Capítulo 15: O Dilema

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No capítulo anterior: Ezra explica que o gato que tem estado por perto, é um espírito familiar, que podia aliar-se a um feiticeiro. No entanto, se for um espírito mau, pode roubar a magia e Ezra está convencido que o gato é um espírito mau. Dá-se um incêndio numa das casas da aldeia. Lukas vai ajudar e Ezra também, usando a sua magia da água para diminuir as chamas e fazendo com que Lukas salve o dono da casa, que estava no seu interior.

O casal ouve um homem dizer que Lukas é inferior ao namorado por não ter magia, mas Ezra diz-lhe para não ligar a isso. Lenna diz a Ezra que quer ser uma guerreira. Ezra ataca o gato, para o tentar fazer ir embora, sem sucesso. Hattie convida o casal para um lanche, para os tentar convencer a fazerem a neta mudar de ideias sobre tornar-se uma guerreira.

Acaba por não conseguir o que quer, mas Lukas oferece a ideia ele e Ezra levarem Lenna numa missão, para ela ver como é e ganhar experiência. Uns monstros crocodilos são avistados junto à aldeia. Ezra, Lukas e Lenna vão investigar. Encontram-nos a atacarem um rapaz e acabam por matar os monstros. O rapaz revela-se ser Penn Jasks, que o casal salvou dois anos antes e que lhes pede para ficar a viver com eles.

Capítulo 15: O Dilema

Ao longo do tempo, devido às várias missões em que tinham participado, Lukas e Ezra tinham conhecido muitas pessoas. Algumas tinham ficado bastante agradecidas pela sua ajuda, outras nem tanto. Algumas ainda permaneciam nas suas memórias e por vezes eles perguntavam-se como estariam essas pessoas. Penn Jasks era uma criança de dez anos apenas, quando dois anos antes fora raptado por um monstro, que já raptara duas crianças de uma aldeia. Três homens da aldeia tinham ido à procura das crianças e não tinham regressado. Ezra e Lukas iam apenas a passar, não era suposto envolverem-se, até porque não era uma missão oficial, mas o coração do guerreiro impelira-o a querer resolver o assunto e Ezra acabara por concordar.

No final de contas, o monstro que raptara as crianças fizera-o para que servissem de alimento às suas crias monstruosas. As duas primeiras crianças raptadas tinham sido comidas e a última, Penn, não fora apenas porque os três homens que tinham ido à procura das crianças tinham encontrado o monstro e acabado a servir de alimento às crias. Um desses homens era o próprio pai de Penn. Em conjunto, o casal matara não só o monstro, como as crias e salvara Penn, regressando com ele à aldeia, para os braços da sua mãe, agora viúva. Ezra oferecera um dos seus mantos ao jovem e depois o casal tinha ido embora. O tempo passara. Penn ficara na memória, mas apenas isso. Não tinham voltado a ouvir falar dele. Mas agora, ele estava ali, diante deles.

- Penn? – perguntou Ezra. Franziu o sobrolho. O rapaz mudara um pouco, claro, visto estar mais velho, mas ao ver o manto que lhe oferecera, Ezra recordou facilmente quem ele era e até o primeiro nome. – O que estás aqui a fazer?

- Vim à vossa procura – respondeu o rapaz, olhando do feiticeiro para o guerreiro. – Não tenho mais ninguém... posso ficar a viver convosco?

- Como assim, não tens mais ninguém e queres ficar a viver connosco? – perguntou o feiticeiro, baralhado. Lenna, que não conhecia o rapaz de lado algum, estava muito séria, tentando perceber a situação. – Onde está a tua mãe?

- Morreu de doença – respondeu Penn, baixando ligeiramente os olhos. Lukas aproximou-se e deu-lhe uma pancadinha num ombro. – Foi há uns meses atrás. Não havia ninguém que quisesse ficar a cuidar de mim na minha aldeia, por isso fui enviado para uma casa de acolhimento a alguma distância daqui.

- Lamento pela tua perda – indicou o feiticeiro. – Mas como é que vieste aqui parar? Sabias que aqui estaríamos?

- Não gostava do local onde estava e então... pensei que podia encontrar-vos e por isso, como sabia que eram aventureiros, fui falar com a guilda. A minha mãe tinha guardado um papel com os vossos nomes, depois de vocês me salvarem, portanto, perguntei na guilda. A princípio não me queriam dizer, mas eu menti indicando que os meus pais queriam contratar os vossos serviços. Claro que na guilda não sabiam que os meus pais estavam mortos. E então, deram-me a informação que eu queria. Eu esperava que me fornecessem duas moradas e tivesse de pensar para onde ir, o destino mais próximo, mas afinal descobri que vocês viviam na mesma morada, o que facilitava as coisas para mim.

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