Capítulo 22

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P.o.v. Erick

Após ser enviado de volta pela Melody, sinto meu peito doer e quase deixo escapar um gemido de dor. A dor da rejeição, uma dor que pode matar dependendo de quão forte é a rejeição.

— Erick, você está bem? — Agnes questionou, preocupada, seu olhar fixo em mim, esperando por uma resposta sincera.

— Estou, só estou pagando pelos meus erros — a encaro com um sorriso fraco enquanto respondo.

— Entendi... Você vem para casa? — ela perguntou hesitante, parecendo não saber o que dizer.

— Não, posso ser morto pela mãe se eu aparecer lá e eu preciso de um tempo para pensar e ver o que vou fazer. — recuso rapidamente.

— Entendo, então até mais — ela disse, saindo em direção à nossa casa.

Suspiro, faço minha bolsa aparecer e pego meu celular. Procuro um hotel distante, onde ninguém me acharia, e me teletransporto para perto. Fico invisível para evitar qualquer perigo de ser visto, e quando percebo que não há ninguém ao redor, volto ao normal.

Entro no hotel, pego um quarto sozinho e me dirijo para lá. Assim que passo pela porta e a tranco, coloco uma barreira à prova de som e de proteção. Sinto a dor no peito piorar e caio de joelhos.

— Droga! — gemo de dor, resmungando enquanto seguro meu peito.

Meu peito dói como se estivesse sendo esmagado por um peso invisível. Me sento no chão, fecho os olhos e tento afastar as memórias dela chorando nos meus braços, seu olhar cheio de dor...

— Droga Erick! Como você pode rejeitar ela?! Seu idiota! — Luca, meu bruxo reclama dento da minha cabeça. Ele está muito bravo com o que fiz e ele tem todo o direito.

A voz de Luca na minha cabeça é como um tapa na minha consciência, me fazendo perceber o quão burro fui. Com um suspiro, passo a mão pelo cabelo, sentindo-me como um completo idiota. 

— Você está certo, Luca. Eu realmente estraguei tudo — respondo em pensamento.

Levanto do chão com um gemido, me sentindo mais cansado do que nunca. Arrasto-me até a cama e me jogo nela, afundando no colchão macio. Pego meu celular, mas logo percebo que é inútil. Não tenho o número de Melody e, mesmo se tivesse, duvido que ela queira falar comigo agora. Ela deve estar me odiando tanto quanto eu me odeio.

— É, Erick, parabéns. Você realmente se superou dessa vez — resmungo para mim mesmo, deixando escapar um riso amargo. 

Deixo o celular de lado e me enrolo nos lençóis, desejando poder me esconder do mundo. Mas sei que não posso fugir das minhas próprias escolhas estúpidas. Tudo o que me resta é enfrentar as consequências e torcer para que, um dia, eu tenha a chance de consertar tudo. Se é que alguma vez essa chance virá.

Após um tempo imerso em pensamentos sombrios, decido finalmente me levantar. Encaro meu reflexo no espelho por mais alguns instantes antes de seguir para o banheiro. Vou ao banheiro e olho meu reflexo no espelho, meus olhos verdes estão vermelhos de tanto segurar as lágimas e meu cabelo castanho está uma bagunça. Solto um suspiro pesado, como se toda a energia tivesse sido drenada do meu corpo de uma só vez.

— Cara, que merda... — resmungo para mim mesmo, sacudindo a cabeça em incredulidade. 

Passo a mão pelo rosto, tentando afastar a sensação de derrota que parece me sufocar. Olho para o celular, ainda largado na cama, e sinto um misto de esperança e desânimo. Mesmo se eu tivesse o número dela, duvido que ela queira me ouvir agora.

A Princesa Perdida - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora