Capítulo 6: Diálogos

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No capítulo anterior: Lukas conta a Raymond que uma vidente lhe disse que a lua lhe traria felicidade e quando Lukas vira a tatuagem da lua que Ezra tinha, isso fizera-o lembrar o que lhe fora dito. Na competição, a terceira prova fora escalar a montanha até ao topo. Ezra e os outros aventureiros insurgem-se contra o facto das invocações de Bobbin não terem limites e conseguem que o governador mude de opinião.

Lukas e Ezra ajudam-se mutuamente e chegam ao topo da montanha, ainda que atrás de Bobbin. Na pensão, Lukas usa um espelho mágico para falar com a mãe, que está doente. Ele está a participar na competição para que possa contratar curandeiros para a ajudarem. Ezra ouve a conversa.

Na última prova, os três aventureiros têm de ultrapassar uma série de obstáculos. Ezra acaba por congelar Bobbin com um feitiço de gelo e depois deixa que Lukas vença. Mais tarde, Lukas confronta-o com isso e Ezra admite que o fez para ele poder ganhar e ajudar a mãe. Os dois acabam por se beijar e se envolver pela primeira vez.

Capítulo 6: Diálogos

De manhã bem cedo, o grupo acordou, pois tinham de prosseguir viagem. Ezra cozinhou ovos e bacon na cozinha da sua tenda e convidou todos para comerem ali. Lenobia e Mathias elogiaram não só o interior da tenda, mas também a comida. Thormund não falou muito, como de costume, mas também parecia agradado, comendo o dobro dos outros. Jinny tentava manter-se calma e não demonstrar como estava com ciúmes. Niah e Raymond sentaram-se lado a lado, comendo e falando, sentindo-se ambos seguros.

O interior da tenda era realmente como uma casa. Havia decorações, móveis, portas. Até tinha janelas, ainda que só dessem para ver para fora. De fora, a tenda parecia uma tenda velha e nada mais. Ezra ficara vaidoso com os elogios, mas achava que os merecia. A tenda era realmente uma obra de arte e ainda que não tivesse sido a sua magia a criá-la, fora graças a si e a Lukas que o encantador se dera a todo aquele trabalho. E depois, a decoração era da sua própria autoria.

- Estou bastante satisfeito com este pequeno almoço – disse o arqueólogo, levantando-se da cadeira junto da mesa da cozinha. – Mas temos de nos despachar para continuarmos o nosso caminho.

- Eu posso ajudar a arrumar tudo – disse Raymond, levantando-se também.

Ezra agradeceu a ajuda, se bem que Lukas ajudasse também. Em pouco tempo, a cozinha estava arrumada e as tendas estavam a ser desmontadas. Thormund voltou a querer carregar as suas coisas e daquela vez o feiticeiro nem sequer insistiu com ele. Mathias ia a meio do grupo, com Thormund junto dele e Raymond também, de arco em punho. Ezra deu por si a olhar à sua volta e a caminhar junto de Lenobia, que ia à frente, mas não tanto como no dia anterior. Não tinha falado muito com a mulher, nem sabia o que lhe dizer. Ela, no entanto, virou-se para o olhar.

- Conheci alguns feiticeiros, ao longo do tempo – começou ela por dizer. – E encantadores também. Aquele que criou o interior da tenda deve ser realmente talentoso. Eu ficaria orgulhosa de ter uma tenda assim. De certo que levou muito tempo a conseguir lançar-se um feitiço daqueles. Moldar a magia não deve ser nada fácil, modificando a matéria a pouco e pouco. Isso é algo especial.

- Sei que deu muito trabalho, sim. Eu ajudei, um pouco, com a minha magia elementar. A magia é um exercício de paciência e perseverança. Quem pensa que basta estalar os dedos e conseguir fazer magia, está enganado.

- Eu não consigo usar magia, mas deve ser fascinante conseguir fazê-lo.

- É, mas ao mesmo tempo, é precisa muita concentração e também conhecimentos. Tem de se treinar muito para se conseguir usar os feitiços. Penso que as pessoas têm a noção errada de que basta ter alguma magia, ler um feitiço num livro e irá resultar. Não é assim e a magia é diferente para pessoas diferentes Eu já tentei usar outros tipos de magias, que não as magias elementares e infelizmente não funciona.

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