Save me, Hatake - Kakashi Hatake

02 - Desespero

"Eu espero que você saiba que nós tínhamos tudo, até quando você me quebrou e me deixou em pedaços" — Sting, What could have been

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Yasu Kato
Passado - 10 meses atrás

A DOR QUE EU SENTIA ERA LATEJANTE, como se começasse em minha cabeça e percorria por toda minha espinha até meus pés. Minha visão escurecia enquanto girava a cabeça vendo Katsuo e Kabuto apertando meus braços para que eu não me movesse, apesar de nem mesmo ter força para isso.

— Está sentindo, Yasu? — Mesmo estando abafada, era possível reconhecer a voz de Orochimaru perto de meu ouvido enquanto ele aplicava o líquido verde em meu pescoço. — Aceite essa dor, é dela que você ganhará mais força!

Neguei com a cabeça sentindo meu corpo pesar, aquilo me enfraquecia a cada segundo e eu gemi sentindo uma pressão em minha cabeça, junto dos berros que escutava de Kuzunoha. Ela parecia estar sofrendo mais do que eu com tudo isso.

Orochimaru sorria sadicamente, seus olhos fixos nos meus. A dor continuava a se intensificar, mas em meio ao tormento, uma chama interior se acendia. Recordei dos ensinamentos de meu sensei, Jiraiya, sobre superar os limites.

Quando fechei os olhos para me concentrar, senti a energia de Kuzunoha me envolver, e quando os abri novamente, estava em um lugar diferente do esconderijo do sannin.

Sonho

Olhei ao redor percebendo que estava em uma sala branca, apenas com um espelho parado um pouco mais a frente. Engoli o seco caminhando em sua direção e franzi o cenho vendo que a imagem que refletia não era minha...Era minha mãe.

Era Kin Nimura.

Seus olhos castanhos eram grandes assim como seus cabelos negros. Sua pele parecia uma porcelana clara, que dava destaque grande em sua aparência, além de realçar os lábios avermelhados.

De fato, tínhamos muito em comum, mas ela era extremamente linda.

— Não pode deixar que ela te domine. — Sua voz suave me acordou do transe e eu a olhei confusa me aproximando. — Controle-se, criança.

— Eu não entendo. — Respondi fazendo Kin me encarar. — Não posso deixar que quem me domine?

Seu olhar ficou mais sombrio de repente me fazendo recuar e engolir o seco. Ficava cada vez mais confusa com tudo que estava acontecendo nesse momento e o por que disso.

— A raposa. Ela é um monstro. — Kin me respondeu como se estivesse com raiva de Kuzunoha. — Ela vai te enganar da mesma forma que me enganou, você...Criança, não deixe-a vencer. — Neguei sentindo uma pontada em minha cabeça e gemi por conta da dor. Eu não estava entendendo.

— Por quê? — Perguntei tentando me recompor mas a sala começou a tremer junto com a sensação latejante em minha cabeça.

O cômodo chacoalhava ao meu redor, me fazendo desequilibrar por um instante. Tentei manter a compostura diante das palavras enigmáticas de Kin, -minha mãe-, sobre a raposa. No meio desse caos, a figura da mulher começou a se desfazer como uma névoa e eu corri em sua direção, mas uma rachadura se formou no chão, me mantendo afastada.