Capítulo 10: O Arqueólogo

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No capítulo anterior: Niah fica para trás, enquanto os outros descem pelas escadas secretas. O grupo divide-se em três, com Jinny e Ezra formando uma ligação mágica para se manterem conectados. Ezra e Lenobia seguem por um dos caminhos e têm de enfrentar uma aranha gigantesca. Conseguem matá-la, mas têm de fugir de aranhas mais pequenas.

Lukas e Jinny passam por uma sala com armadilhas. Conversam e Lukas indica que não quer estar com mais nenhuma pessoa para além de Ezra e que eles estão ligados até ao fim. Chegam a uma sala com vários baús, alguns dos quais contêm objetos valiosos. Então, Jinny recebe uma comunicação de Ezra, de que alguém está a tentar matá-lo.

Mathias e Thormund chegam a outra parte do templo. Ali, Mathias encontra alguns papéis. Corta a sua própria mão e depois mata Thormund, para usar a sua vida e o seu sangue num ritual. Fica forte, com o seu corpo a brilhar. Ezra e Lenobia aparecem. Mathias admite ter matado o guerreiro e também ter atirado Raymond contra a lâmia. Mathias atira Lenobia para um buraco e prepara-se para matar Ezra.

Capítulo 10: O Arqueólogo

Niah aproveitara que estava sozinha para procurar pelo templo. O templo da transformação, era assim que fora chamado, em tempos. Depois disso, devia ter tido outros nomes, outros fins. Moveu-se pelas salas próximas da entrada, procurando, olhando com atenção. Tinha um objetivo, sempre fora isso que a movera, que a fizera embrenhar-se sozinha naquelas florestas cheias de monstros. Já chegara à conclusão, há algum tempo, de que teria morrido se não tivesse encontrado aquele grupo. Não seria suficientemente forte para lidar com tudo. Como dormiria realmente? A comida que tinha e a água, teriam sido suficientes?

- Tê-los encontrado, foi uma bênção – pensou a jovem. – E no entanto, aqui estou eu, sozinha agora, com eles tendo ido por aquelas escadas abaixo. Não lhes revelei o meu verdadeiro motivo de querer chegar aqui, não partilhei com eles nada de nada. Sinto-me um pouco egoísta nesse sentido, mas não é como se tivesse realmente obrigação de expor tudo. Eles vieram com um objetivo e eu outro.

Procurou por painéis escondidos. Usou as suas asas para se erguer um pouco acima do chão e procurar em recantos junto do teto. O que procurava era algo muito específico. Sentiu receio. Mesmo que o que lhe tinham contado fosse verdade e fora o facto de ter acreditado que fizera com que ela embarcasse naquela aventura, poderia ser que o objeto tivesse há muito sido perdido ou mesmo destruído pelos monstros. Abanou a cabeça. Não, tinha de manter a esperança. E então, sentiu algo. Não sabia dizer exatamente o quê, mas uma espécie de energia negra. Foi como um arrepio a percorrer-lhe o corpo.

- O que foi isto? – perguntou-se ela. O arrepio passara, mas ainda assim, ela sentia-se inquieta. Regressou à sala onde estava o altar. Ficou à escuta, mas não conseguia ouvir bem. Seriam passos, à distância? Levou uma mão ao peito. – Não sei porquê, mas sinto que há algo de errado. Pode ser imaginação minha, mas ao mesmo tempo... não sei. É estranho, muito estranho. Será que eles estão bem? Será que deveria ir ver se algo se passa?

Niah debateu-se com os seus próprios sentimentos. O que devia fazer era continuar a procurar, visto não ter ninguém ali agora, para lhe fazer perguntas. Mas a sensação de que algo estava mal não a abandonou. Pensou nas pessoas do grupo. Ainda não os conhecia realmente bem, mas pelo menos alguns deles tinham sido bondosos com ela. Mathias contara-lhe histórias, mesmo que ela não tivesse muito interesse em ouvi-las. Lenobia fora cordial. Thormund, que a princípio nem gostara dela, acabara por lhe dar valor. E claro, Lukas e Ezra tinham sido simpáticos. Jinny, nem por isso. E o pobre Raymond, que morrera, era alguém de quem ela achava que até podia ter sido amiga, noutras circunstâncias.

- Não posso ficar aqui parada – pensou Niah, olhando para o buraco escuro por onde desciam as escadas por onde os outros tinham ido. – Tenho de me decidir. Vou atrás deles? Ou continuo a procurar e não penso mais nisso? Quer dizer, eles são experientes, sabem o que fazem. Mas e se algum estiver magoado? Será que a minha magia fará falta? Raios... tenho de me decidir e agir.

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