Save me, Hatake - Kakashi Hatake

14 - Correntes invisiveis

"Diga que você me verá de novo, mesmo que seja apenas em seus sonhos mais selvagens" — Taylor Swift, Wildest Dreams

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Yasu Kato - Passado
5 dias atrás

UM GRITO RASGOU MINHA garganta quando senti outra agulha sendo brutalmente removida do meu corpo. Orochimaru, que antes estava quase que totalmente enfaixado e imobilizado, agora mostrava sinais de recuperação, o que apenas alimentava sua sede de realizar mais de seus experimentos.

Com um sorriso sinistro curvando seus lábios, ele observou o sangue escorrendo pelo meu pescoço, deslizando uma lâmina fina para recolher uma amostra com precisão quase cirúrgica.

— Você é forte — Disse, sua voz carregada de um tom de escárnio, mas também de uma satisfação perversa. — Mas não por muito tempo, não é mesmo? — Seus olhos, frios como serpentes, cravaram-se em mim por alguns segundos antes de desviarem novamente para o líquido escarlate que brilhava na lâmina.

Eu não tinha forças para responder. A cada segundo, o desejo de me libertar dessas correntes, de reduzir aquele lugar a cinzas, crescia dentro de mim como um incêndio. Mas meu corpo, traidor, não obedecia.

Minha visão começava a embaçar, e o peso esmagador do cansaço ameaçava me arrastar para a inconsciência. Sabia que em questão de minutos, ou talvez segundos, eu desmaiaria completamente, acordando de novo na cela escura onde sempre me mantinham, sem jamais conseguir vislumbrar o restante do esconderijo.

Mas eu precisava tentar. Precisava encontrar forças para permanecer acordada, nem que fosse por apenas mais um momento.

Ou você pode fingir... — A voz que há tanto tempo eu não ouvia soou em minha mente, quase indistinta. Franzi o cenho, lutando para manter a expressão neutra e não alertar Orochimaru. — Apenas finja... Eu ainda posso ajudar.

Kuzunoha. Ela parecia tão fraca, a voz quase um sussurro esvaído mas o alívio de saber que ainda estava comigo inundou meu coração. Ela estava viva. Frágil, mas presente.

E comigo.

Era um bom plano. Se eu fingisse estar inconsciente, poderia observar o ambiente, memorizar detalhes que me ajudariam em uma futura fuga. Mas, para isso, eu precisaria confiar em Kuzunoha e em sua capacidade de me manter consciente.

Engoli em seco, sentindo o calor crescente se espalhar pelo meu corpo enquanto o suor escorria pela minha testa. A sala girava ao meu redor, as sombras dançavam de forma distorcida, mas eu sabia que tinha que agir agora.

Estou... Estou com você — Kuzunoha murmurou novamente, sua presença era reconfortante, como uma sombra protetora. Fixei meu olhar na silhueta de Orochimaru, que agora estava de costas, ocupado com algo em sua mesa de metal — provavelmente analisando meu sangue.—

Fechei os olhos lentamente, permitindo que minha cabeça pendesse para o lado, relaxando todos os músculos enquanto caía em um estado de falsa inconsciência. Minha respiração ficou lenta, regular, imitando o sono profundo que sabia estar a segundos de me alcançar.

Ouvi o som de objetos metálicos se chocando suavemente, e então, o silêncio. Podia sentir sua respiração fria se aproximando do meu rosto junto de seus passos, o que quase me fez abrir os olhos em um sobressalto.

— Kabuto! — Orochimaru chamou, sua voz cortante, e continuei imóvel, lutando para manter a fachada. — Pode levá-la. Vou analisar esta amostra com Katsuo. — O som de passos na sala indicou que ele havia se afastado.