PAMELA RODRIGUES
QUE PREGUIÇA.
Chego em casa e vou logo me jogando na cama depois do banho. Graças a Deus trabalhei a semana toda e hoje é minha folga. O meu tio teve umas quatro festas essa semana e me chamou para todas. Essa semana eu lucrei.
Sinto meu celular vibrar em cima da cama, olho para o lado e estico a mão na maior preguiça do mundo para tentar pegar ele. Confesso que fiquei surpresa em ser mensagem da Ayla Neves. O que essa garota quer comigo?
Vejo ela encher meu celular de mensagens implorando para eu ir na casa da Joyce, parece que o Gustavo tá fazendo isso birra para eu ir lá, não aguento esse garoto, falei com ele algumas vezes enquanto ele passava com a mãe e ele sempre faz questão de falar comigo.
[...]
Gustavo: toc, toc..., toc, toc - escuto a voz do Gustavo do outro lado da porta - eu abro - vejo a porta ser aberta por um gnomo de meio metro de altura - oi, moça bonita - abraça minhas pernas - hoje não tem brinquedo bagunçado.
Rodrigues: fala aí, lindão - pego ele no colo - muito bem, já tá de parabéns.
Gustavo: a minha tia não queria chamar você, aí eu disse que só ia tomar banho quando você chegasse - deita a cabeça no meu ombro falando com a voz mais sapeca possível.
Rodrigues: então esse cheirinho ruim tá vindo de você, muleque? - faço cócegas nele - vai já pro banho, pivete.
Ayla: que bom que chegou - aparece na sala - Gus tá impossível. Vai tomar banho agora? - pergunta olhando para Gustavo que nega com a cabeça.
Rodrigues: ele vai sim - seguro a mão dele e levo ele até o corredor - só volta aqui de banho tomado, ou eu vou embora - ele sai correndo ate o quarto, não aguento esse moleque, corre feio demais - ele parece você correndo.
Ayla: mas ele corre tão feio - olho para ela de canto segurando o riso - que vaca - me taca o pano de prato - já almoçou? - nego - você nunca almoça quando vem pra cá - disse rindo - tem comida em casa né não? - continuou rindo, mas parou assim que olhou o meu rosto - que foi, disse alguma coisa de errado?
Rodrigues: não - nego forçando um sorriso - fala pra Gustavo que depois eu apareço aqui - saiu da porta da cozinha e caminho em direção a sala.
Porra, fiquei toda sem graça agora. Nem sabia que parecia que eu vinha aqui só pra comer, mas eu venho porque eu gosto do moleque mesmo. Sei que ela não falou de propósito, mas me deixou pensativa.
Ayla: ei, calma aí - sinto meu braço ser puxando com força fazendo meu corpo ficar colado de frente com o dela - o que eu fiz? - olho seus olhos que parece sempre brilhar... O que tem em seus olhos, Ayla Neves?
Rodrigues: não é nada, eu tô de boa - tento me soltar dela - só tenho que voltar pra casa mesmo.
Ayla: não tem não, se aceitou vim é porque tava desocupado - puxa meu braço até o sofá se sentando - eu disse alguma coisa de errado?
Rodrigues: já disse que não foi nada - percebo que assustei ela um pouco com a minha intonação - desculpa.
Ayla: se quiser ir tá tudo bem, eu me viro com o Gus - levanta do sofá - desculpa se falei alguma coisa de errado.
Rodrigues: não queria te dar a impressão que só venho aqui pela comida - falo tudo sem pensar, rápido demais para até eu me assustar com minhas próprias palavras.
Ayla: eu disse brincando, desculpa - se desculpa com a cabeça baixa - eu vou almoçar aí hoje, pode fazer companhia pra mim e pro Gus?
Rodrigues: Claro - senhor, que humilhação por um prato de comida.
Ayla: acho que vai gostar, tu ama lasanha de frango com queijo - disse indo em direção a cozinha - eu vou esquentar tudo.
Rodrigues: como sabe que gosto? - é a minha favorita.
Ayla: por mais que não fossemos próxima, você sempre foi do mesmo ciclo que eu, então tem algumas coisas que eu sei sobre você - deu os ombros, vejo ela caminhar colocando a lasanha no microondas para esquentar.
Rodrigues: e o que você acha que sabe sobre mim? - sento em uma cadeira que fica de frente para ela.
Ayla: não muito, sei mais de você sobre gestos e manias do que da sua vida em geral - fato.
Rodrigues: provavelmente as mesmas coisas que sei sobre você - espalho os três pratos sobre a mesa - agora fala, o que acha que sabe sobre mim.
Ayla: hummm - senta de frente para mim - você não tem piolho, só tem mania de coçar a lateral da cabeça quando está nervosa ou querendo sair de alguma situação.
Rodrigues: e você coça o nariz - me olha virando a cabeça um pouco de lado fazendo uma expressão confusa - coça o nariz quanto tá com vergonha, e ele fica bem vermelho, por ser muito branca.
Ayla: você não gosta de crianças, sei que não - afirma.
Rodrigues: em minha defesa crianças são chatas, mas tem algumas que salvam, tipo o Gus - pô, ele é legal. - você tem medo de sapo, por isso falei que ia fazer você comer comigo.
Ayla: falou a menina que tem pavor de barata - meu Deus, porque deixei ayla Neves saber desse meu lado absurdo?
Rodrigues: prometeu que não contaria a ninguém - sacanagem isso aí.
Ayla: ué, mas eu só tô comentando com você - disse sarcástica.
Gustavo: taram - aparece na cozinha pulando e com uma fantasia do Huck - tô gato?
Rodrigues: arrasou em moleque - levantei a mão fazendo toque com ele - o que tá escondendo aí?
Gustavo: olha o que achei - tira uma rã pequena de trás dele segurando o bicho pela perna - wueb, wueb, wueb...
Ayla: AI MEU SENHOR - se levanta da cadeira o mais rápido possível indo correndo em direção a pia - JOGA ISSO FORA, GUSTAVO.
Gustavo: então eu posso ficar com esse? - olho para a outra mão do menino vendo uma barata branca gigante - nunca vi uma dessa branca.
Acho que tô indo para a glória agora, alguém some com o meu celular, por favor. A última coisa que pensei antes de sentir meu corpo impactar com o chão.
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DEPOIS DE QUATRO DIAS ELE REVIVEUUUU
Oi, mô!
Estavam com saudades?
Precisa me matar não.
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OPOSTAS - LÉSBICO
FanfictionPâmela Rodrigues & Ayla Neves Duas garotas criadas em um morro no Rio de Janeiro sem muitas condições financeiras. Rodrigues e Neves, vivem em um pé de guerra acreditando serem completamente OPOSTAS uma da outra, mesmo vivendo no mesmo ciclo de ami...