Capítulo 8: As Crias

0 0 0
                                    

No capítulo anterior: Furioso com a morte de Raymond, Lukas mata a lâmia responsável. O grupo fica abalado com aquela morte, principalmente Lukas, que se culpa por não ter conseguido proteger o rapaz. Mathias quer levar o ovo de lâmia consigo, mas Lukas não deixa e parte-o. O guerreiro consegue convencer o namorado a colocar o corpo de Raymond na sua bolsa, para depois o devolverem à família.

Mathias encontra outro ovo e esconde-o do grupo, para mais tarde o vender. Jinny fala com Lukas, que quer ele próprio levar o corpo de Raymond até à família. Ela diz-lhe que não é boa ideia, que se ele estiver presente, a família irá acabar por o culpar. Depois do jantar, Thormund fala com Lukas, dizendo-lhe para seguir em frente. Fala de como teve a sua esposa, com quem esteve durante trinta e anos e depois da sua morte, fechou-se para o mundo.

A bolsa de Ezra começa a emitir sons estranhos e a arca com o corpo de Raymond é cuspida de lá. Raymond acaba por ser sepultado na floresta, visto que não conseguem transportá-lo na bolsa. Mathias tem pesadelos em que o arqueiro o acusa de ser responsável pela sua morte.

Capítulo 8: As Crias

Ao decidir que queria explorar as ruínas presentes em Miralva Island, Mathias fizera pesquisas sobre isso. As ruínas eram muito antigas, com mais de quinhentos anos, mas tinham ficado perdidas no meio da floresta. Os monstros multiplicando-se e sendo agressivos, mantinham as pessoas à distância. Havia quem as tivesse visitado, mas não explorado como deve ser. Mathias queria fazê-lo. Queria encontrar tudo o que houvesse para encontrar. Faria relatórios detalhados, faria com que prestassem atenção ao que ia descobrir. Portanto, ele caminhava o mais rápido que podia. Queria ver as ruínas do Templo da Transformação.

As árvores começaram a tornar-se menos densas e então as ruínas surgiram. Todo o grupo parou, ao avistá-las de perto. Em tempos, as ruínas tinham sido um grande templo. Havia muitos pilares ainda de pé, outros rachados e partidos e ainda alguns caídos. As escadas tinham um buraco num dos lados. Do que viam, uma parte do templo ruíra. Ainda assim, Mathias sorriu. Finalmente, tinham chegado. Retirando um bloco da sua mala, com cuidado para não deixar cair o ovo da lâmia, tomou algumas notas e depois virou-se para o grupo.

- Chegámos ao nosso destino! – exclamou ele. Se Raymond ainda estivesse vivo, o grupo estaria mais animado, mas assim ninguém demonstrou grande entusiasmo, ainda que estivessem satisfeitos por terem chegado. – Ezra, preciso que tire uma das minhas malas da sua bolsa. Tenho lá uma câmara e quero que sejam tiradas fotografias, para documentar tudo. Lukas e Thormund, confirmem se não há por aqui algumas criaturas indesejadas.

- Parece que nem é necessário procurar, porque aí vêm elas – disse o guerreiro mais novo, desembainhando a espada.

Um punhado de goblins, pequenos, com caras verdes, orelhas pontiagudas, com roupas esfarrapadas, vinha a descer as escadas do templo. Traziam nas mãos facas, espadas, pedaços de paus, aquilo a que tinham conseguido deitar a mão. Mathias recuou de imediato. Lukas e Thormund avançaram, desferindo golpes com as suas armas. Os goblins eram mais pequenos, mais frágeis, mas eram vários. Alguns passaram por eles, a correr. Um deles saltou para a parte de trás da cabeça de Lukas, agarrando-lhe o cabelo e tentando mordê-lo. Lukas recuou de propósito, indo contra um pilar de costas. Ouviu o goblin gritar e largá-lo, caindo ao chão. Depois, levantando o pé e baixando-o rapidamente, Lukas rebentou-lhe a cabeça.

Os goblins que passaram pelos guerreiros começaram a correr em direção aos outros membros do grupo. Jinny fletiu os dedos e depois lançou um feitiço. Uma onda surgiu, embatendo nos goblins e atirando-os para trás. No entanto, eles recuperaram rapidamente, levantando-se e gritando de raiva. Ezra sorriu maliciosamente e conjurou um feitiço de trovão. O feitiço atingiu alguns dos goblins que, molhados, receberam o choque com o dobro da intensidade e caíram ao chão, mortos. Mais goblins saíram do templo. Mathias recuou mais, olhando à sua volta. Daquela vez, não seria apanhado de surpresa. Lenobia esfaqueou um goblin na cabeça e outro num braço. Moveu-se rapidamente. Um goblin acertou-lhe com um ramo numa perna e ela fez má cara, dando-lhe um pontapé de seguida. Niah, movendo rapidamente o seu bastão, acertou em dois goblins. Um terceiro saltou-lhe para as asas, mas ela moveu-as rapidamente, atirando-o ao chão.

Crónicas de Magia e MonstrosOnde histórias criam vida. Descubra agora