Capítulo 37

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P.o.v. Melody

"Onde eu estava com a cabeça para aceitar ir para o apartamento do Eduardo?" — Penso, sentindo o calor no meu rosto. "O que eu faço agora?" — A sensação de desamparo começa a me envolver enquanto percebo que estamos nos aproximando de um prédio.

De repente, um calafrio percorre minha espinha, e sinto um mau pressentimento. Instintivamente, olho para trás, na direção de onde estávamos mais cedo. Meu coração aperta, como se algo estivesse prestes a acontecer, ou talvez já tenha acontecido, e eu não estava lá para ver. Meus instintos me dizem que algo está errado, mas não consigo entender o que é.

Sinto a mão de Eduardo apertando a minha, sua presença sempre calma, mas agora parece que há uma sombra de preocupação em seus olhos.

— Está tudo bem? — ele pergunta, sua voz suave, mas com um toque de alerta.

Eu hesito, sem saber como colocar em palavras essa sensação estranha que me invadiu.

— Eu... só sinto que algo está errado. — digo, minha voz quase um sussurro.

— Você quer voltar? — Gabriel pergunta, com um olhar apreensivo, mas noto um leve traço de tristeza em seus olhos.

A sensação que me incomodava desapareceu tão repentinamente quanto surgiu, deixando-me confusa. Inclino a cabeça levemente, como se isso pudesse me ajudar a entender melhor.

— A sensação sumiu... Pode ser algo perigoso que foi resolvido? — murmuro, mais para mim mesma do que para eles.

Eduardo observa meu rosto por um instante, como se estivesse tentando decifrar meus pensamentos. Ele dá um leve aperto na minha mão, como se quisesse me transmitir segurança.

— Às vezes, nossos instintos podem nos pregar peças. Mas, se ainda estiver preocupada, podemos voltar e verificar, Melody. — diz Eduardo, sua voz calma, mas com uma firmeza que me faz sentir segura.

Gabriel, que normalmente estaria fazendo uma piada para aliviar a tensão, estava surpreendentemente sério. Ele trocou um olhar com Eduardo e então me encarou com uma determinação que não havia visto antes.

— Não sinto perigo, mas posso ir verificar para você. — ele oferece, sua voz carregada de uma firmeza que normalmente ficava oculta por trás de sua natureza brincalhona.

A oferta de Gabriel me pega de surpresa. Ele estava disposto a voltar sozinho, apenas para garantir que eu me sentisse segura.

Respiro fundo, tentando dissipar o que resta daquela sensação estranha.

— Não, eu... acho que estou bem. Vamos continuar — digo, forçando um sorriso para tranquilizá-los. — Talvez seja só o nervosismo. Se algo estivesse realmente errado, eu sentiria de novo.

Eduardo me encara por um momento, como se quisesse se certificar de que estou dizendo a verdade. Dou um leve aceno de cabeça, e vejo um sorriso quase imperceptível surgir em seus lábios.

Ele me guiou suavemente até o prédio, e antes que eu percebesse, já estávamos no apartamento dele. O ambiente era espaçoso, moderno e acolhedor, com uma luz suave que me deixou mais confortável. Eu ainda estava processando a rapidez com que tudo aconteceu, mas antes que eu pudesse entender direito, Gabriel me puxou para o sofá, me fazendo sentar ao lado dele.

— Relaxa, vai ficar tudo bem — ele disse, o tom brincalhão de sempre começando a voltar ao seu semblante, enquanto me entregava uma almofada para eu abraçar.

— Acho que foi só nervosismo mesmo... — murmuro, tentando me convencer. A sensação estranha havia sumido, mas o pensamento de que algo estava errado ainda pairava no fundo da minha mente.

A Princesa Perdida - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora