A Princesa Perdida - Livro 2

Capítulo 24

P.o.v. Stephany 

Sou levada até o sofá pelos dois, fico sentada no meio deles e eles seguraram minha mão. Consigo sentir a preocupação deles e o carinho através do toque. Melody sentou silenciosamente no sofá da frente e deu um sorriso caloroso.

Respiro fundo antes de começar a falar:

— Como vocês já sabem, eu sou hibrida de bruxa, lobo, vampira, anjo e caçadora. Minha mãe era uma bruxa milenar e meu pai um caçador famoso entre os sobrenaturais... Minha parte anjo só descobri mais tarde que veio do meu pai também, mas isso não é tão importante. — Faço uma pausa e sinto um aperto nas minhas mãos, um fraco sorriso surgiu no meu rosto com o leve conforto que me deram.

— Eu tinha um irmão chamado Ethan que era 5 anos mais novo que eu... Quando eu tinha 10 anos, eu morava com os caçadores e ninguém sabia que eramos sobrenaturais, nem mesmo meu pai e teve um dia que meus poderes de bruxa começaram a despertar. Minha mãe me levou para longe do acampamento dos caçadores para me treinar, mas... — sinto meus olhos arderem, porem seguro as lagrimas.

— Como eu não sabia controlar meus poderes, eu acabei usando muita magia para fazer uma árvore crescer e ela ficou enorme, chamando a atenção dos caçadores que logo apareceram. Antes que eles aparecerem, minha mãe me lançou um feitiço e me escondeu na árvore para que não me machucarem. Seres sobrenaturais e caçadores não podem coexistir como sabem, então ele prenderam minha mãe e meu irmão que estava no acampamento. — Meu peito começa a doer por lembrar algo que sempre tentei esquecer.

Arthur e John permanecem em silêncio, segurando minhas mãos com firmeza enquanto eu compartilho minha história. Sinto a presença reconfortante deles ao meu lado, o que me dá forças para continuar.

— Eu fiquei presa na árvore por dias, o feitiço que minha mãe lançou me prendeu na árvore e não consegui me soltar. Mas depois de um tempo, quando finalmente consegui sair, descobri que minha mãe e meu irmão já haviam sido executados pelos caçadores. Eles não tiveram piedade, mesmo meu irmão sendo apenas uma criança. — Minha voz fica embargada, as lembranças dolorosas inundando minha mente.

Arthur e John apertam minhas mãos com mais força, oferecendo apoio silencioso enquanto eu luto para continuar.

— Eu voltei para o acampamento, mas parecia me olharem com pena e sussurravam que eu era amaldiçoada. Não entendia o que havia acontecido, eu corri para casa e torci para ter sido um pesadelo. Quando cheguei ao meu quarto, tinha um livro em cima da cama, na hora que vi o livro, ele voou para minha mão e o conhecimento da minha mãe e suas últimas palavras soaram na minha cabeça. — lagrimas começam a escorrer pelo meu rosto.

— "filha, me desculpa... eu fui muito descuidada e abaixei minha guarda... Usei toda minha magia para alterar as memórias dos caçadores, nenhum deles vão achar que você também é uma bruxa e fiz eles acreditarem que eu te amaldiçoei com juventude infinita como os seres sobrenaturais. Peço desculpa por não conseguir ficar com você e não ter conseguido salvar seu irmão. Me desculpa"... essa é a mensagem dela e ela parecia muito triste quando escutei essa mensagem. — Franzi os lábios tentando segurar o choro.

O abraço reconfortante de Arthur me envolve, e sinto seu carinho em minha cabeça, como se ele estivesse tentando aliviar a dor que transborda de mim em lágrimas. Mesmo enquanto choro, sinto-me segura em seus braços, como se finalmente pudesse deixar essas emoções que estavam represadas saírem.

Depois de um momento, separo-me de Arthur, ainda com lágrimas escorrendo por meu rosto. Meu coração continua pesado com as lembranças, mas ainda não terminei de contar sobre meu passado.

— Meu pai saiu do acampamento quando soube o que aconteceu e nunca mais voltou, só descobri que ele morreu na guerra mais tarde. — minha voz vacila, misturando-se com a risada seca que escapa de mim.