Capítulo 13: Lar

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No capítulo anterior: No passado, com Lukas prestes a morrer, Ezra lança um feitiço de ligação, que os une, curando Lukas e encurtando a vida de Ezra. Agora, quando um morrer, o outro morrerá também e nenhum passará dos 50 anos. Lukas sente-se mal com a situação, mas Ezra já a aceitou e acha que tomou uma boa decisão, para salvar o namorado.

Niah revela ao grupo o que a levou a querer vir até às ruínas do templo da transformação. Leu sobre uma lenda, onde indicava que o templo tinha magia poderosa da transformação e ela queria livrar-se das suas asas negras. O grupo descobre um medalhão, que lhes dá acesso a uma sala circular, onde antigamente eram praticadas experiências, mas a magia e tudo resto está há muito perdido.

Niah vai-se abaixo, achando que seria melhor morrer. Jinny revela que tem parte do peito e do braço queimados, um acidente de infância e que apesar de isso também a fazer diferente dos outros, não quer deixar de viver. O grupo encontra umas chaves mágicas, de teletransporte, que quando usadas em portas e visualizando o local para onde querem ir, pode levá-los até lá. Lenobia usa a sua chave e volta para a sua casa.

Os outros decidem regressar a Marl Town através de uma porta. Junto da guilda, mentem um pouco, mas falam da morte de Raymond, Thormund e Mathias. Lukas e Ezra decidem doar o dinheiro que ganharam da missão para a aldeia de Raymond. Jinny vai embora, levando consigo Niah, que não tem para onde ir. Ezra e Lukas decidem regressar a casa.

Capítulo 13: Lar

Dois Anos Antes do Presente

Sunnyday Vale era uma aldeia pequena, situada num vale, com um rio a correr perto da aldeia. Uma entra as muitas aldeias espalhadas pelo planeta Xiitera. Era geralmente um local sossegado, com pouco mais de quatrocentos habitantes. Numa colina, de onde se conseguia ver quase toda a aldeia, ficava situada a casa de Ezra e Lukas. Por fora, a casa tinha tamanho médio, estava pintada de branco, rodeada por um jardim, cujas flores e árvores fora Lukas que plantara. O interior, no entanto, era espaçoso.

O casal usara bastante do seu dinheiro para que o interior fosse modificado por um encantador, tornando a casa mais ao gosto deles.

Demorara tempo, pois usar a magia numa estrutura fixa era mais complicado do que numa tenda, mas o encantador conseguira. A entrada dava para uma sala. Havia uma cozinha, onde Lukas gostava de cozinhar. Ezra também cozinhava, mas não gostava tanto e achava que o namorado era melhor cozinheiro que ele. O quarto dos dois ficava mais ao fundo da casa, com um outro quarto para visitas em frente e havia uma casa de banho. Havia também uma outra divisão, cheia de livros, onde Ezra escrevia as crónicas das missões e também onde tentava por vezes criar poções.

A casa não era só um local onde o casal podia estar em paz, mas um símbolo da união das suas vidas. Tinham começado a pensar viver juntos ao fim de pouco mais de um ano de namoro. Iam em missão juntos, mas depois não tinham um lugar seu para onde voltar. Por vezes, iam visitar a família de Lukas, mas isso era apenas temporário. Alugaram uma casa, mas fartam-se rapidamente dela, devido ao senhorio. Depois, fora um apartamento, num local distante. Tinham chegado então à conclusão que queriam um local diferente, sossegado e que fosse realmente deles. Então, já depois de Lukas quase morrer, indo a caminho de uma missão, tinham passado por aquela aldeia e visto que a casa na colina estava à venda. Ambos tinham ficado interessados. Lukas gostara da vista e de ser um local pequeno. Ezra gostara do facto da casa não ser no meio da aldeia, sendo mais isolada, mas não completamente. Tinham feito uma oferta e fora aceite.

Ao mudarem-se para a aldeia, geraram curiosidade, como seria de esperar. As pessoas da aldeia especularam. Seriam dois irmãos, que tinham decidido mudar-se? Mas rapidamente chegaram à conclusão que eles pareciam demasiado diferentes para serem irmãos. Podiam ser família de outro tipo? Talvez fossem amigos? Colegas de profissão? Desde logo que o casal decidira que não iria mentir. Fingir serem diferentes do que eram, apenas para não terem reações negativas de algumas pessoas, era algo que não queriam. E assim, quando a vizinha mais próxima lhes fora bater à porta, fazendo uma série de perguntas, eles não tinham mentido.

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