Capítulo 33

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P.o.v. Eduardo

Ao me afastar da Melody, tento manter a compostura, mas a relutância está lá, escondida por trás de uma fachada calma.

— Eu posso ser amigo de vocês, mas se algo acontecer com minha irmã, eu juro que mato vocês! Eu ainda não fiz nada com o Erick, mas isso não quer dizer que eu não vá fazer. — Arthur diz liberando sua aura de dominância e muito sério.

Como Bruxo e meio Dragão, a pressão não me afeta tanto quanto a Gabriel, mas me obriga a me concentrar para resistir a ela. Gabriel solta um gemido e quase se ajoelha sob o peso da energia de Arthur.

— Eu entendo sua preocupação, Arthur, mas deixe-me deixar uma coisa clara — digo, minha voz se tornando mais grave enquanto meus chifres de dragão aparecem, refletindo minha irritação. — Eu não sou como Erick, e se ele fez algo para prejudicar sua irmã, tenha certeza de que ele enfrentará as consequências.

Olho para Gabriel, que ainda luta contra a pressão, e dou um passo à frente, colocando uma mão no ombro dele, ajudando-o a resistir.

— Estamos aqui para proteger Melody, não para causar problemas. E se precisar, faremos o necessário para mantê-la segura — finalizo, minha voz carregando a firmeza da minha promessa.

Gabriel finalmente consegue falar, sua voz carregada de emoção e convicção:

— Eu nunca machucaria minha companheira, Arthur!

Era raro vê-lo tão sério, tão determinado. Aquele brilho alegre habitual nos olhos de Gabriel deu lugar a um olhar firme e resoluto, o que só reforçou o que eu já sabia: ele jamais faria algo para ferir Melody.

A tensão entre nós era evidente, mas eu mantive meu olhar firme em Arthur, percebendo que cada palavra que trocávamos era um teste de nossa determinação. Eu não estava disposto a ceder, especialmente quando se tratava de proteger Melody.

Gabriel, apesar da pressão que claramente sentia, mostrava uma determinação que poucos poderiam imaginar. Ver o olhar dele, normalmente tão despreocupado, transformado em algo tão sério, só reforçava a minha certeza de que ele era digno de sua companheira.

— Entenda, Arthur, a nossa prioridade é a segurança e o bem-estar de Melody — continuei, minha voz carregada de uma calma perigosa. — Se precisar, enfrentarei qualquer um que ouse machucá-la, assim como você faria.

Arthur me olhou por um longo momento, sua aura começando a diminuir lentamente. Ele finalmente deu um passo para trás, a tensão em seus ombros se desfez um pouco, embora a seriedade em seus olhos permanecesse.

— Vocês estão jogando alto, mas vou dar um voto de confiança. Só não se esqueçam de que estarei observando — disse ele, sua voz grave, mas com um tom que indicava que nossa promessa havia sido aceita, pelo menos por enquanto.

Eu assenti, e Gabriel, ainda recuperando sua postura, fez o mesmo. Sabíamos que essa reação foi devido ele ter testemunhado o Erick rejeitado a Melody na frente dele e não confia imediatamente em nos por causa disso.

Arthur se virou para sair, mas antes de ir, ele nos lançou um último olhar, um aviso silencioso de que qualquer erro seria imperdoável.

Quando ele finalmente se afastou, eu soltei um suspiro contido, sentindo a tensão se dissipar do meu corpo.

— Obrigado, Eduardo — Gabriel murmurou, ainda um pouco abalado, mas com um brilho de gratidão nos olhos.

— Não precisa agradecer — respondi, minha voz voltando ao tom normal, mas com uma certa dureza que ainda não tinha se dissipado completamente. — Estamos juntos nessa. Sempre.

A Princesa Perdida - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora