Suspirando, Larissa tentou se concentrar. Abriu alguns relatórios, respondeu a e-mails, e seguiu com as tarefas do dia. O tempo passava devagar, cada hora se arrastando, mas ela se manteve firme. Mesmo que seus pensamentos fossem para Ohana de tempos em tempos, Larissa recusava-se a deixar isso interferir no trabalho.
Do outro lado do prédio, no andar da academia Lefundes Dancer, Ohana estava imersa em sua própria rotina. Depois de organizar as papeladas na recepção, passou o dia dando aulas e preparando coreografias para os alunos. Embora fosse exigente e perfeccionista, algo estava diferente naquele dia. A leveza que ela costumava ter enquanto dançava parecia ter sido ofuscada pela lembrança do encontro com Larissa.
Enquanto corrigia os movimentos de uma aluna, Ohana se pegou pensando no olhar de Larissa quando a viu naquele biquíni. A maneira como a empresária tentou disfarçar seu interesse a divertia. Ohana adorava jogos, e a tensão entre as duas era quase uma dança por si só.
Apesar da distração, Ohana manteve o foco em suas responsabilidades. A academia era seu império, e ela estava determinada a torná-la ainda mais grandiosa. Mas a cada pausa entre as aulas, sua mente voltava para Larissa. Aquela troca de farpas tinha sido apenas o início. Algo dentro dela dizia que aquilo estava longe de acabar.
À medida que o dia avançava, tanto Larissa quanto Ohana se entregavam ao trabalho, tentando afogar as emoções conflitantes em meio às responsabilidades. Mas, no fundo, ambas sabiam que o próximo encontro era inevitável. Era como se Manhattan, com todo o seu tamanho e movimento, estivesse lentamente conspirando para aproximá-las mais uma vez.
Quando o sol começou a se pôr, lançando uma luz dourada sobre a cidade, Larissa fechou seu laptop, exausta, mas aliviada por ter conseguido se manter focada. Ohana, do outro lado da cidade, terminou sua última aula e se recostou na parede do estúdio, satisfeita com o progresso do dia, mas com uma expectativa silenciosa para o que viria a seguir.
Nenhuma delas admitiria, mas aquele dia tinha sido diferente. Algo estava mudando, e ambas podiam sentir isso.
O céu de Manhattan começava a se tingir de laranja e rosa quando o expediente finalmente terminou. As luzes da cidade se acendiam aos poucos, enquanto o ritmo nas ruas diminuía apenas ligeiramente. Para Larissa e Ohana, porém, o dia estava longe de terminar, mesmo que o trabalho estivesse feito.
Larissa se recostou na cadeira, os olhos fixos na vista da cidade através das janelas enormes de sua sala. O brilho das luzes refletia nas superfícies de vidro e aço, criando um espetáculo de cores que, por alguns segundos, a distraía. Mas, mesmo assim, ela não conseguia se livrar da sensação incômoda que tinha carregado o dia todo.
Larissa (pensando): Eu preciso parar de pensar nela. Ela é só uma distração.
A empresária soltou um suspiro e fechou os olhos por um instante, tentando relaxar. Tinha conseguido manter o foco no trabalho, mas agora que o silêncio da sala a envolvia, seus pensamentos voltavam para Ohana. Aquela garota irritantemente confiante tinha deixado uma marca, e isso a incomodava mais do que qualquer outra coisa.
Enquanto isso, Ohana estava em sua própria batalha interna. Após o fim das aulas, ela se encontrava sozinha no estúdio, as luzes suaves iluminando os espelhos que cercavam a sala. Respirou fundo, sentindo o corpo cansado, mas satisfeito. A dança sempre foi sua forma de escapar, mas naquele dia, nem ela conseguiu afastar totalmente as lembranças do encontro com Larissa.
Encostada na parede, Ohana mexia distraidamente no celular, passando por algumas fotos e mensagens, até que a imagem de Larissa Machado surgiu em sua mente novamente. Era impossível não lembrar da expressão da empresária ao vê-la naquele biquíni rosa. Ohana riu sozinha, satisfeita por ter causado algum impacto.
Ohana (pensando): Ela pode tentar disfarçar, mas eu vi o jeito que me olhou. Esse jogo vai ser divertido...
Ohana levantou-se, caminhando até o espelho, encarando sua própria imagem refletida. Ela sabia que tinha uma força de presença que intimidava muitos, e adorava isso. Mas Larissa não era como as outras pessoas. Havia algo nela que a desafiava, algo que Ohana ainda estava tentando entender.
Larissa finalmente decidiu que era hora de ir para casa. Levantou-se da cadeira, pegou suas coisas e saiu do escritório sem muita cerimônia. No caminho para o elevador, seu celular vibrou, uma mensagem de Renan perguntando se ela já tinha ido embora. Respondeu brevemente, sem muita vontade de conversar.
Quando finalmente saiu do prédio, a brisa noturna de Manhattan a envolveu, trazendo um leve alívio ao calor do dia. Larissa olhou para o céu, as estrelas começando a aparecer entre os prédios altos. Por um breve momento, sentiu-se pequena diante da imensidão da cidade. Pequena, mas determinada.
Enquanto isso, Ohana também se preparava para ir embora. Após organizar o estúdio e apagar as luzes, ela saiu da Lefundes Dancer com um sorriso no rosto. O encontro com Larissa havia plantado uma semente de curiosidade em seu coração. Algo estava começando a se formar ali, e ela mal podia esperar para ver onde isso a levaria.
Ambas, Larissa e Ohana, se dirigiram para suas respectivas casas naquela noite, mas seus pensamentos estavam longe do conforto de seus lares. Algo maior parecia estar no horizonte, e, de algum modo, sabiam que seus destinos estavam cada vez mais entrelaçados, quer gostassem disso ou não.
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